Nem eu vou ousar responder. estas coisas são difíceis de ter uma resposta certa, definitiva.
Eu poderia contar muitas estórias de visões, aparições, mas mesmo assim, seriam reflexos da minha memória, que poderia estar sob efeito de alguma droga (:)), ou impressionada com algum evento, sei lá. Nem sempre o que vemos ou ouvimos é interpretado corretamente por nosso cérebro.
Eu já andei no escuro em lugares lá na roça que, durante o dia era uma coisa, mas de noite... putz...dá medo. E não é por nada, nem por gente má que ronde o local. É medo do que não se vê, do desconhecido.
Eu sei que desta vez, participaram da estória meu pai, o que não quer dizer nada, pois por causa do Mal de Parkinson, meu pai toma remédios que, com o uso prolongado, causam visões, alucinações. Mas além dele, o Melão, meu super cão bobão e eu.
Foi assim: eu estava no tanque, lavando roupa míuda para secar nos espaços de sol que se abrem pouco aqui no período das chuvas. Esfregava com vigor quando ouvi meu Melão latir e abanar o rabo. Uma voz disse algo que eu não compreendi. Só reconheci a última palavra: "...cachorro!". Puxa, quem será que esta ralhando com o Melão?? Fui pela sala, ví que meu pai também tinha ouvido a pessoa, o Melão ainda estava na mesma posição, meio impertigado, abanando o rabo e virado para o lado de onde a voz tinha vindo.
E olhei, gritei Oi e nada. Dei a volta na casa, pois pensei que talvez a pessoa tivesse dado a volta ao me ouvir lavando roupa do tanque. Nada.
Entrei na casa, e disse: "-"que estranho, pai. Achei que alguém tivesse falado alguma coisa. Juro que ouvi. Mas devo ter me enganado".
Não se enganou não, disse meu pai. Eu também ouvi, e estava reclamando do Melão, que latiu quando "ele" chegou.
Putz.
Sim, era isso mesmo.
Meu pai também tinha ouvido a mesma coisa que eu.
Voltei para o tanque, mas uma boa parte do dia eu fiquei arrepiada, olhando para as árvores, ouvindo os sons que vinham de fora.
Melão ainda abana o rabo para o invisível de vez em quando, mas eu já não vou mais lá fora procurar. Espírito ou gente viva, na matéria, eu não me importo. Se quiser falar comigo, vai ter que me chamar. Bater palma, gritar olá!!, qualquer coisa que defina um chamado.
Afinal, tempo é precioso, mesmo na mata.
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