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sexta-feira, 29 de julho de 2011

Os animais tem alma?

Alma é a parte "material" de um Espírito que ninguém sabe de que energia é feito, nem em que dimensão está. Na alma guardamos todas as novas vivências, experiências, que com o sono, e mesmo com a morte, é encorporada no Espírito Imortal.

Quando dizemos que carregamos fulano na alma, queremos dizer que, nosso Ser Espiritual, terá dentro de si, toda o tesouro de sentimentos e vivências que tivemos com aquela pessoa. E quando dizemos que, antes mesmo de conhece-lo, a alma já sabia quem ele era, queremos dizer que, nosso Ser Espiritual deixou vivo, em algum lugar, o tesouro já vivido com aquele ser, e nossa alma, ainda que sem saber ao certo o que foi que vivemos, trás a lembrança das sensações. Traz a certeza que já estivemos juntos antes.

Muita gente confunde isso tudo. Esse intercambio de memórias não é sinal de evolução. Isso quer dizer que ter alma significa ter um Ser Espiritual em evolução em algum lugar. Ter alma significa estar na jornada. Ter memórias vividas acumuladas no nosso "baú" de tesouros. Nossas experiências são nosso maior tesouro. Assim sendo, um animal tem alma, visto ter um Ser Espiritual em alguma dimensão, evoluindo, na escala dos espíritos, no reino animal, acumulando experiências em seu baú.

Inteligência faz parte de todos os gráficos de evolução, esteja no Reino animal, ou hominal.

Meus cães (tenho certeza que muita gente vai ter estórias para contar) são mais inteligentes que muito peão que eu contratei pra roçar o sítio. Não são mais evoluídos, porque anda são cães, mas possuem, em alguns quesitos, notas mais altas que os nobres representantes humanos que roçaram o sítio.

E nosso planeta esta evoluindo (pode parecer que não, mas esta) e a estória se repete aqui na Terra, como foi em muitos outros lugares antes dela: as civilizações acabam em grandes mudanças climáticas ou naturais. Enchentes, terremotos, mudança de eixo. Tudo isso pode mostrar que nosso lindo planeta azul está crescendo. E todas as criaturas que navegam com ela pelo espaço evoluem junto com ela.
Animais, plantas, pedras, estamos todos no mesmo barco. Evoluindo. Nunca foi suave. Não será agora. Mas uma coisa é certa: já aconteceu antes e vai continuar a acontecer, porque a evolução não pára nunca. Deus não pára nunca.
E nós também não.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Dia fora do tempo

Hoje, 25 de julho, é um dia fora do tempo. Fora do tempo do calendário maia, baseado na lua, com 13 luas x 28 dias/mês.
Dia 25 é um dia suspenso no tempo. Existe em  outro aspecto do tempo, que não o físico (ou material). Isso quer dizer que conta espiritualmente, e apesar de ser um dia fora do tempo, ele carrega grandes significados em suas 24 horas.

É chamado de Dia do Perdão Universal.
Dia do Perdão Universal. Dia 18 de setembro, temos a comemoração do Dia do Perdão, pelo menos aqui no Brasil, no meu calendário comemorativo, gregoriano. Não me lembro de grandes comemorações neste dia, que homenageia algo bem difícil de se realizar na prática: o Perdão.
Perdoa-se alguma coisa, outras não. E a carga na vida vai ficando pesada, com todas estas mágoas, ressentimentos. Tudo ali, arquivado e manuseado de quando em quando. Dia do perdão é isso: tirar as amarras de todos estes pesos, e deixar que fiquem no meio do caminho. É livrar-se do passado, pois não é perdoar alguém de algo ruim que aconteceu. É permitir que eu e somente eu me beneficie do perdão, pois o peso estará no chão, e eu poderei seguir livre e leve. Algumas vezes, não nos perdoamos, portanto o peso vem de nossa enorme capacidade de criarmos coisas. Neste caso, criamos o peso ao invés de criar luz ou paz dentro de nós. Tudo bem. Acontece. Mas neste dia, do perdão universal, é perdoar-se para seguir a diante. Universal porque vale pro Universo todo, certo? E vale pro universo de coisas que guardamos sem utilidade real. Vale para todo tipo de perdão.

