Real Time Web Analytics

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Neutrinos e por que amo viver





Hoje, lí um artigo na Scientific American, Brasil, de Lawrence M.Krauss, físico teórico e diretor da Origins Initiative, pertencente à Arizona State University (www.krauss.faculty.asu.edu).
E enquanto eu lia, eu não podia deixar de pensar em comentar aqui o que estava lendo.

O homem é um físico, o que seria mais um reforço, um pleonasmo, daquilo que faz com que Marte e Vênus sejam tão diferentes. Achei que fosse ler mais um artigo "duro", hermético, escrito para outros físicos, afinal, numa revista de Ciência, eu espero o que, não é mesmo?? Achei que fosse ler algo prático...como posso dizer...masculino...

Mas... no primeiro parágrafo ele começa assim:

"Confesso. Tenho e sempre tive uma queda por neutrinos.

Entre todas as partículas conhecidas, só os neutrinos têm delicadas propriedades que se destacam e são românticas o suficiente para inspirar um poema de John Updike* ou mergulhar equipes de cientistas nas profundezas dos segredos durante 50 anos com gigantescos dispositivos eletrônicos para desvendar seus mistérios.

Continua a me assombrar o fato de que, a cada segundo de cada dia, mais de 6.000 bilhões de neutrinos oriundos de reações nucleares dentro do Sol penetram no meu corpo, e a maioria deles atravessará a Terra sem interrupção. Mas me impressiona muito mais que, em vez desse fantasmagorismo, podemos detectá-los, testá-los e revelar seus enigmas"

Pensei em tanta coisa.

Primeiro abrir meus braços nesta imensidão, do alto da montanha, e receber consciente e grata este bombardeio de neutrinos, suaves viajantes do universo infinito. Saber que o Sol, numa explosão nuclear somada a outras despejou no Universo estas partículas fantasmas, viajantes das dimensões do Cosmos, esta neste momento, passando pelos meus poros, entrando em mim... o pensamento me guia num movimento de corpo de abrir o peito e de expandir meus pulmões, como se respirando fundo eu pudesse absorver mais energia do sol. E pensar me faz acreditar nesta energia do sol que esta me transpassando agora, fazendo com que me disponha a absorver energia e deixar que esta luz fique em mim. E saber que está em mim me ajuda a melhorar meu diálogo com minhas células, alimentando-as agora com luz.

Pensei também que o Universo esta cheia de viajantes invisíveis. Os Neutrinos quase não tem massa...são tão pequenos que atravessam um bloco de chumbo sólido SEM ENCOSTAR NA MATÉRIA.Como algo pode passar chumbo sólido e não encostar em nenhuma molécula, em nenhum átomo?? Nada?? Ele simplesmente passa reto.

Fico meio maluca quando leio que "A vida média de um Nêutron livre é de aproximadamente 12 minutos". Tudo bem um cientista, alguém que passou a vida inteira estudando. Mas o mais próximo que eu chego de física é na astronomia, e de raspão. De resto, faço sabão com óleo usado, me aventurando na química...cozinha é alquimia pura..então me sinto ligada ao meio acadêmico científico pós-moderno liberal. Mas que fico doidinha da silva com esses assuntos, lá isso eu fico mesmo.

Aliás, John Updike, que foi citado acima, só poderia escolher

como assunto os neutrinos, ele que escreveu
"As bruxas de Eastwick", uma delícia de filme, com o ótimo Jack
Nicholson como o Diabo e as bruxas Michelle Pfiffer, Susan Sarandom e Cher.



*

Cosmic Gall

John Updike

Neutrinos they are very small.
They have no charge and have no massAnd do not interact at all.The earth is just a silly ballTo them, through which they simply pass,Like dustmaids down a drafty hallOr photons through a sheet of glass.They snub the most exquisite gas,Ignore the most substantial wall,Cold-shoulder steel and sounding brass,Insult the stallion in his stall,And, scorning barriers of class,Infiltrate you and me! Like tallAnd painless guillotines, they fallDown through our heads into the grass.At night, they enter at Nepal
And pierce the lover and his lass
From underneath the bed – you call


It wonderful; I call it crass.

Já que estamos falando em chefes indígenas...





Meu coração chora de saber que nada disso mudou. Nem do lado deles (que já descobriram a verdade), nem dos que não sabem de nada.

