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terça-feira, 6 de novembro de 2012

E ai a morte leva....

1980-2012
A vida não nos prepara para a morte.

Parece que este "departamento" da vida é deixado para trás, como se, escondido, ele sumisse... Quem sabe? Fazendo como as criancinhas que se escondem atrás das mãos, achando que, se não veem, não são vistas também.
Mas não é bem assim.
Nascemos e comemoramos a vida desde o primeiro alento.
Festas de aniversário.
Quando somos crianças e alguém morre, toda a dor é escondida. O ritual da separação é deixado para trás, e as crianças vão cedo para a cama, sabendo que algo aconteceu mas não sabem dizer bem o quê. A vovó foi viajar e não vai voltar mais. "-Como assim, não volta mais???". E a pergunta fica sem resposta, mesmo porque adultos também não sabem para onde vão os que morrem.

Isso deveria ser artigo religioso. E é..eu sei.
Mas nenhuma delas, seja qual for, resolveu mesmo o enigma da morte.
Para onde vamos ainda é uma questão de fé, um artigo que não se prova, apenas se sabe, se sente, se intui.

Alguns tem certeza que não vai dar em nada.
Outros sabem que vão para determinado lugar e pronto. Esperam.
Ainda existem os que acreditam que seus corpos, decompostos pelo tempo, serão ressuscitados e voltarão à vida.
Juízos, tribunais divinos, infernos, céus e virgens, tudo isso é questão de fé. Não se prova com meios "materiais", visíveis, nesta dimensão e para nossas mentes pequenas e ainda por evoluir.
(que digam nossos velhos, crianças e animais!)

Então, falar de morte significa falar de cada um de nós. Nossos medos, nossas crenças, nossa visão de futuro espiritual. Que me desculpem os que tem a certeza do que acontece depois da morte. Eu não tenho certeza de absolutamente nada.

Apenas uma quantidade enorme de emoções, subindo e descendo pela coluna, aumentando os batimentos cardíacos ou diminuindo de forma alarmante. Falar de morte é falar de saudades, de amor que fica e dói...é mexer com memórias e tudo o que este baú de recordações pode conter.

Falar de morte é falar de tudo o que sentimos em vida.
E eu senti só amor por ela.
Só verdades, ouvidas e ditas, que mexeram de forma a melhorar meu Ser.
Eu amava quem eu era ao lado dela.
Eu era feliz ao seu lado, com suas lágrimas e suas risadas.

Minha esperança é descobrir em mais alguém essa felicidade de ser e ter amiga assim.
Obrigada pela presença, ainda que breve em minha vida.

Saudades.