Chamado também de dia Verde, dia da cura, da busca da energia verde de seres espirituais elevados, que vêm na vibração da natureza para ajudar aqueles que acreditam em seus poderes de cura e que estão prontos para vibrar em ressonância. Digo isso de acreditar, porque é difícil para muita gente sentar num sofá, confortavelmente, e vibrar verde com as hostes espirituais. Tudo bem. Eu sou uma delas. Mas vibrei lá fora, na terra mesmo, junto com as flores e árvores aqui do sítio.

É também, mas não menos importante, o intervalo entre o final de um ano e o começo de outro. Amanhã, dia 26 de julho, começa o "ANO MAGO RÍTMICO BRANCO".
Seja lá o que isso signifique, ano novo é sempre oportunidade de recomeço, começar com o pé direito, com mais liberdade, mais consciência dos próprios atos, mais compromisso com a verdade, com o respeito, com a vida.


Feliz dia 25 de julho para todos nós!

O celular e a rosa

Vim de São Paulo de ônibus, Pássaro Marrom, direto da grande cidade para São José dos Campos.
Eu não tenho esta coisa de escolher lugar. O que vier marcado no papel da passagem, ótimo. Mas confesso que sempre penso "onde esta a saída de emergência". A janelona que abre, caso tudo dê errado.
E lá fui eu.
Tive "sorte" e tanto na ída quanto na volta alguém conversou a viagem toda no celular. Me fez pensar na loucura que é isso hoje em dia. Sentada num ônibus intermunicipal, escutando a conversa de um compadre cearense, que ia sair de férias, depois de quase 16 anos sem visitar a "terrinha". Conversava com um irmão sobre deixar a esposa na Baia, na casa dos parentes dela, e voltar pra terrinha, solteiro, com um filho adolescente a tiracolo, dizendo em voz bem alta: "-Eu to querendo sair pra balada, sê tá intendeno? Balada, viu-se? Larguei Carminha com os pais dela e to indo pra balada, sê intendeu?".
O ônibus todo entendeu. Pobre Carminha.

E o celular esta em toda parte. Na roça todo caipirinha tem pelo menos um. è verdade que dependendo do lugar, não pega nem com reza braba. Aqui não pega nada, por exemplo. Tem gente (os meninos que vem roçar) que fica andando um tempão pelo terreno procurando sinal no danado do telefone. É até engraçado ver o rosto mostrando nervosismo. Ficam inconformados de não ter sinal. parece que ficam pelados. Engraçado como até bem pouco tempo atrás não havia celulares e todos viviam muito bem sem eles.

Cheguei na rodoviária de São José dos Campos. Sempre me causou estranheza o tamanho da rodoviária. É muito pequenina, por ser de uma das maiores cidades do estado. É um tico, aberta, e sempre com mendigos e mendigas andando pra lá e para cá, alguns até sem muita noção de realidade. Desta vez uma mulher, impossível dizer a idade, por causa da enorme sujeira, cabelos em desalinho, roupas maiores, sapatos enormes, vida sofrida. Ela sorria e andava pela rodoviária carregando um enorme saco imundo nas costas. Vai saber o que levava lá. Seus únicos pertences.

Agora aqui em casa, olho pro armário do quarto e penso no tanto de roupas que eu ainda tenho, apesar de já ter dado uma parte considerável de roupa e sapato. Faz tempo que sou adepta de dar uma peça quando eu compro ou ganho uma peça. Guardar tudo não dá; usar tudo impossível.

