quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
Não comemoro Natal, mas sou uma pessoa legal.
Não comemoro Natal, mas sou uma pessoa legal. Acho que é porque não tem criança aqui em casa e, mesmo se tivesse, fico pensando em como eu posso olhar nos olhos daquele criatura que eu amo e que espera de mim a verdade porque acredita de fato em tudo o que eu falo, que existe um homem assim assim assado, morando no pólo norte.
Aqui só tem adulto, que sabe que Papai Noel não existe, que ele é uma figura vinda de outro país, numa realidade bem diferente (com neve, frio...) da nossa. Não tem ninguém aqui que tenha que dar presente obrigado, só porque a data dita isso. Aqui tem gente que dá presente quando quer e quando pode. Adulto não quer dizer chato, sem espírito esportivo. Não quer dizer que não se divirta com festas populares, com folclore ou mundos em dimensões além da nossa imaginação. Mentir é que é o problema. Se eu acreditasse...se eu...mas não acredito em Papai Noel.
Não comemoro o nascimento de Jesus no dia 25 de dezembro não porque sou de outra religião, ou porque não tenho religião nenhuma, mas porque para mim, Jesus tem que nascer no meu peito, e não numa data certa, mas sim quando meu peito estiver aberto para isso. Jesus nasce todos os dias, todas as horas. A data 25 de dezembro foi inventada. Ajuda a lembrar Daquele que não deveria ficar esquecido o ano todo.
Não faço ceia, porque a janta tem hora pra sair, quentinha do fogão de ir pra mesa, já que tem hora pra acordar, e trabalhar cedo, e ficar o dia todo na lida da vida. Na hora da janta, comida boa, santa, feita de tudo o que deu pra comprar e para fazer nesta data de luz, ou seja, todo dia. Todo dia é santa ceia, de comida que abençoa e nutri. Todo dia é dia de agradecer pela vida, pelo alimento, pela chance, por tudo.
Ser adulto não é não ter Espírito Natalino, mas vamos combinar? Espírito Natalino é sagrado, e não tem que ter, necessariamente, esse nome. Chama-se AMOR, RESPEITO, PAZ, FAZER O MELHOR, LEVANTAR E SEGUIR, ACREDITAR. Não tem bom velhinho vestido de vermelho, com barba de algodão. Ridículo. Num país tropical? Todas as pessoas que fazem o bem do dia do Natal podem fazê-lo em qualquer outro dia. Quem nunca fez nada de bom para alguém, pode começar agora, não precisa esperar o Natal.
Desejar que todo dia seja Natal.
Desejar que você receba e dê muitos presentes.
Desejar que Jesus nunca morra em nossos corações.
Desejar que cada pessoa neste planeta possa ter ao menos, uma refeição.
Desejar que todas as crianças do mundo tenham educação, brinquedo e comida, saúde e amor.
Desejar uma humanidade feliz neste planeta lindo, num universo infinito de possibilidades para cada um de nós.
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
Chove lá fora e, aqui....
Hoje eu acordei com aquele som gostoso que a água que cai do céu faz ao tocar o solo verde da montanha. Saí da cama e fui pra sala, sem olhar o chão. Fui louca pra dar com a imagem tão querida do vale branco em chuva. As nuvens pesadas, barrigudas de água, caminham baixas por aqui, despejando o bendito líquido no solo agradecido.
As chuvas demoraram a chegar este ano. Começou praticamente agora em dezembro, coisa que desde setembro deveria estar acontecendo. Eu não sei o que isso quer dizer...é como se eu pudesse ler de diversas formas a mesma coisa. Se as águas demoraram a chegar é porque o planeta esta mudando? Pode ser mesmo que o efeito de nosso desrespeito e orgulho estejam alterando definitivamente as estações? Teremos seca? Enchentes? Não é isso o que se vê o tempo todo na televisão?
Seja lá o fim de algo ou o recomeço de algo, eu sei que as pessoas estão cada vez mais perturbadas. Isso não é ser negativa: é ver os fatos. A violência está em toda parte, embora meus olhos possam ver a Bondade em cada centímetro verde de chão. Na roça ou na cidade, vejo que pessoas sensíveis e que enfrentam dores que ninguém pode ajudar (no pensamento delas) se entregam á morte como última tentativa de paz. Que pena. A desesperança, destruindo tudo à sua volta, não pode ser boa conselheira.
Minha vizinha chegou chorando em casa ontem, Estava me ajudando com a roupa no tanque e vi que seus olhos choravam de tristeza. O sobrinho se enforcou na árvore da praça, na rua onde morava. Faz um mês que isso aconteceu, e a tristeza ainda não esmoreceu um milímetro sequer. Meu peito doeu junto com esta mulher forte e resiliente, com testemunho de vida cheio de estórias para contar. É muito bom ouvir sua voz feminina e sotaque da roça contando as aventuras de quem nasceu e foi criada na vida natural, onde só se comprava na vendinha um quilo de sal e querosene pra "lumiá" a casa. O resto..hum.. tudo se fazia na mãos laboriosas de homens e mulheres que quase não existem mais.
Duas pessoas, no bairro onde minha irmã mora, na cidade grande, se jogaram de seus apartamentos para a morte. Que pena... por quê a sensibilidade nos leva a este ato de dor suprema? O que estamos fazendo conosco? Com nossos filhos?
Você já parou para pensar nisso?
Que mundo estamos construindo? Que mundo estamos destruindo?
Que marcas deixamos para futuras gerações? Que gerações são estas?
da simples parece ser uma solução pessoal e intransferível, seja qual for o filtro de minha visão das coisas:
se o copo esta meio cheio, a vida simples vem preencher a outra metade com soluções ecológicas que não danificam o meio ambiente, preservando assim o único meio de trasporte que temos nesta vasta imensidão do céu.
se o copo esta meio vazio, a vida simples me parece o único meio inteligente de enfrentar o futuro, salvando recursos alternativos para os piores tempos.
E ainda não parou de chover lá fora.
Fazer cada um a sua parte, sem se importar se amanhã o mundo vai acabar ou não.
Eu escolho viver.
E viver bem, e melhor, comigo mesma, com os que me cercam e com o planeta que me acolhe.
Eu escolho acreditar.
E você??
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Damien Hirst
Damien Hirst é um artista britanico e terá a primeira retrospectiva de sua carreira na Grã-Bretanha, entre 04 de abril e 09 de setembro de 2012, financiada pela Autoridade dos Museus de Catar, reunindo mais de 70 obras de Hirst.
For the Love of God, que arrecadou o equivalente a 100 milhões de dólares em 2007 quando foi vendido a um consórcio de investidores incluindo o próprio artista, é um dos seus trabalhos mais famosos e controversos. Um crânio humano com forma de platina, do século 18, foi coberto com 8,6 mil diamantes, incluindo um rosa de 52,4 quilates estimado em 4 milhões de libras (6,3 milhões de dólares). Assim como boa parte da obra de Hirst, a escultura é um comentário sobre a mortalidade, a morte e as forças do mercado.
