Estava combinando com minha irmã, pelo telefone, minha viagem para a cidade. Falávamos sobre frio e calor, roupas para levar, horário melhor por causa do trânsito...tudo tem que ser avaliado numa viagem da roça para a cidade, pelo menos por mim.
Eu esqueço itens importantes, como roupas de baixo, pijamas, chinelinho, calça...escovas de dente, de cabelo. Eu esqueço tudo. Reconheço que devo ter algum miolo a menos neste mar de miolos.
Enfim, falávamos muito, quando ela interrompeu para dizer: nossa, estou ouvindo os pássaros ai da sua casa. EU respondi que os passarinhos estão no forro da casa, e quando os pais chegam com comida no bico é uma barulheira danada. Lembro que falei também que a casa estava cheia destes hospedes plumados e barulhentos e que eu ficava imaginando os bicos abertos e as goelas laranjas gritando por mosquitinhos.
Rimos, e eu me cocei pela milionésima vez.
Então, eles já estavam lá, quase invisíveis, mas em toda parte.
Escorrendo pelas paredes, descendo do forro para os tapetes, camas, tecidos moles e macios que tenho espalhados pela casa toda. Chão de madeira e cimento, cheio de tapetes e tapetinhos formam uma passarela longa pela casa toda, como pequenas ilhas onde estes piratas de sangue roubado ficam ávidos de fome esperando pela vítima quente passar despreocupada por lá.
Corri com sprays, destes de matar baratas, nas mãos. Um tubo daqueles, sem SFC, á base de água e terrível contra os insetos, mas só contra os insetos, foi despejado sem dó nem piedade nas paredes de tijolos, que se cobriam com centenas destes monstrinhos vorazes. De manhã, ahhh doce surpresa, quando eu passei as mãos na mesa e elas voltaram repletas de corpos mortos e minúsculos do inimigo.
TEM MUITO PASSARINHO fazendo ninho no forro da minha casa. Fui aconselhada e não me desesperar, que vida na roça é assim mesmo e que as bolinhas pequenas e vermelhas que coçam, pelo corpo todo, só duram 15 dias.
Sinto as pestes no meu couro cabeludo, nas entranhas da calcinha, atrás dos joelhos, na nuca branca e arrepiada de nojo.
Agora o Maluah chegou e vai ajudar.
Cavaleiro branco da roça, vem de moto pra trabalhar na Santa Roça. Vai espalhar pelas paredes veneno ecológico (veneno eu não sei se é algo tão ecológico assim... afinal chama-se veneno e acaba matando, eventualmente, quem se colocar em seu caminho, não respeitando nada nem ninguém...vai matando tudo, né??? )
Mas atente para algo: o veneno NãO vai fazer mal aos pequeninos plumados, que continuam abrindo desmesuradamente suas bocas para ganhar o pão de cada dia. Não. O veneno matará tão somente ácaros, pulgas, formigas, carrapatos e piolhos.
Posso ouvir enquanto escrevo os pássaros no forro.
Tem famílias inteiras, de várias cores e formatos, tudo habitando o forro da minha casa.
Vou pegar o conselho de não me desesperar e ver se consigo segui-lo.
Afinal, vida na roça é assim mesmo... ou não é???
Eu esqueço itens importantes, como roupas de baixo, pijamas, chinelinho, calça...escovas de dente, de cabelo. Eu esqueço tudo. Reconheço que devo ter algum miolo a menos neste mar de miolos.
Enfim, falávamos muito, quando ela interrompeu para dizer: nossa, estou ouvindo os pássaros ai da sua casa. EU respondi que os passarinhos estão no forro da casa, e quando os pais chegam com comida no bico é uma barulheira danada. Lembro que falei também que a casa estava cheia destes hospedes plumados e barulhentos e que eu ficava imaginando os bicos abertos e as goelas laranjas gritando por mosquitinhos.
Rimos, e eu me cocei pela milionésima vez.
Então, eles já estavam lá, quase invisíveis, mas em toda parte.
Escorrendo pelas paredes, descendo do forro para os tapetes, camas, tecidos moles e macios que tenho espalhados pela casa toda. Chão de madeira e cimento, cheio de tapetes e tapetinhos formam uma passarela longa pela casa toda, como pequenas ilhas onde estes piratas de sangue roubado ficam ávidos de fome esperando pela vítima quente passar despreocupada por lá.
Corri com sprays, destes de matar baratas, nas mãos. Um tubo daqueles, sem SFC, á base de água e terrível contra os insetos, mas só contra os insetos, foi despejado sem dó nem piedade nas paredes de tijolos, que se cobriam com centenas destes monstrinhos vorazes. De manhã, ahhh doce surpresa, quando eu passei as mãos na mesa e elas voltaram repletas de corpos mortos e minúsculos do inimigo.
TEM MUITO PASSARINHO fazendo ninho no forro da minha casa. Fui aconselhada e não me desesperar, que vida na roça é assim mesmo e que as bolinhas pequenas e vermelhas que coçam, pelo corpo todo, só duram 15 dias.
Sinto as pestes no meu couro cabeludo, nas entranhas da calcinha, atrás dos joelhos, na nuca branca e arrepiada de nojo.
Agora o Maluah chegou e vai ajudar.
Cavaleiro branco da roça, vem de moto pra trabalhar na Santa Roça. Vai espalhar pelas paredes veneno ecológico (veneno eu não sei se é algo tão ecológico assim... afinal chama-se veneno e acaba matando, eventualmente, quem se colocar em seu caminho, não respeitando nada nem ninguém...vai matando tudo, né??? )
Mas atente para algo: o veneno NãO vai fazer mal aos pequeninos plumados, que continuam abrindo desmesuradamente suas bocas para ganhar o pão de cada dia. Não. O veneno matará tão somente ácaros, pulgas, formigas, carrapatos e piolhos.
Posso ouvir enquanto escrevo os pássaros no forro.
Tem famílias inteiras, de várias cores e formatos, tudo habitando o forro da minha casa.
Vou pegar o conselho de não me desesperar e ver se consigo segui-lo.
Afinal, vida na roça é assim mesmo... ou não é???