Voltar para a roça tem mais significados do que simplesmente voltar para casa. Se só fosse este o motivo, já seria ótimo. Casa é lar, fica-se bem entendido. Um lugar gostoso para se voltar depois de se ter passado um tempo fora. Lar.
Mas voltar pra roça tem seus significados mais amplos: saúde, por exemplo. Eu levanto mais animada com as tarefas da casa. Tem as tarefas de fora, com plantas, horta. Tudo isso mexe muito com o corpo, em contato com as plantas, o sol.

É disso que eu sinto falta. Do ar cheiroso e cheio de sons que vem da mata, do rio, dos pássaros.

Dos animais domésticos, que eu cuido com amor. Ás vezes perco o contato com a realidade, e os chamo de filhos, bebês, mas isso fica apenas entre nós: sou uma péssima mãe de bichos. Odeio levar animais em veterinários e quando tem que tomar remédio eu prefiro o jeito mais prático. acabo dando o necessário e só.

Estou me preparando para fazer sabão de óleo usado.
Cortei a roseira hoje e vou fazer muitas mudas da flor (pelo menos uma das flores) mais linda do mundo.
Sempre atenta. Ontem entrei no banheiro. Era noite e eu optei por entrar no escuro mesmo.
Quando percebi que meus pelos do braço haviam se eriçado, eu resolvi acender a luz. Meus olhos demoraram a entender o que estava: uma enorme, enorme aranha preta, com uma bunda gigante, estava na pia branca e lisa do banheiro; Putz...era bem grande mesmo. Foi morta com uma paulada de vassoura. Direto pro lixo. Mas eu achei legal o corpo arrepiar se eu estar vendo conscientemente, sabe??
Doido né? Ver com o corpo e não só com os olhos.

Daqui a pouco desço pra horta, e pra estufa. Vou fazer as mudas da rosa que eu podei.
Beijão e até.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Série Sonhos - O Rei morreu

Não tenho motivos para confundir sonhos(1), destes que são debulhados em consultórios de psicanálise, destes que se tem certeza que são sonhos, com sonhos(2), daqueles que se acorda com a incrível sensação que aquele ser, diferente em tudo, era eu mesma. Deste segundo grupo de sonhos, eu tenho alguns para compartilhar. Não tem nenhuma lição de moral, não tem nenhuma ligação (aparente) com tudo o que vivi na época, que poderia despertar sonhos deste tipo. Não tem fins claros; acabam de repente.
Voltam em minha mente, de quando em quando.
Vou contar alguns aqui. Farão parte desta série.

O Rei morreu.

Minha consciência despertou em um outro lugar, que não minha casa quente e confortável num bairro de classe média de São Paulo. Era um palácio de pedra fria (destes que se vê em filmes). O frio entrava pelos meus pés, mal vestidos, que deixavam o frio subir pelas pernas. Meu corpo todo era gelado.
Não sei se eu era homem ou mulher. Nestes sonhos, a informação vem como algo certo. Mas eu estava confusa. Não sabia como eu estava lá.
Era noitinha. Eu estava vestida como um bobo da corte. Algo assim. Roupas coloridas. Minha única roupa. Isso eu sabia. Quando ela se acabava, eu ganhava outra igual. Por anos eu vesti aquilo. Não era um bobo da corte, nem tinha direito algum de falar verdades. Seguia o rei como um animal segue seu dono. Eu ouvia e via coisas que o rei fazia. Seguia seus passos. Ajudava com suas necessidades, fazia-o rir quando ele queria rir. Mas jamais poderia ousar falar sem permissão, nem dizer aquilo que o rei deveria ouvir.

Coisa engraçada. Nestes sonhos, meu coração estava tão claro. Podia sentir tudo o que aquela criatura sentia pela condição em que se encontrava. Uma solidão imensa, sem amigos, sem amor ou carinho. Nada era meu. Nada me pertencia. Eu não tinha nada, e eu não era nada. Não tinha nome, nem vontade. Tinha apenas frio e medo. Medo de pertencer a alguém que, por certo, não tinha o direito divino de assumir vidas humanas.