Até ai tudo bem. Qualquer site de notícias pode comentar muito parecido com o que eu escrevi em cima.
Mas olhar as obras de um artista é uma experiência bem louca, porque é única e intransferível. Pode contagiar, como qualquer emoção faz, como um bocejo... Pode mudar a vida de alguém, ou marcar um acontecimento para sempre.
Um dia eu assisti um filme de terror, chamado "A Cela". Ideia era bem legal. Uma especialista em autistas entra na cabeça de um assassino em série para saber se consegue ler os pensamentos do moço, que esta em coma e com uma vítima, possivelmente ainda viva, em algum lugar. Na cabeça deste psicopata, ela encontra um universo bem estranho, incluindo (e é ai que eu quero chegar) uma cena onde um cavalo é fatiado em centenas de fatias finas por dezenas de lâminas que saem não sei de onde e, quando se recolhem, o corpo fatiado do cavalo cai em sangue e coisas nojentas espalhadas para todo o lado.
Esta cena do cavalo é muito parecida com a obra de Hirst. Suas ovelhas, vacas, tubarões, nadando em líquidos conservantes é como entrar na cabeça de um artista e sentir o que ele sente quando se fala (em imagens) sobre a morte, a vida...
Olhar sua interpretação de Adão e Eva é, no mínimo, desconcertante. Um exercício de mórbida curiosidade para saber se debaixo daqueles lençóis azuis estão nossa origem bíblica: dois buracos mostram os sexos dos corpos, com seus pelos e tudo. É o que se desvenda de Adão e Eva: o fato de que o casal primevo da humanidade foi reduzido a um impulso sexual, que move a todos nós desde então.
A vaca crucificada numa parede branca me faz pensar seriamente em ser vegetariana. Ver a carcaça escancarada e vazia da vaca, que doou tudo para a humanidade se refestelar, ali pendurada faz pensar, não é??
Então um artista não está no mundo para que estes rompantes artísticos nos perfurem a casca grossa, e nos atinjam em cheio no âmago do ser?
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
piolho de passarinho
Estava combinando com minha irmã, pelo telefone, minha viagem para a cidade. Falávamos sobre frio e calor, roupas para levar, horário melhor por causa do trânsito...tudo tem que ser avaliado numa viagem da roça para a cidade, pelo menos por mim.
Eu esqueço itens importantes, como roupas de baixo, pijamas, chinelinho, calça...escovas de dente, de cabelo. Eu esqueço tudo. Reconheço que devo ter algum miolo a menos neste mar de miolos.
Enfim, falávamos muito, quando ela interrompeu para dizer: nossa, estou ouvindo os pássaros ai da sua casa. EU respondi que os passarinhos estão no forro da casa, e quando os pais chegam com comida no bico é uma barulheira danada. Lembro que falei também que a casa estava cheia destes hospedes plumados e barulhentos e que eu ficava imaginando os bicos abertos e as goelas laranjas gritando por mosquitinhos.
Rimos, e eu me cocei pela milionésima vez.
Então, eles já estavam lá, quase invisíveis, mas em toda parte.
Escorrendo pelas paredes, descendo do forro para os tapetes, camas, tecidos moles e macios que tenho espalhados pela casa toda. Chão de madeira e cimento, cheio de tapetes e tapetinhos formam uma passarela longa pela casa toda, como pequenas ilhas onde estes piratas de sangue roubado ficam ávidos de fome esperando pela vítima quente passar despreocupada por lá.
Corri com sprays, destes de matar baratas, nas mãos. Um tubo daqueles, sem SFC, á base de água e terrível contra os insetos, mas só contra os insetos, foi despejado sem dó nem piedade nas paredes de tijolos, que se cobriam com centenas destes monstrinhos vorazes. De manhã, ahhh doce surpresa, quando eu passei as mãos na mesa e elas voltaram repletas de corpos mortos e minúsculos do inimigo.
TEM MUITO PASSARINHO fazendo ninho no forro da minha casa. Fui aconselhada e não me desesperar, que vida na roça é assim mesmo e que as bolinhas pequenas e vermelhas que coçam, pelo corpo todo, só duram 15 dias.
Sinto as pestes no meu couro cabeludo, nas entranhas da calcinha, atrás dos joelhos, na nuca branca e arrepiada de nojo.
Agora o Maluah chegou e vai ajudar.
Cavaleiro branco da roça, vem de moto pra trabalhar na Santa Roça. Vai espalhar pelas paredes veneno ecológico (veneno eu não sei se é algo tão ecológico assim... afinal chama-se veneno e acaba matando, eventualmente, quem se colocar em seu caminho, não respeitando nada nem ninguém...vai matando tudo, né??? )
Mas atente para algo: o veneno NãO vai fazer mal aos pequeninos plumados, que continuam abrindo desmesuradamente suas bocas para ganhar o pão de cada dia. Não. O veneno matará tão somente ácaros, pulgas, formigas, carrapatos e piolhos.
Posso ouvir enquanto escrevo os pássaros no forro.
Tem famílias inteiras, de várias cores e formatos, tudo habitando o forro da minha casa.
Vou pegar o conselho de não me desesperar e ver se consigo segui-lo.
Afinal, vida na roça é assim mesmo... ou não é???
Eu esqueço itens importantes, como roupas de baixo, pijamas, chinelinho, calça...escovas de dente, de cabelo. Eu esqueço tudo. Reconheço que devo ter algum miolo a menos neste mar de miolos.
Enfim, falávamos muito, quando ela interrompeu para dizer: nossa, estou ouvindo os pássaros ai da sua casa. EU respondi que os passarinhos estão no forro da casa, e quando os pais chegam com comida no bico é uma barulheira danada. Lembro que falei também que a casa estava cheia destes hospedes plumados e barulhentos e que eu ficava imaginando os bicos abertos e as goelas laranjas gritando por mosquitinhos.
Rimos, e eu me cocei pela milionésima vez.
Então, eles já estavam lá, quase invisíveis, mas em toda parte.
Escorrendo pelas paredes, descendo do forro para os tapetes, camas, tecidos moles e macios que tenho espalhados pela casa toda. Chão de madeira e cimento, cheio de tapetes e tapetinhos formam uma passarela longa pela casa toda, como pequenas ilhas onde estes piratas de sangue roubado ficam ávidos de fome esperando pela vítima quente passar despreocupada por lá.
Corri com sprays, destes de matar baratas, nas mãos. Um tubo daqueles, sem SFC, á base de água e terrível contra os insetos, mas só contra os insetos, foi despejado sem dó nem piedade nas paredes de tijolos, que se cobriam com centenas destes monstrinhos vorazes. De manhã, ahhh doce surpresa, quando eu passei as mãos na mesa e elas voltaram repletas de corpos mortos e minúsculos do inimigo.
