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quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Rachel Corrie (1979-2003)

Quando eu era moleca, reuni alguns alunos de minha classe (todos aqueles que estivessem insatisfeitos com a professora de química) e, depois de cabularmos a aula da danada de uma professora louca que dava aulas de química, fomos para a diretoria. Lá contei nossa insatisfação. Lembro que ela usava cabelos de diversas cores e dizia que Deus ficava de barriga para cima jogando cavalinhos do céu. Depois dos depoimentos, fomos para casa.
Foi minha primeira luta por algo coletivo, um bem maior do que não somente o meu. Eu tinha 7 anos de idade e consegui, junto com meus colegas, tirar a professora louca de ação.

Fico imaginando o nobre chinês que, sozinho, segurando um paletó nas mãos, se colocou na frente de um tanque de guerra, dezenas de vezes mais forte e poderoso, diante do mundo que assistia estarrecido a sua força e coragem.

A imagem dele ainda circula pela net como algo grandioso que uma só pessoa pode fazer.

Rachel Corrie não teve a mesma sorte. Ativista norte-americana de 23 anos, se colocou na frente de uma escavadeira que pretendia demolir casas de palestinos, durante a Intifada de Al-Aqsa, na cidade de Rafah, perto da fronteira de Gaza com Egito.

O moço da escavadeira passou por cima dela 3 vezes.
Num mundo como hoje, fazer isso na frente das cameras deveria impedir uma parte dos assassinatos, mas não aconteceu isso.
Dia 28 de agosto de 2012, um tribunal de Israel inocentou o driver da escavadeira e o Exército, dizendo que a morte de Rachel foi acidental.



Tem fotos dela morta..mas tem fotos dela viva.

Não tenho muito mais o que falar...me pesa pensar que somos cheios de ódio, que nosso planeta recebe diariamente dor e sangue, em toda parte. Tudo bem, tem coisas boas...

Mas eu acho que o Sr.Smith estava certo...aliás...absolutamente certo.
Somos um vírus, destruidor.

Falo dela porque não pude calar.
Porque merece ser lembrada, sim.
Ela não queria morrer.
Não queria estar debaixo daquela escavadeira, meu Deus!!!

Por que tem que ser assim??

Muita dor saber dela.

Que pena...se não correr o mundo, terá morrido em vão, entende??

Falo dela porque temos que saber dela.
Precisamos saber o que aconteceu.

Eu não quero morrer debaixo de uma escavadeira, mas, com certeza, quero viver pelas coisas que eu acredito.
Cada vez mais.