Eu dormia no chão, ao lado da cama do rei. A rainha dormia do outro lado da cama. Eu dormia no tapete, bem embaixo da cama. Não sei por quanto tempo eu fiz aquilo. Naqueles dias, eu acompanhava a luta da rainha e dos médicos reais em ajudar o rei a respirar. Eu ouvia sua respiração ofegante. Sua enorme falta de ar. A cada barulho do ar que tentava entrar e não conseguia, eu temia pela minha própria respiração.

Na noite do sonho, eu me deitei no tapete. A rainha havia comentado comigo para que ficasse acordado naquela noite, pois o rei precisava de acompanhamento. Eu não podia dormir.
E naquela mesma noite, eu levantei do chão frio do quarto luxuoso do real casal, e olhei para o rei. Lembro apenas que acompanhei sua respiração acabar dentro do peito. Acordei a rainha, e mostrei o rei, morrendo na cama. 

Não olhei mais para o real casal. Enquanto ela se movia pelo quarto, chamando pelos médicos reais, eu fui até uma pequena e fina janela, do lado da cama, e coloquei minha cabeça para fora, sentindo o ar gelado da noite. Uma noite linda, cheia de estrelas.

Enchi meus pulmões de ar, como se quisesse me certificar que eu podia enche-los de ar, e, na noite escura e fria, eu gritei pela janela:
"-O Rei morreeeeeeuuuuuuuuu!".
"-O Rei morreeeeeeuuuuuuuuu!".

Aos poucos, as casas do burgo, em torno do castelo, foram acendendo tochas nas portas. Lá de cima do castelo, na pequena janela de pedra, eu via as luzes aos poucos iluminando as casas.

Acordei com o som da voz gritando ainda em meus ouvidos que o rei havia morrido.

sábado, 16 de julho de 2011

Meu horóscopo da semana

Olhei meu horóscopo desta semana num site até que bem legal.

Não entendo nada de astrologia, e embora tenha feito curso de reconhecimento celeste e goste de ler  Hawkings e toda esta turma, confesso que, de vez em quando, pulo a cerca da lógica e da ciência e pulo pro terreno vizinho, menos nobre, da Astrologia.

Já tentei ler sobre o assunto, mas minha capacidade de guardar  toda essa informação (ou qualquer outra) no meu cérebro quase cinquentenário, está se esgotando.
Nem do tal horóscopo semanal, lido faz pouco tempo, eu guardei muita coisa. Na verdade, guardei uma só: que não tinha nada de muito importante pra acontecer, mas que, de qualquer forma, eu bom eu ter um extra de paciência para não me desgastar com coisas que não valiam a pena.

Pensei pouco sobre a frase, mas ela ficou firme em algum lugar em mim.

Hoje é sábado.
Não fiz muita coisa, pois estou "de castigo", cuidando do "meu pai".

Já vou explicar as aspas em castigo e meu pai.
Castigo porque estou na cidade grande chamada São Paulo, a maior da América Latina, num prédio de apartamentos pequenos, num bairro de classe média, onde a janela de um quase encosta na janela do outro, dividindo espaços íntimos de forma tão cruel.

