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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

O avião que caiu no mato!

A polícia do sub-distrito foi avisada que um mono motor havia caído perto da cidade, numa área de difícil acesso, no meio da serra da mantiqueira, lá na grota funda. E que olhassem tudo, pois havia a possibilidade de uma maleta, com mais ou menos um milhão de reais, fruto de contrabando.

Saíram em dois carros. Um na frente se destacou do outro, acabou chegando primeiro.
Quando os outros policiais chegaram, viram o que chegara mais cedo, dizendo que piloto e co-piloto já estavam mortos. Revistaram tudo, avião, o terreno em volta, e não acharam nada.

Voltaram para a delegacia, sem maleta, mas com o relato do local da queda, os corpos, localização (ainda não tinha GPS), e nova turma de busca foi feita.

As semanas passaram e, depois de muito interrogatório, os soldados foram dispensados.

Os anos passaram. O soldado não é mais jovem. Envelheceu, como todo mundo. Anda pelas ruas da cidade, de camisa aberta no peito, boné, óculos escuros, chinelos de dedo, um palito na boca, (nojento!), e um sorriso perpétuo no rosto queimado de sol.
Anda de cabeça erguida, depois de estacionar seu carrão importado do lado do cavalo do seu Zé, do açougue.

A filha tem uma loja na rua principal da cidade. Não vende muito, mas está firme no negócio. Alugou a lojinha do lado, onde vende móveis, numa concorrência às casas Bahia, líder em vendas na roça de meldeus.

Em conversa fiada, sempre reclama da vida. Comenta como os preços estão caros e como é difícil a vida de aposentado da polícia.

Putz... verdade eu não sei se é.

Mas a estória me rende muito tempo sentadinha na praça, tomando sorvete e olhando pro carro preto, lindo, estacionado em frente da loja da filha.

Adoro morar no interior.

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