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domingo, 27 de março de 2011

Verdade, o agora e Hemoterapia


Não tem jeito.
Verdade é verdade.
Realidade é relativa, assim como tudo, depois da Física Quântica.
Eu já vi milhares de vezes a verdade de um fato ser pintada de várias cores, algumas até que não tinham nada a ver com a situação.
Tudo que me serve pode não servir para meu companheiro.
Tem tratamentos que ajudam determinadas pessoas, e outras não.

Tem gente que gosta de alcachofra, outros não.
E assim, é a lente dos olhos.
Dependendo de nosso humor, de como acordamos naquele dia, podemos ver a cena com cores fortes ou fracas.
"Não, não foi bem assim. Ele brecou em cima, mas brecou. Deu tudo certo. Foi uma batidinha de nada. Na borracha, viu??".

Na roça também. Uma cobra andando no mato pode ser nada pra quem já viu, ou pode significar um acontecimento selvagem de grande vulto, principalmente para quem vive na cidade e nunca viu uma vaca de perto.

Quem nunca viu uma vaca de perto, perdeu os cílios mais longos e os olhos mais mansos do mundo, numa tarde sonolenta debaixo de uma árvore.

Mesmo já sabendo de tudo isso, ainda me agrado muito com os sons da mata, principalmente á noite. Sons diferentes dos de dia. Pássaros noturnos, mágicos e misteriosos. Os cães agitados, correndo pela lateral da casa.

Meus gatos levantam as orelhas, e se viram com olhos arregalados na direção dos sons. Eu paro por segundos de respirar.

Como não sei que pássaros são (pois não conheço nada do assunto), fico brincando que são dragões e harpias, unicórnios e seres estranhos. Ás vezes, são elfos que de tão silenciosos, não deixam rastros nenhum de ruído. Tem noite assim, de silenciosa escuridão. Ás vezes, saio na varanda cheia de insetos para ver se vislumbro algo na noite.

Misturo minha realidade á fantasia, sabendo que, de tanto acreditar, não são mais fantasia. Mas eu não sou louca, não.

Mesmo minha realidade fantástica não tira de mim o prazer enorme de ver a vida como ela é.

Aqui na roça, eu aprendo isso, entre muitas outras coisas. Ver a vida como ela é, viver no agora.
Vai andar por lá sem prestar atenção no chão, nos galhos... no que esta fazendo. Roçar sem estar "presente" pode ser bem perigoso, tanto para quem roça quanto para as árvores, que devem gemer de medo.

E, mesmo quando tudo parece que não vai dar certo, parar e crer que vai passar e um novo segundo vai aparecer para uma nova chance de mudar meu destino.

Eu comecei a fazer hemoterapia, aqui na roça mesmo. Faz parte das minhas crenças de que algo muito bom pode acontecer quando se segue a sincronicidade.

Vamos ver. Vou postar por aqui de vez em quando falando disso. Acho que vale a pena tentar.

Tudo vale a pena quando a alma não é pequena.
:)

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