Castigo porque não posso sair desse apartamento, pois estou sozinha com "meu pai" (já já explico, calma), que tem Parkinson há quase 20 anos. Isso, para quem não sabe, significa que ele já está vivendo a fase das alucinações, causada pelo excesso de fortes remédios, tomados ininterruptamente, por tanto tempo. Não pode ficar sozinho, pois não anda mais direito, não faz mais as necessidades básicas que um homem normal faz sem pensar. Não come direito, não toma banho sozinho, e cai com frequência, se machucando ás vezes feio, obrigando um tratamento ainda maior, mais cheio de cuidados, para não piorar a situação, que, por si só, já é bem ruim.
E as alucinações quase que obrigam meu pai a andar ofegante pelo pequeno apartamento, em grande dificuldade, cheio de medo daquilo que só ele vê. Esse agravante torna o convívio difícil, pesada, pois na hora de conversar sobre o que é real e o que não é, a razão não entra neste diálogo, e cair é fácil. Não só cair no chão, mas cair na armadilha de chamar o homem que ele foi de volta (estou quase me fazendo entender sobre as aspas em "meu pai", não é?) á realidade. Nestes momentos, há desconfiança, e a filha não é mais a filha, é alguém que não está acreditando nos seres que saem das tubulações de eletricidade, dos homens mascarados que estão atrás da porta do banheiro, dos movimentos de complô e destruição, que, para ele, estão em toda parte e são mais reais do que aquilo que está em torno: um apartamento pequeno, mas bem mobilhado, com 3 adoráveis gatinhos, cores claras nas paredes, e um quadro das duas filhas (minha irmã e eu) pequeninas, pendurado na parede.

No prédio ao lado, quase tocado, uma festa rola no salão. Uma menina faz aniversário, e os entes queridos e amigos cantam parabéns entre palmas e risos.
Eu lembro das festas que eu comemorei em minha infância, não aquela lembrança clara, mas embaçada, daquilo que já faz tempo que aconteceu. Não tem sons, mas lembro de cenas, de sentimentos, de alguns acontecimentos.

Faz tempo que não gosto de comemorar meus aniversários. E, no dia de hoje, a comemoração é quase um acontecimento triste para mim.

No calor da confusão, do homem em estado de alucinação louca, desesperado, eu deixei de encarar como pai. Saí de mim, fora do corpo, para observar a situação mais friamente.

"Meu pai" é um ser individual, com um passado nas costas. Passado pesado, triste, vivido na Holanda, em infância roubada pela segunda guerra mundial. Seus irmãos mais velhos, 3 ao todo, tiveram idade de servir e foram para os campos de batalha. Voltaram todos com as alucinações de perseguição, atacando armários e portas, certos de que os alemães estavam de tocaia em suas casas.

Este homem, velho e comido pela doença, já não é mais "meu pai". Não que ele tenha diminuído aos meus olhos. Não. Ele explodiu, quebrou os limites do corpo, e se tornou um Espírito vivendo seus medos, suas dores, seu fim mortal.

Que lição tiro disso?
? Falar da transcendência da alma lembra muito uma questão de fé, e confesso que, no momento, não sinto muita fé religiosa. Mas minha relação com Deus é mesmo assim. Altos e baixos. Tenho certeza que Ele já está absolutamente acostumado comigo e com todos os inseguros filhos que vieram antes e que virão depois de mim.
? Falar de amor incondicional seria mentira. Minha alma é muito humana para não odiar e desejar a morte, para não sentir desprezo, para não sentir medos. A genética é ciência bem clara, e a minha posição não é muito confortável no momento. Claro que não falo da posição nesta cadeira, mas sim do meu código, que me coloca numa situação de medo e desconforto com relação ao meu futuro. Reconhecer-me frágil, perdendo o orgulho, talvez seja uma boa lição. Viver o agora, vigorosamente, não bestamente, talvez seja uma outra boa lição.
? Paciência, que me falta de monte, uma outra lição, não daquelas que já se aprenderam, mas sim daquelas que ainda vamos aprender, sabe? Como se eu olhasse o livro lá na frente, e visse que terei estudos extras para aprender. Preparar-me seria uma atitude boa a tomar. Talvez Meditação seja o caminho. Caminho para a alma. Buscar o centro do meu Ser, para não perder a consciência, para não perder os detalhes da vida.
? Dar valor as coisas pode também entrar na lista de aprendizado, meio que se confundindo com o Viver o Agora, com sabedoria e envolvimento.

