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sexta-feira, 15 de julho de 2011

LUTO

http://bocabymm.blogspot.com/2011/07/brasil-iii.html#comments

Não deixem de ler esse link. É do Manolo Mattos, de Campos do Jordão, meu amigo.
"Luto" é um texto importante. Fala de você, de mim, de todos nós.

Eu não tô querendo fazer um motim nacional. Não quero criar um movimento revolucionário contra o poder instituído pelo povo.
Mas com certeza, como parte de ser brasileira, parte do "povo", tenho o direito constitucional de reclamar, opinar, pedir e blogar.

Posto aqui 3 imagens que vieram do "povo" lá de Jaraguá do Sul, uma cidade linda. Já fui lá algumas vezes. Só não tem restaurante aberto depois das 13h. Nunca cheguem em Jaraguá do Sul com fome, depois do "horário do almoço".
Mas brincadeiras á parte, lá vão as fotos.




Se cada célula deste corpo "gigante pela própria Natureza" chamado "povo" colocar um protesto na cara, na blusa, no carro, no blog... o mundo pode mudar.
Nosso Gigante pode ficar mais agitado, com certeza, mas pode gostar desta agitação. Pode gostar das mudanças.
Tudo bem..eu NÃO acredito em Papai Noel, MAS acredito no Espírito Natalino.
Eu NÃO acredito em Coelho da Páscoa, MAS acredito no repartir do pão (ou do chocolate).
Eu NÃO acredito em cegonha, MAS acredito na liberdade, na escolha, na vida.

Se eu perder minhas crenças, perco minha vida bestamente.


Quando alguém sumir de sua vida

Hoje eu falava com uma amiga sobre "perder" alguém importante na minha vida. Seja familiar, seja amigo, seja amor. 
E por estas coincidências da vida, achei um texto do Osho.


"De verdade, esse momento é significante. Sempre quando alguém "morre", alguém com quem você esteve profundamente relacionado, alguém com quem você esteve muito íntimo, alguém com quem você foi muito feliz ou infeliz, triste e zangado, alguém com quem você conheceu todas as estações da vida e alguém que de algum modo tornou-se parte de você e você tornou-se parte dele ou dela – quando alguém assim morre, não é apenas uma morte que ocorre exteriormente, é uma morte que ocorre dentro também.

Ela estava possuindo uma parte de seu ser, então quando ela morre, essa parte em seu ser também morre. Ela estava preenchendo algo em você. Ela desaparece e ficam os ferimentos.

Temos muitos furos em nosso ser. Devido a esses furos procuramos a companhia do outro, o amor do outro. Pela presença do outro nós, de alguma maneira, conseguimos preencher esses furos. Quando o outro desaparece, esses furos estão lá novamente... escancarando abismos.

Você pode ter esquecido deles, mas você os sentirá. Então use esses momentos para uma profunda meditação porque mais cedo ou mais tarde esses furos serão preenchidos novamente. Esses furos irão desaparecer novamente. Antes que isso aconteça é bom penetrar nesses furos,penetrar nessa vacuidade que ela deixará para trás.

Então use esses momentos. Sente-se silenciosamente, feche seus olhos, vá para dentro. E apenas veja o que aconteceu. Não pense sobre o futuro, não pense sobre o passado. Não vá para as memórias porque isso é fútil. Apenas vá para dentro.

Que aconteceu a você? Ela está morta; agora que aconteceu a você? Que está acontecendo com você? Apenas mergulhe nesse processo. Isso irá revelar muitas coisas em você. Você será completamente transformado se você puder penetrar nesses furos. Você não irá tentar preenchê-los novamente, mas você ainda pode amar.

A pessoa pode amar sem de maneira nenhuma levar o outro para dentro e preencher alguma profunda necessidade lá. A gente pode amar como um luxo... porque a gente precisa repartir e a gente quer repartir. Assim o amor não é mais uma necessidade; você não está ocultando suas mágoas atrás dele.

Então penetre nessas mágoas, penetre nessa vacuidade, penetre nessa ausência, e observe – isso é uma coisa.

A segunda coisa: lembre-se que a vida é realmente efêmera, passa rapidamente... tão momentânea. Vivemos num mundo mágico. Nós vamos iludindo a nós mesmos. De novo a ilusão desaparece. De novo a surge realidade. De novo alguém morre e você é lembrado que a vida não é confiável, que a pessoa não deve depender demais da vida. Num momento ela está presente, em outro momento ela se vai.

É uma bolha de sabão – apenas uma pequena alfinetada e ela se vai. Na verdade, quanto mais você entende a vida, mais cheio de admiração você fica sobre como isso existe. Desse modo a morte não é o problema; a vida se torna o problema. A morte parece natural.

É um milagre que a vida exista – tal coisa temporária, tal coisa momentânea. E não somente ela existe, pessoas confiam nela. Pessoas dependem dela, pessoas contam com ela. Eles colocam todo o ser deles aos pés dela – e é só uma ilusão, um sonho.

A qualquer momento se vai e a pessoa fica chorando. Com a sua ida todo o esforço, todo o sacrifício que você fez por ela. Subitamente tudo desaparece. Então observe isso – essa vida ilusória como um sonho, momentâneo.