TEM MUITO PASSARINHO fazendo ninho no forro da minha casa. Fui aconselhada e não me desesperar, que vida na roça é assim mesmo e que as bolinhas pequenas e vermelhas que coçam, pelo corpo todo, só duram 15 dias.
Sinto as pestes no meu couro cabeludo, nas entranhas da calcinha, atrás dos joelhos, na nuca branca e arrepiada de nojo.
Agora o Maluah chegou e vai ajudar.
Cavaleiro branco da roça, vem de moto pra trabalhar na Santa Roça. Vai espalhar pelas paredes veneno ecológico (veneno eu não sei se é algo tão ecológico assim... afinal chama-se veneno e acaba matando, eventualmente, quem se colocar em seu caminho, não respeitando nada nem ninguém...vai matando tudo, né??? )
Mas atente para algo: o veneno NãO vai fazer mal aos pequeninos plumados, que continuam abrindo desmesuradamente suas bocas para ganhar o pão de cada dia. Não. O veneno matará tão somente ácaros, pulgas, formigas, carrapatos e piolhos.
Posso ouvir enquanto escrevo os pássaros no forro.
Tem famílias inteiras, de várias cores e formatos, tudo habitando o forro da minha casa.
Vou pegar o conselho de não me desesperar e ver se consigo segui-lo.
Afinal, vida na roça é assim mesmo... ou não é???
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
... e por falar em gente
... tenho um vizinho que está chamando a atenção do bairro ultimamente.
O pai tem um restaurante em São José dos Campos.De 3 em 3 dias, os funcionários vinham pra roça, largar aqui no sítio dele os tambores gigantes repletos de restos para os porquinhos, que depois de alguns meses iam para as panelas do dito restaurante, e o que sobrava deles vinha em tambores gigantes para alimentar os novos porquinhos que corriam roliços pela estrada de terra que dá na minha porteira.
Até aí tudo bem. Ruim era o cheiro do que sobrava disso tudo, junto com os dejetos suínos...que ía tudo pro rio que margeia muitos sítios aqui na região. Cetesb, IBAMA, polícia ambiental...meses de telefonemas, raiva, descrédito, e os técnicos do meio-ambiente finalmente vieram e intimaram a limpeza, a ordem naquela pocilga.
Meses depois o filho do dono do restaurante sai da cadeia. Vem pra roça, pra não criar encrenca para o pai, que tem medo dele.
Fica lá na casinha suja, que nunca levou uma tinta naquelas paredes velhas, de muitos e muitos anos de estória vividas com os humanos que nela habitaram. Consome crack, bebida. E dá tiros pro alto, pro lado.
Vem policia, mas não pode entrar, porque ainda não viram nada estranho lá..só denúncias que ninguém entende porque não surtem efeito junto ás autoridades, que alegam não terem provas para pedir um mandato de busca atrás do danado do revólver do moço.
Estes dias criou encrenca com os vizinhos de frente, que desde a época que ele ainda usava fraldas usam água que vem pródiga do alto da montanha, do lado do dono do restaurante. "-Saiu o cano da mina, Paulinho. Deixa eu entrar pra arrumar?".
O diabo do moço cortou o cano, e com o revolver na cintura ameaçou o João de morte caso tentasse entrar pra arrumar.
Não adiantou ligar para o dono do restaurante... é pai mas morre de medo do orc do filho.
Por que fazer isso, né??
Eu fico aqui sozinha no alto da montanha. Triste porque agora fico como na cidade..com medo de bala perdida. E eu não vou deixar isso acontecer. Não mesmo.
Por isso eu digo que tem hora na vida que enfrentar faz parte da estória.
Tem hora que ficar quieto é o mais inteligente, mas com arma não se brinca.
E eu acredito no invisível, sabia?
Confabulando com a Natureza, podemos mudar muita coisa.
Hoje acendi meu fogão a lenha..coloquei intenção na chama que queima tudo o que é ruim.
E como disse Dumbledore: "è claro que esta acontecendo tudo em sua mente, Harry...mas por que significaria não ser real?".
Me armar de força pra "lutar", sabe??
Assim fica mais forte minha intenção de agir neste mundo aqui, lidando com orcs em forma de gente.
ahh roça..
te adoro.
O pai tem um restaurante em São José dos Campos.De 3 em 3 dias, os funcionários vinham pra roça, largar aqui no sítio dele os tambores gigantes repletos de restos para os porquinhos, que depois de alguns meses iam para as panelas do dito restaurante, e o que sobrava deles vinha em tambores gigantes para alimentar os novos porquinhos que corriam roliços pela estrada de terra que dá na minha porteira.
Até aí tudo bem. Ruim era o cheiro do que sobrava disso tudo, junto com os dejetos suínos...que ía tudo pro rio que margeia muitos sítios aqui na região. Cetesb, IBAMA, polícia ambiental...meses de telefonemas, raiva, descrédito, e os técnicos do meio-ambiente finalmente vieram e intimaram a limpeza, a ordem naquela pocilga.
Meses depois o filho do dono do restaurante sai da cadeia. Vem pra roça, pra não criar encrenca para o pai, que tem medo dele.
Fica lá na casinha suja, que nunca levou uma tinta naquelas paredes velhas, de muitos e muitos anos de estória vividas com os humanos que nela habitaram. Consome crack, bebida. E dá tiros pro alto, pro lado.
Vem policia, mas não pode entrar, porque ainda não viram nada estranho lá..só denúncias que ninguém entende porque não surtem efeito junto ás autoridades, que alegam não terem provas para pedir um mandato de busca atrás do danado do revólver do moço.
Estes dias criou encrenca com os vizinhos de frente, que desde a época que ele ainda usava fraldas usam água que vem pródiga do alto da montanha, do lado do dono do restaurante. "-Saiu o cano da mina, Paulinho. Deixa eu entrar pra arrumar?".
O diabo do moço cortou o cano, e com o revolver na cintura ameaçou o João de morte caso tentasse entrar pra arrumar.
Não adiantou ligar para o dono do restaurante... é pai mas morre de medo do orc do filho.
Por que fazer isso, né??
Eu fico aqui sozinha no alto da montanha. Triste porque agora fico como na cidade..com medo de bala perdida. E eu não vou deixar isso acontecer. Não mesmo.
Tem hora que ficar quieto é o mais inteligente, mas com arma não se brinca.
E eu acredito no invisível, sabia?
Confabulando com a Natureza, podemos mudar muita coisa.
Hoje acendi meu fogão a lenha..coloquei intenção na chama que queima tudo o que é ruim.
E como disse Dumbledore: "è claro que esta acontecendo tudo em sua mente, Harry...mas por que significaria não ser real?".
Me armar de força pra "lutar", sabe??
Assim fica mais forte minha intenção de agir neste mundo aqui, lidando com orcs em forma de gente.
ahh roça..
te adoro.
terça-feira, 8 de novembro de 2011
Bendita roça
Sabe, viver na roça nunca foi fácil. Vida diferente daquela que vivia na cidade, longe da Natureza, achando que mato era só para bicho...e bem longe.