Meu rosto esta afogueado. Minha respiração está difícil e meu rosto está triste, tenho certeza que reflito nele o momento que eu vivo.
Não tive filhos, nunca os terei nesta vida. Não tive nem adotivos, nem de coração. Todas as crianças que cruzaram meu caminho já tinham pais e mães, e eu não precisava ocupar um buraco no coração destes pequeninos seres.
Aliás, lembro-me agora de um menino, de uns 5 ou 6 anos, que na minha adolescência eu cheguei a abraçar num orfanato. Ainda me lembro da voz das atendentes dizendo alto para que eu ouvisse que não era bom as pessoas demonstrarem tanto carinho por estas crianças, se não tinham maturidade para assumir este carinho. Era colocar uma esperança de amor no coração de quem não tinha nada, a não ser a enorme vontade de ser amado, de ter um adulto que o acolhesse com amor neste mundo. Não sei se estavam certas. Não posso saber, pois o ônibus da instituição religiosa que me levou até lá, me trouxe de volta para casa, e eu nunca mais retornei.
Depois disso, nunca mais fui a um orfanato.
Deixei meu pai (agora sem aspas) no quarto. Vim pra sala digitar minha confissão.Para abrir meu coração, para desabafar e chorar.
Daqui a pouco, terei o jantar pela frente.
Depois..bem, depois eu deixo para quando o tempo certo chegar.
Agora é agora.
E chega.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

LUTO

http://bocabymm.blogspot.com/2011/07/brasil-iii.html#comments

Não deixem de ler esse link. É do Manolo Mattos, de Campos do Jordão, meu amigo.
"Luto" é um texto importante. Fala de você, de mim, de todos nós.

Eu não tô querendo fazer um motim nacional. Não quero criar um movimento revolucionário contra o poder instituído pelo povo.
Mas com certeza, como parte de ser brasileira, parte do "povo", tenho o direito constitucional de reclamar, opinar, pedir e blogar.

Posto aqui 3 imagens que vieram do "povo" lá de Jaraguá do Sul, uma cidade linda. Já fui lá algumas vezes. Só não tem restaurante aberto depois das 13h. Nunca cheguem em Jaraguá do Sul com fome, depois do "horário do almoço".
Mas brincadeiras á parte, lá vão as fotos.




Se cada célula deste corpo "gigante pela própria Natureza" chamado "povo" colocar um protesto na cara, na blusa, no carro, no blog... o mundo pode mudar.
Nosso Gigante pode ficar mais agitado, com certeza, mas pode gostar desta agitação. Pode gostar das mudanças.
Tudo bem..eu NÃO acredito em Papai Noel, MAS acredito no Espírito Natalino.
Eu NÃO acredito em Coelho da Páscoa, MAS acredito no repartir do pão (ou do chocolate).
Eu NÃO acredito em cegonha, MAS acredito na liberdade, na escolha, na vida.

Se eu perder minhas crenças, perco minha vida bestamente.


Quando alguém sumir de sua vida

Hoje eu falava com uma amiga sobre "perder" alguém importante na minha vida. Seja familiar, seja amigo, seja amor. 
E por estas coincidências da vida, achei um texto do Osho.


"De verdade, esse momento é significante. Sempre quando alguém "morre", alguém com quem você esteve profundamente relacionado, alguém com quem você esteve muito íntimo, alguém com quem você foi muito feliz ou infeliz, triste e zangado, alguém com quem você conheceu todas as estações da vida e alguém que de algum modo tornou-se parte de você e você tornou-se parte dele ou dela – quando alguém assim morre, não é apenas uma morte que ocorre exteriormente, é uma morte que ocorre dentro também.

Ela estava possuindo uma parte de seu ser, então quando ela morre, essa parte em seu ser também morre. Ela estava preenchendo algo em você. Ela desaparece e ficam os ferimentos.

Temos muitos furos em nosso ser. Devido a esses furos procuramos a companhia do outro, o amor do outro. Pela presença do outro nós, de alguma maneira, conseguimos preencher esses furos. Quando o outro desaparece, esses furos estão lá novamente... escancarando abismos.

