E aí eu fui pra cidade vizinha, 10 km de distância aqui no sítio.
Fui curtindo a paisagem, as montanhas lindas, os sítios, as casas que vão surgindo na beira dela ao longo dos anos, construídas às vezes sem documentação, sem licença da prefeitura. Na volta eu vi um carro da prefeitura mesmo, com o prefeito numa conversa com o pessoal de uma das casas. No fim, eu acho que estão todos envolvidos porque a construção saiu, tá lá, ninguém nunca falou nada. O cara que vendeu era amigo de uns e outros...algo assim. Como sempre, no interior isso é endêmico. Nas cidades grandes ainda procuram esconder, mas aqui não dá. Liguei para a prefeitura reclamando de um trator abrindo espaço no meio de árvores. E enquanto falávamos com o ajudante do prefeito, percebemos que o trator era da própria prefeitura que hora falava conosco pelo telefone. Eles mesmos estavam derrubando árvores para o amigo, dono do sítio, entende?? Eu não consigo acreditar, ás vezes, nas coisas que eu vejo.
Digreção á parte, lá fui eu para a cidade vizinha. Fui comprar material de limpeza básica aqui da casa. Entre os itens da lista pequena, eu destaco a soda cáustica, sumida do mercado. Fui comprar na casa de ração. Hoje é dia de fazer sabão, pois as garrafas de óleo precisam sair do chão, sabe?? estão lá, perturbando a harmonia do lar. O sabão já esta acabando, então a soda hoje vai queimar na água..rs. Tenho que tomar cuidado para os gatinhos não respirarem a fumaça que sobe da reação química. Não quero nenhum gatinho morto por asfixia.
Comentei com minha ajudante, dona Francisca, sobre a qualidade da nova soda. Eu sou uma principiante neste processo todo alquímico de transformar óleo em sabão limpo. Fiquei receosa de estragar todo o óleo acumulado e estocado, só porque comprei a soda errada, sabe?? Aí ela comentou de vizinhos que, neste final de semana, estiveram com ela numa comemoração religiosa, que agora eu não lembro mais qual foi. Os vizinhos, idosos de mais de 80 anos, comentaram com ela que nunca haviam usado shampoo. Lavam suas cabeças com sabão feito de cinzas de fogão a lenha, de certo na água aquecida pelo mesmo fogão, o que é incrível. Ainda se encontra gente que não usa coisa moderna. E ainda mais uma coisa: como os parentes sabem dessa forma de higiene, providenciam as cinzas para o feitio do dito sabão, porque o sabão de cinzas precisa de grande quantidade delas para ficar "bão" de verdade. Milagre. Se recusam a comprar esses potes coloridos de sabão para cabeça. Primeiro porque são muito pobres e depois porque o costume faz com que neguem a modernidade. Mesmo com parentes comprando, eles se recusam a usar. Para que mudar agora se a vida toda foi lavado com sabão de cinzas??
2013 é um ano de mudanças.
Não é muito aconselhável bater de frente com Saturno neste ano, né??
Se é pra mudar, vamos lá... mudanças fortes, regidas pelo engolidor de filhos...pelo Tempo!!