E a morte está vindo para todo mundo. Estamos todos de pé na fila, e a fila estácontinuamente chegando mais perto da morte. Ela desaparece; a fila fica um pouco menor. Ela abriu espaço para mais uma pessoa. Toda pessoa que morre lhe traz para mais perto da sua própria morte, assim toda morte é basicamente sua morte.

Em cada morte a pessoa está morrendo e chegando mais perto de uma parada completa. Antes que isso aconteça, a pessoa precisa ficar tão cônscia quanto possível.

Se confiarmos demais na vida, tendemos a ficar inconscientes. Se começarmos a duvidar da vida – essa assim chamada vida que sempre acaba na morte – então nos tornamos mais cônscios. E nessa consciência um novo tipo de vida começa, suas portas se abrem – a vida que é imortal, a vida que é eterna, a vida que está além do tempo".


Osho, em "The Passion for the Impossible"
Fonte: Osho.com

Entrar no peito.
De novo e sempre o melhor caminho para crescer.

Eu acredito na vida que é eterna.
E quando esse alguém que se for, e fizer parte deste eterno, entrar no peito dá aquela calma de que iremos nos reencontrar, em algum lugar no futuro.

Portia Nelson

Adoro ver as voltas que o mundo dá.
Dias destes fui numa livraria famosa, destas grandes, com sofás para leitura, coffeshop, palestras.
E foi numa destas palestras que eu ouvi falar sobre Portia Nelson. Verdade seja dita, o homem que dava a palestra não preparou bem nem a dita cuja, nem o livro que ele havia escrito e que servia de base para a dita cuja.
Num despreparo absurdo de encontrar nos dias de hoje, anunciou que não sabia quem era Portia Nelson e nem tinha tido a curiosidade de saber quem era, mas que havia, um dia, lido um poema dela e que gostara muito. Acabou colocando o poema no livro por ele escrito.
Nos dias de hoje, de internet e informação á distancia de um botão, é mesmo muito feio escrever algo sobre alguém e nem se dar ao "trabalho" de saber quem é esse alguém...bom, deixando o erro do homem em questão, fui atrás de informações sobre ela.

E ai, nas voltas do mundo, eu mudo de assunto, e lembro como o tempo passa depressa. Vendo a foto dela na internet, lembro do filme "A noviça rebelde". Uma das freiras "legais" do convento da Maria.

Na vida real, poetisa, atriz, cantora norte-americana. Morreu em 6 de março de 2001.

O poema dela, que o desavisado escritor colocou no seu livro, eu o coloco aqui no meu blog. O leitor vai poder digitar o nome dela no Google e saber mais a respeito.
Penso, ao ler Portia Nelson, as armadilhas que criamos para nós mesmos, fugindo da verdade que esta dentro de nós. Nossa verdade. Linda verdade. Seja ela sobre nossos defeitos ou nossas qualidades, a verdade interior será sempre nosso tesouro. É cara a cara com ela, que nos conhecemos, nos revemos, abrimos nossa mente e nosso coração.
Culpamos os outros, responsabilizamos pessoas que estão do lado de fora de nós mesmos.
Somos Deuses, Co-Criadores de nosso destino. Ao colocarmos a força de nossa vida nas mãos de outrem, roubamos nosso próprio tesouro: nossa liberdade de escolha, e ao escolher, nossa liberdade de agir.

Autobiografia em 5 capítulos

Autobiografia em 5 capítulos

1) Ando pela rua . Há um buraco fundo na calçada . Eu caio 
Estou perdido... sem esperança. Não é culpa minha. 
Levo muito tempo para encontrar a saída. 
  
2) Ando pela mesma rua. Há um buraco fundo na calçada 
Mas finjo não vê-lo. Caio nele de novo. 
Não posso acreditar que estou no mesmo lugar. Mas não é culpa minha. 
Ainda assim levo um tempão para sair. 
  
3) Ando pela mesma rua. Há um buraco fundo na calçada. Vejo que ele ali está 
Ainda assim caio... é um hábito. Meus olhos se abrem. Sei onde estou 
É minha culpa. Saio imediatamente. 
  
4) Ando pela mesma rua. Há um buraco fundo na calçada. 
Dou a volta. 
  
5) Ando por outra rua. 


Amigo

Passei pelo blog do Boca MM e relí "Precisa-se de um amigo", do Vinícius de Moraes.
Devo confessar, ainda que com certo receio de ser taxada disso ou daquilo, que não gosto muito da pessoa do Poeta. Mas reconheço que falo sem ter conhecido o mesmo pessoalmente.
Talvez puro preconceito.
O certo é que, separando a pessoa do poeta, leio encantada certos versos, sejam falados ou cantados, que movimentam minha mente, meu coração, balançando sentimentos e instituições internas.

"Precisa-se de um amigo", com certeza, é um destes casos.

Coloco aqui, imitando meu amigo MM.
Acho que nem um nem outro reclamarão da minha ousadia em reproduzir aqui o belo texto sobre o "amigo", aquela figura que vale ouro quando encontramos na vida, seja este amigo um amor, um companheiro, um filho...afinal, basta ser humano.



Procura-se um Amigo
Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor.. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar.     Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoa tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.
     Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.
     Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive.
Vinícius de Moraes


Certo??
Beijão de amiga.