Você pode ter esquecido deles, mas você os sentirá. Então use esses momentos para uma profunda meditação porque mais cedo ou mais tarde esses furos serão preenchidos novamente. Esses furos irão desaparecer novamente. Antes que isso aconteça é bom penetrar nesses furos,penetrar nessa vacuidade que ela deixará para trás.

Então use esses momentos. Sente-se silenciosamente, feche seus olhos, vá para dentro. E apenas veja o que aconteceu. Não pense sobre o futuro, não pense sobre o passado. Não vá para as memórias porque isso é fútil. Apenas vá para dentro.

Que aconteceu a você? Ela está morta; agora que aconteceu a você? Que está acontecendo com você? Apenas mergulhe nesse processo. Isso irá revelar muitas coisas em você. Você será completamente transformado se você puder penetrar nesses furos. Você não irá tentar preenchê-los novamente, mas você ainda pode amar.

A pessoa pode amar sem de maneira nenhuma levar o outro para dentro e preencher alguma profunda necessidade lá. A gente pode amar como um luxo... porque a gente precisa repartir e a gente quer repartir. Assim o amor não é mais uma necessidade; você não está ocultando suas mágoas atrás dele.

Então penetre nessas mágoas, penetre nessa vacuidade, penetre nessa ausência, e observe – isso é uma coisa.

A segunda coisa: lembre-se que a vida é realmente efêmera, passa rapidamente... tão momentânea. Vivemos num mundo mágico. Nós vamos iludindo a nós mesmos. De novo a ilusão desaparece. De novo a surge realidade. De novo alguém morre e você é lembrado que a vida não é confiável, que a pessoa não deve depender demais da vida. Num momento ela está presente, em outro momento ela se vai.

É uma bolha de sabão – apenas uma pequena alfinetada e ela se vai. Na verdade, quanto mais você entende a vida, mais cheio de admiração você fica sobre como isso existe. Desse modo a morte não é o problema; a vida se torna o problema. A morte parece natural.

É um milagre que a vida exista – tal coisa temporária, tal coisa momentânea. E não somente ela existe, pessoas confiam nela. Pessoas dependem dela, pessoas contam com ela. Eles colocam todo o ser deles aos pés dela – e é só uma ilusão, um sonho.

A qualquer momento se vai e a pessoa fica chorando. Com a sua ida todo o esforço, todo o sacrifício que você fez por ela. Subitamente tudo desaparece. Então observe isso – essa vida ilusória como um sonho, momentâneo.

E a morte está vindo para todo mundo. Estamos todos de pé na fila, e a fila estácontinuamente chegando mais perto da morte. Ela desaparece; a fila fica um pouco menor. Ela abriu espaço para mais uma pessoa. Toda pessoa que morre lhe traz para mais perto da sua própria morte, assim toda morte é basicamente sua morte.

Em cada morte a pessoa está morrendo e chegando mais perto de uma parada completa. Antes que isso aconteça, a pessoa precisa ficar tão cônscia quanto possível.

Se confiarmos demais na vida, tendemos a ficar inconscientes. Se começarmos a duvidar da vida – essa assim chamada vida que sempre acaba na morte – então nos tornamos mais cônscios. E nessa consciência um novo tipo de vida começa, suas portas se abrem – a vida que é imortal, a vida que é eterna, a vida que está além do tempo".


Osho, em "The Passion for the Impossible"
Fonte: Osho.com

Entrar no peito.
De novo e sempre o melhor caminho para crescer.

Eu acredito na vida que é eterna.
E quando esse alguém que se for, e fizer parte deste eterno, entrar no peito dá aquela calma de que iremos nos reencontrar, em algum lugar no futuro.