Depois que eu vim pra cá, achei o contrário. Natureza é a vida mais próxima da realidade, fugida de um monte de concreto, na matrix louca que faz o tempo correr, e eu junto com ele.
Agora eu vejo as coisas novamente de outro jeito.
Natureza: estamos desconectados dela. Mesmo morando aqui, a vida hoje em dia está estruturada para asfalto, vida plugada numa tomada.
Cidade: matrix, com certeza. Loucura total, apesar de cinemas, comidas de todos os lugares do mundo... Matrix.
Mas o que eu encontrei "comum" aos dois universos chama-se GENTE.
E aí, eu não sei onde fica pior encontrar pessoas de todo tipo: se na roça, onde podemos ter mais distância uns outros, ou se na cidade, quando vivemos grudados casa com casa.
Gente é ruim ou bom?
Gente é o grande desafio da vida.
Vizinhos, amigos, tudo com opiniões diferentes, formas diversas de viver em comunidade..uns mais simpáticos, outros mais duros, alguns mais alegres, outros depressivos. Aí tem os doentes de várias patologias, os maluquinhos, os que gostam de THC e os que não gostam. Os que procuram Deus numa igreja ou nas explicações de um semelhante, ou os que encontraram Deus na flor ou no regato.
Tem crianças de todas as idades, do 0 aos 100, tem adultos de todas as idades, do 0 ao 100...afinal eu já conheci crianças mais maduras que muito adulto avô por ai.
Tem gente que anda armado, em cidade ou roça. Armado de revolver, de palavras duras, da falta de perdão, de julgamentos.
Tem gente que não respeita a idéia do próximo, que não entende a ideia daquele que pensa diferente...
GENTE...gente que maltrata animais, gente que maltrata gente, gente que só gosta de bicho e gente bicho.
Saber viver na roça tem como saber... tem ajuda de manual... vem tudo explicadinho no verso dos produtos pra horta..vem tudo marcado no verso. Na cidade também. É só olhar os outros num supermercado, você vai descobrir que tem que pegar os produtos, por num carrinho, passar pelo caixa e mostrar aquele monte de papel para sair com aquilo que vc quis na mão.
Saber viver com bicho também é mais fácil. Eles são sempre os mesmos, fazem sempre as mesmas coisas, reagem praticamente do mesmo jeito sempre que estão em perigo, ou caçando, ou fugindo. Pêlo arrepiado, espinhos levantados, rosnados e grandes rabos preparados para atacar ou defender. Atacar é dificil, sem ser atacado primeiro. Coisa de bicho, que se pode, sai correndo.
Gente não. Gente não vem com manual, não tem rótulo com explicação, não é só olhar pra saber como lidar, porque somos absolutamente diferentes uns dos outros. Fomos criados por familias diferentes, com crenças diferentes, com medos e explicações cada um de acordo com seu entender e querer.
Gente é diferente. Leva-se eternidade para lidar bem com alguém, e quando isso parece que vai acontecer, morre-se. A vida passa bem depressa, e o lidar com gente é lento, inexorável.
Ás vezes, lidar bem significa deixar que o tempo e a vida mostrem como deve ser o certo.
Outras, a posição firme e forte, ainda que com risco de vida, deve ser tomada, defendida.
Hoje corre, amanhã enfrenta.
E isso quem decide é a própria pessoa que esta vivendo.
E na hora de escolher que palavra dizer, que gesto fazer, pensar bem. Pensar se eu gostaria de ouvir aquilo que vou falar..pensar se eu gostaria de viver aquilo que eu vou fazer a outra pessoa passar. Ou seja, na hora de lidar bem com tanta diferença, o melhor mesmo é olhar para o interior da alma. Fazer o melhor que estiver ao meu alcance, já é o bastante.
Pois uma coisa é certa, na cidade ou na roça: eu estarei comigo mesma. Só isso. Simples assim.
Gente muda de estação, muda de casa, muda de prioridade.
Eu não. Eu estarei sempre comigo, até o final.
E eu posso dizer de barriga cheia: meus olhos, com os problemas e as diferenças que as vezes causam tanto stress, olham para a montanha verde, para a Natureza exuberante, para o céu grandioso, para o rio que corre, e eu me acalmo. Minha alma descansa.
Viver, para mim, é mais alegre, colorido e saudável quando meus olhos podem ver tudo isso.
Depois que eu vim pra cá, achei o contrário. Natureza é a vida mais próxima da realidade, fugida de um monte de concreto, na matrix louca que faz o tempo correr, e eu junto com ele.
Agora eu vejo as coisas novamente de outro jeito.
Natureza: estamos desconectados dela. Mesmo morando aqui, a vida hoje em dia está estruturada para asfalto, vida plugada numa tomada.
Cidade: matrix, com certeza. Loucura total, apesar de cinemas, comidas de todos os lugares do mundo... Matrix.
Mas o que eu encontrei "comum" aos dois universos chama-se GENTE.
E aí, eu não sei onde fica pior encontrar pessoas de todo tipo: se na roça, onde podemos ter mais distância uns outros, ou se na cidade, quando vivemos grudados casa com casa.
Gente é ruim ou bom?
Gente é o grande desafio da vida.
Vizinhos, amigos, tudo com opiniões diferentes, formas diversas de viver em comunidade..uns mais simpáticos, outros mais duros, alguns mais alegres, outros depressivos. Aí tem os doentes de várias patologias, os maluquinhos, os que gostam de THC e os que não gostam. Os que procuram Deus numa igreja ou nas explicações de um semelhante, ou os que encontraram Deus na flor ou no regato.
Tem crianças de todas as idades, do 0 aos 100, tem adultos de todas as idades, do 0 ao 100...afinal eu já conheci crianças mais maduras que muito adulto avô por ai.
Tem gente que anda armado, em cidade ou roça. Armado de revolver, de palavras duras, da falta de perdão, de julgamentos.
Tem gente que não respeita a idéia do próximo, que não entende a ideia daquele que pensa diferente...
GENTE...gente que maltrata animais, gente que maltrata gente, gente que só gosta de bicho e gente bicho.
Saber viver na roça tem como saber... tem ajuda de manual... vem tudo explicadinho no verso dos produtos pra horta..vem tudo marcado no verso. Na cidade também. É só olhar os outros num supermercado, você vai descobrir que tem que pegar os produtos, por num carrinho, passar pelo caixa e mostrar aquele monte de papel para sair com aquilo que vc quis na mão.
Saber viver com bicho também é mais fácil. Eles são sempre os mesmos, fazem sempre as mesmas coisas, reagem praticamente do mesmo jeito sempre que estão em perigo, ou caçando, ou fugindo. Pêlo arrepiado, espinhos levantados, rosnados e grandes rabos preparados para atacar ou defender. Atacar é dificil, sem ser atacado primeiro. Coisa de bicho, que se pode, sai correndo.
