Eu era adolescente. Minha irmã mais nova e eu íamos, nas férias, com nossos pais, numa cidade do interior, perto de Minas Gerais, que eu chamava de Cocoon, por causa do filme Cocoon, onde velhos num asilo encontravam ovos de ETs dentro de uma piscina e tomando e freqüentando aquelas águas, eles rejuvenesciam.
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Esta cidade me dava a mesma sensação. Muitas pessoas idosas vão ainda lá, em busca dos efeitos milagrosos das águas mornas ou sulforosas que saem da terra e se derramam nos copinhos coloridos, vendidos lá dentro do complexo.
Quando menor, minha irmã e eu adorávamos o local. Cheio de águas, piscinas deliciosas de freqüentar. Aos poucos fomos crescendo e o local ficou velho e manjado. Com as mesmas idosas pessoas em toda parte.
Tínhamos um pequeno apartamento nesta cidade, comprado por meu pai, no sonho de, na velhice deles, morarem em Cocoon. Com a morte prematura de minha mãe, o sonho se desfez e o apartamento foi vendido.
Mas, na estória que vou contar, real, ainda tínhamos o apartamento, e minha irmã e eu estávamos em nosso quarto, já nos preparando para dormir. A luz do quarto estava apagada e falávamos sobre besteiras, quando ouvimos um pequeno avião passar pelos céus da cidade. Lá isso é comum.
Incomum foi minha reação diante do fato: me sentei na cama e disse para minha irmã: Paulinha, os dois moços que estão dentro deste monomotor vão bater e morrer, bem perto da área de pouso, que é para onde eles estão indo.
Minha irmã ficou muda. Ela e eu fizemos um pensamento de luz e paz para o avião, rezamos e dormimos.
No dia seguinte. Minha mãe levou a família toda para uma cidade vizinha, onde fomos ver roupas e outras tranqueiras, fruto do artesanato local. Sempre fazíamos isso. Paula e eu fomos nos distanciando, entrando em outras lojas, quando ouvimos os sinos da igreja matriz tocarem muitas vezes, fora da hora.
Paula perguntou numa loja o que a igreja anunciava, e a lojista nos disse que o filho do prefeito (ou algum político da região) e seu primo haviam morrido num acidente de avião, naquela noite passada. A igreja anunciava a morte dos dois jovens.
Nunca mais me esqueci disso. Como e por que aconteceu, eu não sei.
Passei a respeitar mais assuntos como intuição, energias, e respeito pela vida, sem dúvida, o melhor e maior bem de todos nós.
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