Mensagem do Chefe Seattle 

"O Grande Chefe em Washington manda comunicar que deseja comprar nossas terras; O Grande Chefe também nos envia palavras de amizade e de boa vontade. Reconhecemos sua gentileza, porque sabemos que ele não necessita da nossa amizade, mas levaremos em conta que se não o fizermos, o homem branco virá com armas, para tomar nossas terras.Quando o grande Chefe Seattle fala, o Grande Chefe em Washington pode confiar na sua palavra como ele pode contar com o retorno das estações, da Primavera, do Verão, do Outono e do Inverno e as palavras do Cacique são como as estrelas, elas não se desvanecem".
"C omo se pode comprar ou vender o céu, o calor da Terra? Essa idéia nos é estranha, nós não possuímos a frescura do ar ou o brilho da água, como poderíamos vendê-los então?"
"OGrande Chefe em Washington manda comunicar que deseja comprar nossas terras.Oportunamente decidiremos. Todas as partes desta terra são sagradas para o meu povo; cada uma das agulhas brilhantes do pinheiro, todas as areias das praias, toda a bruma no fundo do bosque, toda a clareira ou zumbido de inseto, são sagrados na memória e na experiência do meu povo.Nós sabemos que o Homem Branco não entende as nossas maneiras; para ele, a terra é igual em toda parte, porque ele é um estranho que chega de noite e arranca da terra tudo o que ele necessita; para ele a terra não é a sua irmã, mas sua inimiga e quando ele a conquista, ele segue adiante, ele deixa atrás sepulturas dos seus pais e não se importa; ele seqüestra a terra a seus próprios filhos; ele, o Homem Branco não se importa."
"Estão esquecidos os direitos inatos de seus filhos; sua ambição devorará a terra e deixará somente o deserto. O aspecto de vossas cidades dói na vista do Pele-Vermelha, mas talvez seja porque o Pele-Vermelha é um selvagem e não entende."
"Não há lugar tranqüilo nas cidades do Homem Branco; não há lugar para ouvir as folhas da Primavera ou o sussurro das asas dos insetos, mas talvez, eu seja selvagem e não consiga entender a barulheira, essa barulheira que só insulta os meus ouvidos; mas, o que sobra da vida se o homem não mais pode ouvir o delicioso canto do rouxinol ou as discussões noturnas das rãs em volta do lago? O índio sente a aragem do vento soprando sobre a face do açude e o próprio odor do vento soprando sobre as terras, levado pela chuva do meio-dia ou o próprio vento aromatizado pelo pinheiro; o ar é precioso para o Pele-Vermelha porque todas as coisas compartilham o mesmo suspiro, os animais, as árvores, o homem. O Homem Branco parece que não nota o ar que respira, como o homem que está morrendo, há muitos dias, ele é insensível ao aroma. Se eu decidir aceitar, farei com uma condição: o Homem Branco deverá tratar os animais desta terra como seus irmãos; eu sou selvagem e não conheço outras maneiras. Eu vi apodrecendo nas pradarias milhares de carcaças de búfalos abandonados pelo Homem Branco que os matou a tiros da janela do trem; eu sou selvagem e não posso compreender como este fumegante cavalo de ferro seja mais importante que o búfalo, que nós matamos somente para viver."
"Quando todos os animais desaparecerem, o homem morrerá da grande solidão do Espírito, porque tudo o que acontece aos animais, acontece também ao homem; todas as coisas são interligadas: tudo o que acontecer à terra, acontecerá ao filho da terra". 

Cacique Guaicaipuro


Sabe qual a origem deste texto? E ISSO IMPORTA?
Não para mim.
Não mesmo.
Tá completa, perfeita.
Tô rica.


"A DÍVIDA EXTERNA DA EUROPA

Índio surpreende chefes na reunião de cúpula

Com linguagem simples, que era transmitida em tradução simultânea para mais de uma centena de chefes de estado e demais dignatários da Comunidade Européia, o discurso do Cacique Guaicaipuro Cuatemoc provocou um silêncio inquietante na audiência quando falou:



"Aqui estou eu, descendente dos que povoaram a América há 40 mil anos, para encontrar os que a encontraram só há 500 anos.

O irmão europeu da aduana me pediu um papel escrito, um visto, para poder descobrir os que me descobriram. O irmão financista europeu me pede o pagamento, com juros, de uma divida contraída por um Judas, a quem nunca autorizei que me vendesse.

Outro irmão europeu, um rábula, me explica que toda dívida se paga com juros, mesmo que para isso sejam vendidos seres humanos e países inteiros sem pedir-lhes consentimento.

Eu também posso reclamar pagamento, também posso reclamar juros.