Gente não. Gente não vem com manual, não tem rótulo com explicação, não é só olhar pra saber como lidar, porque somos absolutamente diferentes uns dos outros. Fomos criados por familias diferentes, com crenças diferentes, com medos e explicações cada um de acordo com seu entender e querer.
Gente é diferente. Leva-se eternidade para lidar bem com alguém, e quando isso parece que vai acontecer, morre-se. A vida passa bem depressa, e o lidar com gente é lento, inexorável.
Ás vezes, lidar bem significa deixar que o tempo e a vida mostrem como deve ser o certo.
Outras, a posição firme e forte, ainda que com risco de vida, deve ser tomada, defendida.
Hoje corre, amanhã enfrenta.
E isso quem decide é a própria pessoa que esta vivendo.
E na hora de escolher que palavra dizer, que gesto fazer, pensar bem. Pensar se eu gostaria de ouvir aquilo que vou falar..pensar se eu gostaria de viver aquilo que eu vou fazer a outra pessoa passar. Ou seja, na hora de lidar bem com tanta diferença, o melhor mesmo é olhar para o interior da alma. Fazer o melhor que estiver ao meu alcance, já é o bastante.
Pois uma coisa é certa, na cidade ou na roça: eu estarei comigo mesma. Só isso. Simples assim.
Gente muda de estação, muda de casa, muda de prioridade.
Eu não. Eu estarei sempre comigo, até o final.
E eu posso dizer de barriga cheia: meus olhos, com os problemas e as diferenças que as vezes causam tanto stress, olham para a montanha verde, para a Natureza exuberante, para o céu grandioso, para o rio que corre, e eu me acalmo. Minha alma descansa.
Viver, para mim, é mais alegre, colorido e saudável quando meus olhos podem ver tudo isso.
terça-feira, 25 de outubro de 2011
O Porco-espinho na madrugada estrelada
Ontem eu estava super cansada.
Acordei cedo, fiz café... cuidei do papai, lavei roupa, cuidei de várias refeições (com suco natural a tarde toda), fiz mais café e assim foi até 21:30.
Meu pai no banheiro..eu já estava falando para ele escovar os dentes... e foi só isso. O Resto foi loucura. Primeiro latidos doidos. Melão e Cuíca começaram a gritar..uivar..eu sai gritando da casa, pois eu sabia que algo estava acontecendo.
Deu tempo de ver a segunda onda de espinhos que o porco-espinho lançou neles. Coitados. Gritavam e esfregavam os focinhos no chão.
Cara, eu sou urbana. Vivo na roça, acho tudo lindo, maravilhoso, mas meu espírito é criança ainda na vida no mato. Ver meus cães daquele jeito foi horrível. Catei a Cuíca e arranquei alguns do focinho dela. Não deu mais, por causa do sangue que escorria, deixando tudo escorregadio. O porco-espinho estava pendurado na corrente da água da calha... estava lá, penduradinho, nervoso com aqueles monstros gritando e mordendo ele, justo ele.
Bicho mais esquisito. Todo amarelo, parecendo de borracha...aqueles longos espinhos emborrachados.
Era tarde na hora que eu liguei pro veterinário. Ele já estava dormindo e disse que não poderia vir. Estava em outra cidade. Mas ligou para um amigo, que mora perto. Manda ele, agora. Ele veio. Cara de sono, óculos mal colocados no rosto jovem. "-Tudo bem...vivo disso!!". Achei graça.
Subimos a montanha na noite que foi uma das mais estreladas do ano.
Primeiro a Cuíca. Uma porta serviu de mesa, uma corda segurou o soro, uma gilete raspou os pelos da linda, que tremia. Não se mexeu, porque confia em mim. Mas tremia. Foi caindo no meu colo enquanto o anestésico ia fazendo efeito. Tirou 16 do céu da boca. focinho. boca.
Depois o Melão. Tirou muitos também. Foi tão bonzinho que o veterinário cobrou menos... :)
Ficaram os dois na lavanderia, para que quando acordassem não saíssem por aí, grogues. Podiam pisar numa cobra, cair no rio, vai saber...
Ficaram lá, um deitado perto do outro, sem espinho nenhum. Aliás, ficou um espinho no queixo do Melão. Vai ficar com ele lá. Então vai inflamar. Tomou agora remédio para não doer. Tomou anti-inflamatório para não deixar pus no bocão.
Antes de sair, o veterinário ainda saiu comigo pelos redores da casa. Noite linda. Lanterna na mão. Olhamos telhado (o porco-espinho ficou por lá um tempo, mas já tinha saído), chão..tudo. Não era para o porco aparecer de novo. Vamos ver.
Hoje correram, brincaram, comeram. Não lembraram da noite ruim.
Mas quer saber?
Que experiência.
E que maravilha, morar aqui no mato, ligar de noite alta para um veterinário e ele aparecer na noite, como um cavaleiro branco.
Vem pra roça, vem...
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Os amigos do Brasil
O telhado de minha casa aqui na montanha está repleto de pássaros de várias espécies, atarefados com seus filhotes, a manutenção no ninho, limpeza, gaviões.
Da janela do escritório tenho a visão do paraíso em seu dia-a-dia. Movimentado por aqui. O tempo todo.
Ontem, um dos pássaros tomava banho na sacada. A poça de água, pequena demais, serviu muito bem de banheira. Pensei nas muitas formas de pássaros nas montanhas da mata atlântica aqui do sudeste ou nas vastas florestas tropicais, como na Amazônia.
Da janela do escritório tenho a visão do paraíso em seu dia-a-dia. Movimentado por aqui. O tempo todo.
Ontem, um dos pássaros tomava banho na sacada. A poça de água, pequena demais, serviu muito bem de banheira. Pensei nas muitas formas de pássaros nas montanhas da mata atlântica aqui do sudeste ou nas vastas florestas tropicais, como na Amazônia.
Dia 10 de outubro morreu Adrian Cowell, o maior documentarista da Floresta Amazônica, com 77 anos, 50 dos quais dedicou a filmar e registrar questões de preservação e destruição, conflitos de terras, a situação dos povos indígenas, sertanistas, garimpeiros e fazendeiros. As sete toneladas de filmes de seu acervo estão na PUC de Goiás, onde pode ser apreciada por quem se interessa pela estória da maior floresta tropical úmida do mundo, com meio século de lutas de várias formas dos povos da floresta e dela própria, ponto fundamental da ecologia no planeta.
O mundo fica mais triste, mas por pouco tempo. Novos amigos do Brasil se juntarão á luta de preservação deste que é um dos maiores Patrimônios Verdes do Planeta, assim como em diversos biotipos do nosso planeta azul, a Terra, 3º planeta a girar em torno de única estrela, o Sol, na Via Láctea que navega veloz pelo Universo. É nosso único meio de transporte, de alimentação, de segurança no Universo inteiro... e não sabemos cuidar.