Portia Nelson

Adoro ver as voltas que o mundo dá.
Dias destes fui numa livraria famosa, destas grandes, com sofás para leitura, coffeshop, palestras.
E foi numa destas palestras que eu ouvi falar sobre Portia Nelson. Verdade seja dita, o homem que dava a palestra não preparou bem nem a dita cuja, nem o livro que ele havia escrito e que servia de base para a dita cuja.
Num despreparo absurdo de encontrar nos dias de hoje, anunciou que não sabia quem era Portia Nelson e nem tinha tido a curiosidade de saber quem era, mas que havia, um dia, lido um poema dela e que gostara muito. Acabou colocando o poema no livro por ele escrito.
Nos dias de hoje, de internet e informação á distancia de um botão, é mesmo muito feio escrever algo sobre alguém e nem se dar ao "trabalho" de saber quem é esse alguém...bom, deixando o erro do homem em questão, fui atrás de informações sobre ela.

E ai, nas voltas do mundo, eu mudo de assunto, e lembro como o tempo passa depressa. Vendo a foto dela na internet, lembro do filme "A noviça rebelde". Uma das freiras "legais" do convento da Maria.

Na vida real, poetisa, atriz, cantora norte-americana. Morreu em 6 de março de 2001.

O poema dela, que o desavisado escritor colocou no seu livro, eu o coloco aqui no meu blog. O leitor vai poder digitar o nome dela no Google e saber mais a respeito.
Penso, ao ler Portia Nelson, as armadilhas que criamos para nós mesmos, fugindo da verdade que esta dentro de nós. Nossa verdade. Linda verdade. Seja ela sobre nossos defeitos ou nossas qualidades, a verdade interior será sempre nosso tesouro. É cara a cara com ela, que nos conhecemos, nos revemos, abrimos nossa mente e nosso coração.
Culpamos os outros, responsabilizamos pessoas que estão do lado de fora de nós mesmos.
Somos Deuses, Co-Criadores de nosso destino. Ao colocarmos a força de nossa vida nas mãos de outrem, roubamos nosso próprio tesouro: nossa liberdade de escolha, e ao escolher, nossa liberdade de agir.

Autobiografia em 5 capítulos

Autobiografia em 5 capítulos

1) Ando pela rua . Há um buraco fundo na calçada . Eu caio 
Estou perdido... sem esperança. Não é culpa minha. 
Levo muito tempo para encontrar a saída. 
  
2) Ando pela mesma rua. Há um buraco fundo na calçada 
Mas finjo não vê-lo. Caio nele de novo. 
Não posso acreditar que estou no mesmo lugar. Mas não é culpa minha. 
Ainda assim levo um tempão para sair. 
  
3) Ando pela mesma rua. Há um buraco fundo na calçada. Vejo que ele ali está 
Ainda assim caio... é um hábito. Meus olhos se abrem. Sei onde estou 
É minha culpa. Saio imediatamente. 
  
4) Ando pela mesma rua. Há um buraco fundo na calçada. 
Dou a volta. 
  
5) Ando por outra rua. 


Amigo

Passei pelo blog do Boca MM e relí "Precisa-se de um amigo", do Vinícius de Moraes.
Devo confessar, ainda que com certo receio de ser taxada disso ou daquilo, que não gosto muito da pessoa do Poeta. Mas reconheço que falo sem ter conhecido o mesmo pessoalmente.
Talvez puro preconceito.
O certo é que, separando a pessoa do poeta, leio encantada certos versos, sejam falados ou cantados, que movimentam minha mente, meu coração, balançando sentimentos e instituições internas.

"Precisa-se de um amigo", com certeza, é um destes casos.

Coloco aqui, imitando meu amigo MM.
Acho que nem um nem outro reclamarão da minha ousadia em reproduzir aqui o belo texto sobre o "amigo", aquela figura que vale ouro quando encontramos na vida, seja este amigo um amor, um companheiro, um filho...afinal, basta ser humano.



Procura-se um Amigo
Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor.. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar.     Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoa tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.
     Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.
     Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive.
Vinícius de Moraes


Certo??
Beijão de amiga.