Consta no Arquivo das Índias. Papel sobre papel, recibo sobre recibo, assinatura sobre assinatura que somente entre os anos 1503 e 1660 chegaram a São Lucas de Barrameda 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata provenientes da América

Terá sido isso um saque?

Não acredito porque seria pensar que os irmãos cristãos faltaram ao Sétimo Mandamento!

Teria sido espoliação? Guarda-me Tanatzin de me convencer que os europeus, como Caim, matam e negam o sangue do irmão

Teria sido genocídio? Isso seria dar crédito aos caluniadores, como Bartolomeu de Las Casas que qualificam o encontro de "destruição da Índias" ou Arturo Uslar Pietri, que afirma que a arrancada do capitalismo e a atual civilização européia se devem à inundação de metais preciosos retirados das Américas!

Não, esses 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata foram o primeiro de outros empréstimos amigáveis da América destinados ao desenvolvimento da Europa. O contrário disso seria presumir a a existência de crimes de guerra, o que daria direito a exigir não apenas a devolução, mas indenização por perdas e danos.

Eu, Guaicaipuro Cuatémoc, prefiro pensar na hipótese menos ofensiva.

Tão fabulosa exportação de capitais não foi mais do que o início de um plano "Marshal-tezuma", para garantir a reconstrução da Europa arruinada por suas deploráveis guerras contra os muçulmanos, criadores da álgebra, da poligamia, do banho diário e outras conquistas da civilização.

Por isso, ao celebrarmos o Quinto Centenário desse Empréstimo, poderemos nos perguntar: Os irmãos europeus fizeram uso racional, responsável ou pelo menos produtivo desses recursos tão generosamente adiantados pelo Fundo Indo-americano Internacional?

É com pesar que dizemos não.

No aspecto estratégico, o dilapidaram nas batalhas de Lepanto, em armadas invencíveis, em terceiros reichs e outras formas de extermínio mútuo, sem um outro destino a não ser terminar ocupados pelas tropas gringas da OTAN, como um Panamá, mas sem o canal.

No aspecto financeiro foram incapazes, depois de uma moratória de 500 anos, tanto de amortizar o capital e seus juros, quanto se tornarem independentes das rendas liquidas, das matérias primas e da energia barata que lhes exporta e provê todo o Terceiro Mundo.

Este quadro corrobora a afirmação de Milton Friedman, segundo a qual uma economia subsidiada jamais pode funcionar. E nos obriga a reclamar-lhes, para o seu próprio bem, o pagamento do capital e dos juros que, tão generosamente temos demorado todos estes séculos para cobrar.

Ao dizer isto, esclarecemos que não nos rebaixaremos a cobrar de nossos irmãos europeus, as mesmas vis e sanguinárias taxas de 20% e até 30% de juros que os irmãos europeus cobram aos povos do Terceiro Mundo. Nos limitaremos a exigir a devolução dos metais preciosos emprestados, acrescidos de um módico juro fixo de 10%, acumulado apenas durante os últimos 300 anos.

Sobre esta base, e aplicando a fórmula européia de juros compostos, informamos aos descobridores que eles nos devem 180 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata, ambas as cifras elevadas à potência de 300. Isso quer dizer um número para cuja expressão total seriam precisos mais de 300 cifras, e que supera amplamente o peso total do planeta Terra.

Muito peso em ouro e prata! Quanto pesariam calculados em sangue?

Admitir que a Europa, em meio milênio, não conseguiu gerar riquezas suficientes para pagar esses módicos juros seria como admitir seu absoluto fracasso financeiro e/ou a demêncial irracionalidade dos pressupostos do capitalismo.

Tais questões metafísicas, desde já, não nos inquietam aos índo-americanos.

Porém exigimos a assinatura de uma carta de intenções que discipline aos povos devedores do Velho Continentes e que os obrigue a cumpri-la, sob pena de uma privatização ou conversão da Europa, de forma que lhes permita nos entregá-la inteira como primeira prestação da dívida histórica."

Quando terminou seu discurso diante dos Chefes de Estado da Comunidade Europeia, o Cacique Guaicaipuro Cuatemoc, nem sabia que estava expondo uma tese de Direito Internacional para determinar a Verdadeira Dívida Externa.

Agora só resta que algum Governo Latino Americano tenha a dignidade suficiente para impor seus direitos perante os Tribunais Internacionais. Os europeus ali reunidos devem ter percebido que nesse tempo de globalização e tecnologia, índio já não quer mais apito, quer que lhe paguem o devido, com juros.

Se tem amigos honestos, faça-os conhecer este discurso. Eles tambem têm sido vendidos."