Não era Titanic. Não era.
Eu "acordei" com a água batendo no meu corpo. Levantei assustada de uma cama já toda encharcada de água fria demais. Minha primeira reação foi pegar a criança que estava deitada num berço, ao lado da cama, e forçar a porta, que não queria abrir. Estávamos, a criança e eu, molhados de água fria e presos na estreita cabine que nos servia de quarto.
Agarrei firme a criança e comecei a bater na porta com meus pés. Ela cedeu e eu vi um corredor com tapete vermelho, enfeites dourados, lustres pequenos, com pouca iluminação.O bebê não chorava, nem emitia ruído algum, apesar de estar acordado. Era madrugada. Todos dormiam.
Do outro lado do corredor, havia uma porta. Com água até os joelhos, bati freneticamente na porta, gritando: "-Senhora, senhora, o navio está afundando". Não ouvi quase ruídos e bati com os pés na porta como fiz com a outra.
O casal acordou sobressaltado comigo, segurando o filho deles e gritando que o navio estava afundando".
A mulher logo levantou. Cabelos longos e escuros, pele branca, bem cuidada. Ainda me lembro da camisola de renda, longa e branca se molhando na água fria.
Eu sabia que iríamos morrer.
Acordei nervosa, dentro do quarto de meus pais.
Abri a porta do quarto deles a pontapés e segurava o meu travesseiro como se segura um bebê.
A voz da minha mãe estava dentro da minha cabeça, me chamando: "-Acorda, filhinha. Isso é um pesadelo".
Eu chorava. Tinha 14 anos e acabava de ter a experiência mais louca do mundo. Dormir como eu, acordar dentro de um navio afundando em águas geladas e de novo acordar como eu, seca e criança.
Sonho?
Agarrei firme a criança e comecei a bater na porta com meus pés. Ela cedeu e eu vi um corredor com tapete vermelho, enfeites dourados, lustres pequenos, com pouca iluminação.O bebê não chorava, nem emitia ruído algum, apesar de estar acordado. Era madrugada. Todos dormiam.
Do outro lado do corredor, havia uma porta. Com água até os joelhos, bati freneticamente na porta, gritando: "-Senhora, senhora, o navio está afundando". Não ouvi quase ruídos e bati com os pés na porta como fiz com a outra.
O casal acordou sobressaltado comigo, segurando o filho deles e gritando que o navio estava afundando".
A mulher logo levantou. Cabelos longos e escuros, pele branca, bem cuidada. Ainda me lembro da camisola de renda, longa e branca se molhando na água fria.
Eu sabia que iríamos morrer.
Acordei nervosa, dentro do quarto de meus pais.
Abri a porta do quarto deles a pontapés e segurava o meu travesseiro como se segura um bebê.
A voz da minha mãe estava dentro da minha cabeça, me chamando: "-Acorda, filhinha. Isso é um pesadelo".
Eu chorava. Tinha 14 anos e acabava de ter a experiência mais louca do mundo. Dormir como eu, acordar dentro de um navio afundando em águas geladas e de novo acordar como eu, seca e criança.
Sonho?
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