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terça-feira, 27 de julho de 2010

O "Corpo Seco"

Quando eu cheguei aqui, fui numa reunião dos vizinhos. Nada demais. Boas vindas.
Casa caipira, vinho Natal, um queijo feito em casa, café saído de um fogão a lenha, numa cafeteira azul, tudo em cima de mesa simples de madeira, com toalha branca. Gente simpática. Foram logo falando das "coisas da roça".

Primeiro, cuidar bem ao andar de noite pelas estradas na roça, por causa do "CORPO SECO".
Corpo seco?, perguntei. Nunca ouvira falar.
Juraram que "fulano" era corpo seco. Filho de "siclana". Matou a mãe, e o pior aconteceu.

Como castigo divino, o corpo do moço secou quase até o esqueleto, mas ficou pesado, tão pesado com o peso da culpa que ele não pode mais andar sozinho. Fica escondido num canto escuro da estrada, esqueletoso e pesado, com fome eterna.

Se ele pedir ajuda a algum transeunte, este deve parar e carregar o corpo seco nas costas ate onde ele quer ir. Senão ajudar, fica doente.
E não adianta dar comida. Corpo seco esta sempre com fome.Fome que não se mata nunca.

Mas fico pensando. Me lembrei do Góllum.

Achei alguma semelhança na alteração que o odio faz no ser e como isso é "sentido" pelo imaginário popular.
Tolkien e os "antigos" da roça foram buscar no mesmo "inconsciente coletivo" a figura do atormentado.

Eu ando de noite por ai, de lanterna, com meus cães fiéis... Olho firme, se algum barulho me chama a atenção. Sei lá... e se for o Corpo Seco???

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabeéns , me ajudou muito no Trabalho !
Obrigada