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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Krenten Brood

Sem televisão e sem rádio e net fica até fácil entender porque a culinária acabou sendo um ótimo passatempo na roça, agora que os dias são quentes, mas incrivelmente chuvosos.

A estação chuvosa começou tarde, com quase 2 meses de atraso. Agora vai chover muito. Hoje, por exemplo, não vejo a montanha da frente. Tudo é branco, e sem vento a água vai caindo sem parar, como uma parede.
Na casinha, meu pai começou a lembrar da infância na holanda, antes e depois da guerra. Falava dos pães que sua mãe fazia e da alegria que daria a ele fazer uma receita.
Fomos na cidade no dia seguinte, na segunda de manhã bem cedo.  Acontece que em São Chico, tudo fecha nas segundas. Ou quase tudo.
A padaria da Carmem esta aberta; Graças a deus. Ela é padeira, confeiteira e poderá me vender os ingredientes.
Dito e feito. Pra que você quer tudo isso? Expliquei: Meu pai quer fazer uma receita de Krenten Brood, um pão holandês da infância dele, uma espécie de panetone.
Krenten Brood, repetiu a Carmem, com cara de curiosa.Eu também estava. Animada.
Vamos então, sr. padeiro. Vamos pra casa fazer Krenten Brood.

A receita é grande. Confesso que fizemos a receita 3 vezes já. O segundo ficou sem crescer. Decepção. Vinha gente e papai ficou triste, como uma criança que não ganha presente no natal. Tínhamos farinha, fermento e frutas cristalizadas. Faríamos uma terceira vez.
Que bom. Deu certo.

Um quilo de farinha branca, misturada com dois saquinhos desses de fermento para pães. Misturar tudo com meio litro de leite morno, um ovo inteiro batido, frutas cristalizadas (eu coloquei 500 gramas, pois meu pai queria muita fruta), com uma pitada de sal.
Vale falar que não é panetone. É pão!
Vai para um lugar morno, numa bacia depois de sovadinho, coberto com uma toalha pra não pousar mosca, e deixar descansar por 40 minutos. Depois sova mais um pouco, separa em formas e deixa crescer mais uns 40 minutos, no mesmo lugar quente.
Eu costumo untar as formas com manteiga, farinha, coloco metade da forma com a massa do pão e deixo crescer no forno morno, mas desligado. Aí ligo o forno e é mais uns 45 minutos.
Passa manteiga, geléia, mel, queijo para quem gosta de misturar salgado com doce, algo que eu simplesmente adoro.

Falei pro meu pai que postava a receita aqui. Ele concordou.
Foi uma alegria fazer o pão com meu pai, um bom velhinho, sem dúvida. Estes dias de chuva,
ficarão em minha alma para sempre, como um presente do Universo.

Com café pretinho, feito na hora, ok??

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