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
Ai que raiva que dá quando alguém destrói a Natureza
Se você passar a enxada de forma errada na estrada de terra, na próxima chuva a água vai levar terra embora, abrindo o buraco que você deixou lá, causando erosão. Para mexer numa estrada de terra, tem que conhecer da coisa. Eu vivo numa APA, então não podemos usar máquinas, abrir espaço pela mata, nada disso. Temos que agir de forma legal. A estrada de terra que fica dentro de casa foi aberta na enxada, de forma caseira, lenta e inexorável.iA polícia ambiental esteve no sítio. Disse onde podia, onde não Não derrubamos uma única árvore, e não deixamos a terra em carne viva, vermelha, exposta. Foi tudo feito pensando na vida em torno, no conforto de todos os seres que andam por lá.
Quando tem bicho do mato passando, o carro pára, espera e observa. Silencioso, deixa o lobo guará passar, lindo e ruivo.
Na beira de riachinhos e córregos, a vegetação não é mexida. Não se corta, nem se "limpa" beira de rio. Fico ouvindo os "das antigas" daqui dizendo que é preciso limpar a beira do rio, como se lírios e outros "verdes" fossem "sujeira", sabe?
Meu vizinho de frente fez isso. Fomos falar com ele. Nada de novo. Xingou, reclamou, virou a cara. A margem "dele" do rio está cheia de areia, e a água do Rio do Peixe já levou boa parte da terra embora. Estes dias queimou a vegetação, numa queimada assassina e burra. Assassina por motivos óbvios, e burra porque na chuva que vier (e ela virá), a água vai levar mais um tanto da terra. É triste de ver a desolação do outro lado do rio.
Ai houve a denúncia. Do "meu" lado do rio, saiu gente com foto. Já ligamos para polícia civil, ligamos para a policia ambiental, ligamos para o prefeito.E sabe como acabou?? Pizza.
Parte da terrinha estragada do vizinho foi vendida. O novo proprietário "limpou" mais ainda a beira do rio, plantou estacas e levantou um barraco. Fossa na beira do rio, desmatamento, ruídos que espantam animais. Ninguém faz nada. Nenhuma autoridade toma conhecimento. O barraco está lá. Eles estão jogando tudo no rio.
Agora de manhã ouvi o som do trator..passou pela terra, descarnando ela, jogando pela beira as árvores que estavam "no caminho". O Danado do vizinho do outro lado do rio abriu uma estrada em menos de 20 minutos. O telefone que queimou em denúncias jaz na base. Não adiantou nada. As várias policias, a prefeitura... não veio ninguém.
Em quem acreditar? Em políticos? Como podemos mudar isso?
A única "arma" que eu tenho é a denúncia, e eu já acionei essa arma. NÃO ADIANTOU DE NADA.
Sabe, eu quero acreditar. EU QUERO MESMO.
Mas o ser humano, meu Deus!! Lento demais na sua evolução. Lento demais em mudar atitude. Gerações são necessárias para que algo pequeno mude.
Acreditar é tudo o que eu quero.
Acreditar que vai dar certo, apesar dos homens.
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
terça-feira, 4 de outubro de 2011
Hoje eu acordei pensando no santo do dia.
São Francisco de Assis.
Dia 04 de outubro.
Por falar a língua dos animais, foi escolhido como padroeiro destes que são a base de nossa alimentação, da nossa vestimenta, de muitos de nossos remédios, cosméticos.
É por causa deles que temos o que temos.
E na minha casa, eu tenho a benção de conviver com animais. Felinos, caninos.
São tratados com amor, respeito, dignidade.
Não sofrem violência. Não são abandonados.
Não são amarrados, torturados, violados.
Se Francisco aparecesse agora, eu teria vergonha dos humanos.
Voce imagina Gandalf, Galadriel, fazendo isso?
Você imagina laboratórios elfos onde os animais são cobaias??
Você imagina Gandhi, Dr. Dráuzio Varella, Mandella, apoiando isso??
EU TENHO VERGONHA DO QUE FAZEMOS AOS ANIMAIS.
EU TENHO VERGONHA DO QUE FAZEMOS AOS ANIMAIS.
FINGIR QUE NÃO SOU HUMANA NÃO ADIANTA!
DIZER NÃO Á VIOLÊNCIA ENTRE ANIMAIS É DIZER NÃO A VIOLÊNCIA HUMANA.
Um povo que maltrata seus animais, velhos, crianças, não merece o que tem.
E você sabe o que dizem??
Sabendo usar não vai faltar.
Não sabendo.....
domingo, 2 de outubro de 2011
Diferença entre gerações
"Na fila do supermercado o caixa diz a uma senhora idosa que deveria trazer suas próprias sacolas para as compras, uma vez que sacos de plástico não eram amigáveis ao meio ambiente. A senhora pediu desculpas e disse: “Não havia essa onda verde no meu tempo.”
O empregado respondeu: "Esse é exatamente o nosso problema hoje, minha senhora. Sua geração não se preocupou o suficiente com nosso meio ambiente. "
"Você está certo", responde a velha senhora, nossa geração não se preocupou adequadamente com o meio ambiente.
Naquela época, as garrafas de leite, garrafas de refrigerante e cerveja eram devolvidos à loja. A loja mandava de volta para a fábrica, onde eram lavadas e esterilizadas antes de cada reuso, e eles, os fabricantes de bebidas, usavam as garrafas, umas tantas outras vezes.
Realmente não nos preocupamos com o meio ambiente no nosso tempo. Subíamos as escadas, porque não havia escadas rolantes nas lojas e nos escritórios. Caminhamos até o comércio, ao invés de usar o nosso carro de 300 cavalos de potência a cada vez que precisamos ir a dois quarteirões.
Mas você está certo. Nós não nos preocupávamos com o meio ambiente. Até então, as fraldas de bebês eram lavadas, porque não havia fraldas descartáveis. Roupas secas: a secagem era feita por nós mesmos, não nestas máquinas bamboleantes de 220 volts. A energia solar e eólica é que realmente secavam nossas roupas. Os meninos pequenos usavam as roupas que tinham sido de seus irmãos mais velhos, e não roupas sempre novas.
Mas é verdade: não havia preocupação com o meio ambiente, naqueles dias. Naquela época só tínhamos somente uma TV ou rádio em casa, e não uma TV em cada quarto.E a TV tinha uma tela do tamanho de um lenço, não um telão do tamanho de um estádio; que depois será descartado como?
Na cozinha, tínhamos que bater tudo com as mãos porque não havia máquinas elétricas, que fazem tudo por nós. Quando embalávamos algo um pouco frágil para o correio, usamos jornal amassado para protegê-lo, não plastico bolha ou pellets de plástico que duram cinco séculos para começar a degradar.
Naqueles tempos não se usava um motor a gasolina apenas para cortar a grama, era utilizado um cortador de grama que exigia músculos. O exercício era extraordinário, e não precisava ir a uma academia e usar esteiras que também funcionam a eletricidade.
Mas você tem razão: não havia naquela época preocupação com o meio ambiente. Bebíamos diretamente da fonte, quando estávamos com sede, em vez de usar copos plásticos e garrafas pet que agora lotam os oceanos. Canetas: recarregávamos com tinta umas tantas vezes ao invés de comprar uma outra. Abandonamos as navalhas, ao invés de jogar fora todos os aparelhos 'descartáveis' e poluentes só porque a lámina ficou sem corte.
Na verdade, tivemos uma onda verde naquela época. Naqueles dias, as pessoas tomavam o bonde ou se deslocavam de ônibus e os meninos iam em suas bicicletas ou a pé para a escola, ao invés de usar a mãe como um serviço de táxi 24 horas. Tínhamos só uma tomada em cada quarto, e não um quadro de tomadas em cada parede para alimentar uma dúzia de aparelhos. E nós não precisávamos de um GPS para receber sinais de satélites a milhas de distância no espaço, só para encontrar a pizzaria mais próxima.
Então, não é risível que a atual geração fale tanto em meio ambiente, mas não queira abrir mão de nada e não pensa em viver um pouco como na minha época?”
O empregado respondeu: "Esse é exatamente o nosso problema hoje, minha senhora. Sua geração não se preocupou o suficiente com nosso meio ambiente. "
"Você está certo", responde a velha senhora, nossa geração não se preocupou adequadamente com o meio ambiente.
Naquela época, as garrafas de leite, garrafas de refrigerante e cerveja eram devolvidos à loja. A loja mandava de volta para a fábrica, onde eram lavadas e esterilizadas antes de cada reuso, e eles, os fabricantes de bebidas, usavam as garrafas, umas tantas outras vezes.
Realmente não nos preocupamos com o meio ambiente no nosso tempo. Subíamos as escadas, porque não havia escadas rolantes nas lojas e nos escritórios. Caminhamos até o comércio, ao invés de usar o nosso carro de 300 cavalos de potência a cada vez que precisamos ir a dois quarteirões.
Mas você está certo. Nós não nos preocupávamos com o meio ambiente. Até então, as fraldas de bebês eram lavadas, porque não havia fraldas descartáveis. Roupas secas: a secagem era feita por nós mesmos, não nestas máquinas bamboleantes de 220 volts. A energia solar e eólica é que realmente secavam nossas roupas. Os meninos pequenos usavam as roupas que tinham sido de seus irmãos mais velhos, e não roupas sempre novas.
Mas é verdade: não havia preocupação com o meio ambiente, naqueles dias. Naquela época só tínhamos somente uma TV ou rádio em casa, e não uma TV em cada quarto.E a TV tinha uma tela do tamanho de um lenço, não um telão do tamanho de um estádio; que depois será descartado como?
Na cozinha, tínhamos que bater tudo com as mãos porque não havia máquinas elétricas, que fazem tudo por nós. Quando embalávamos algo um pouco frágil para o correio, usamos jornal amassado para protegê-lo, não plastico bolha ou pellets de plástico que duram cinco séculos para começar a degradar.
Naqueles tempos não se usava um motor a gasolina apenas para cortar a grama, era utilizado um cortador de grama que exigia músculos. O exercício era extraordinário, e não precisava ir a uma academia e usar esteiras que também funcionam a eletricidade.
Mas você tem razão: não havia naquela época preocupação com o meio ambiente. Bebíamos diretamente da fonte, quando estávamos com sede, em vez de usar copos plásticos e garrafas pet que agora lotam os oceanos. Canetas: recarregávamos com tinta umas tantas vezes ao invés de comprar uma outra. Abandonamos as navalhas, ao invés de jogar fora todos os aparelhos 'descartáveis' e poluentes só porque a lámina ficou sem corte.
Na verdade, tivemos uma onda verde naquela época. Naqueles dias, as pessoas tomavam o bonde ou se deslocavam de ônibus e os meninos iam em suas bicicletas ou a pé para a escola, ao invés de usar a mãe como um serviço de táxi 24 horas. Tínhamos só uma tomada em cada quarto, e não um quadro de tomadas em cada parede para alimentar uma dúzia de aparelhos. E nós não precisávamos de um GPS para receber sinais de satélites a milhas de distância no espaço, só para encontrar a pizzaria mais próxima.
Então, não é risível que a atual geração fale tanto em meio ambiente, mas não queira abrir mão de nada e não pensa em viver um pouco como na minha época?”
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
O mar no deserto de Atacama - pequenos relatos de minhas viagens I
Chegamos no deserto do Atacama de avião e duas mochilas. Na verdade, o danado aterrizou em Calama, cidade vizinha. Antes do pouso, só areia e sal. 600 km e uma pequena faixa de cimento na imensidão seca e quente. O vento lá é inacreditável. É difícil manter aquele monstro voador na linha reta. Pensei que eu fosse morrer.
De manhã cedinho, embarcamos numa aventura pelo deserto. Iríamos visitar várias cidades que vivem do turismo. São aldeias no meio do deserto, com pouca água, muita luta. Cada aldeia, uma estória.
Mas venho aqui falar de uma aventura neste dia que tirou meu fôlego e continua fazendo isso. Na minivan, eu pensava, já com fome, iríamos comer. O carro subia a montanha, e os turistas conversavam animados, olhando para o deserto que ficava maior em extensão à medida que a van subia. Lá em cima, quando a van virou, nós todos paramos de falar ao mesmo tempo.
Na imensidão de montanhas, um mar azul e cristalino. Uma visão mágica. Enquanto nós tirávamos fotos, duas pessoas desceram do carro e foram na frente, com o aviso do guia que esclareceu que a água é extremamente salgada, e que em hipótese alguma deveríamos molhar o corpo ou tomar daquela água. Com o sol do deserto, a água salgada na pele queima muito depressa, levantando bolhas. E beber água salgada só dá mais sede.
DA PRA VER NA FOTO AS DUAS PESSOAS QUE FORAM NA FRENTE
Lugar mágico.
Vale muito a pena sair de mochila nas costas pra visitar esse lugar.
Foi um dos melhores almoços da minha vida.
Comida fria, água fresca e muito sol.
Tudo de bom, né?
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
coisas do mundo vistas por alguém da roça II
Ontem eu vim da roça pra cidade.
5:30 da manhã a bicharada da noite está indo dormir e a bicharada do dia, levantando pra mais um dia de lutas.
Tudo igual ontem. Tudo igual amanhã.
Na cidade as coisas são diferentes, com certeza. Nem sempre para o mal.
Pessoas fazem a "troca da guarda" também, pois a cidade não dorme. O turno noturno volta pra casa, e o diurno acorda para o trabalho. Até aí tudo igual.
Mas a semelhança com o mundo da roça termina ai. Nada mais na cidade é natural.
Para começar, a quantidade de gente que circula pelas grandes cidades é um absurdo. Na roça anda-se muito para encontrar alguém. Os cães vão junto com a gente, cheirando o chão e o ar atrás de pistas. De vez em quando ouve-se o ruído de alguma folha mais pesada despencando pelas árvores, caindo no chão. Um pássaro responde ao outro. O som de água da cachoeirinha do "Seu" Isaías é um dos mais gostosos de se ouvir.
Na cidade, tudo lotado.
Hotel cheio. Conversei com o moço do estacionamento, que me disse que é sempre assim. Chega cliente cansado de rodar a cidade atrás de vaga em hotéis. Não tem lugar. E é claro, assunto em toda parte: como vai ser na COPA. Ele fez uma careta: "-Vai ser um inferno, dona (odeio quando me chamam de dona). Se durante a semana, em dias normais, sem evento ou convenção, já é cheio, imagine na COPA."
Na roça, a cidade é mais calma. Pode não ter lugar na praça principal, mas nas ruinhas ao redor tem sempre uma vaga. Na rua da Igreja é onde eu mais gosto de parar. Rua calma, com o velório á esquerda e o cemitério ao fundo.
Nos semáforos da cidade, a moça sempre risonha entrega o jornal "Metrô", que eu sempre leio. Na roça, faz pouco tempo a farmácia da rua principal começou a vender jornal. Tem só a FOLHA e a revista Veja de vez em quando. Mas, se eu quiser notícias fresquinhas, vou na padaria da Carmem. Lá tem sempre novidade do bairro, da cidade, das estradas.
Na cidade, o crack está em toda parte. Na roça também está invadindo os rincões mais afastados, levando jovens e "não tão jovens" para um buraco sem fundo. Assim como o álcool, que crianças e jovens tem livre acesso. Pinga aqui na roça se dá pra criança beber, sem problema. Os pais de vez em quando dão uma risadinha, como quem diz que não tem jeito mesmo. Uma pena. Ficam moles. indolentes, perdidos. Acabam roubando galinhas, celulares, câmeras digitais pra venderem por uma pedra ou duas.
Na cidade, as pessoas fazem greve de fome para melhorar a educação. Na roça, os professores falam errado e não sabem que falam errado. Perpetuam, ás vezes com amor, um erro, por não saberem que estão caindo em erro. ( "Menas" PRESSA, gente... seis tão na roça...) Sabe??
Pra comer, tem de tudo. Tem padarias 24h, tem comida de todo lugar do mundo, tem as melhores pizzas. Na minha cidade, eu tenho do melhor. Tem um restaurante japonês, um sushimen de primeira (é professor desta arte em São Paulo). Restaurante sempre vazio (só com alguns turistas mais inteligentes) ou moradores (inteligentes) como eu, que não é turista mas não é "nascido e criado" lá, sabe?? Salmão com capa de gergelim é a melhor pedida. E tem a Pizzaria Cabocla, que tem a melhor pizza de São Paulo, mesmo!!
Não precisa se preocupar com lugar pra estacionar, nem em dar dinheiro pra alguém "guardar" o carro.
Mundos diferentes, mas iguais em muitos pontos.... :)
Roça, roça que te quero verde. Amanhã volto pra roça, se "deusquiser"...
E Ele quer... sempre.
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Coisas do mundo vistas por alguém da roça
Hoje eu abri meu note e li uma reportagem falando sobre o povo palestino. Que situação difícil deste povo, tirado de suas terras, vivendo soltos pelo mundo, achando que a violência e o descaso das outras pátrias é a única verdade.
Olhei pela janela. Lá fora, cada ser vivo que vive entre a mata tem seu território. E luta com sua própria vida para defende-lo. Meus cães, enormes e bobos, se tornam gigantes e bravos quando se trata de defender seu território, rosnando e arrepiando os pelinhos das costas. Adoro ver a cena.
As plantas vão crescendo, se expandindo para todos os lados, reclamando a supremacia no território todo da terra, onde eu, incauta, construí minha casa de tijolos e cimento. Elas estão reclamando o que é seu: sua terra, por direito divino.
Se é assim no quintal da minha casa, entre os seres naturais que estavam lá antes de mim, fico imaginando entre os seres humanos, dotados de consciência desde há muito tempo.
Está errado um povo ser tirado de suas terras, obrigado a vagar, viver em acampamentos, enfrentando todo tipo de problema, porque não tem um lugar para chamar de pátria.
As coisas deveriam ser mais simples, se resolvendo de forma rápida, para livrar as pessoas da dor.
Li também que os cientistas britânicos estão inventando uma máquina que lê sinais de mentira nos rostos analisados. Que coisa louca, pensei! Uma máquina para analisar faces humanas para fins de espionagem, ou sei lá mais o que.
Olhei de novo pra janela e pensei: ficamos inventando máquinas para ler os outros, saber dos outros, espionar os outros, cuidar dos outros... Espelho ninguém quer, né?? Se olhar fundo na imagem refletida, ver-se nú(a) e crú(a)... como se é. Na simplicidade da verdade, encontrar-se a si mesmo. The ultimate journey.
Não há nada além deste contato com a alma, pois que isso será o único bem que levaremos desta para melhor. Nada mais natural, de acordo com as leis que regem nossa natureza planetária: cada um cuide de seu nariz, fazendo seu melhor, cuidando de seu lar, suas coisas, sua vida.
As coisas deveriam ser mais interiores, se resolvendo na velocidade que nosso ser suporta, para nos livrar dos problemas e limites que impomos á nós mesmos.
Lí que o FBI tem pistas de quem vazou as fotos da Scarlett Johansson na internet. DEIXA VAZAR, gente!!!Deixa a beleza fluir pelas ondas. Adoro homem e não sou homossexual. Mas sou adoradora do belo, da arte. Olhar pela janela e ver só coisa linda também faz parte da vida simples, auto sustentável.
Li que senado adia votação do novo código florestal.
"O artigo 8º do novo código permite que haja modificação ou supressão de vegetação nativa em Área de Preservação Permanente (APP) nas hipóteses de utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental".
Olhei pela janela. Lá fora, cada ser vivo que vive entre a mata tem seu território. E luta com sua própria vida para defende-lo. Meus cães, enormes e bobos, se tornam gigantes e bravos quando se trata de defender seu território, rosnando e arrepiando os pelinhos das costas. Adoro ver a cena.
As plantas vão crescendo, se expandindo para todos os lados, reclamando a supremacia no território todo da terra, onde eu, incauta, construí minha casa de tijolos e cimento. Elas estão reclamando o que é seu: sua terra, por direito divino.
Se é assim no quintal da minha casa, entre os seres naturais que estavam lá antes de mim, fico imaginando entre os seres humanos, dotados de consciência desde há muito tempo.
Está errado um povo ser tirado de suas terras, obrigado a vagar, viver em acampamentos, enfrentando todo tipo de problema, porque não tem um lugar para chamar de pátria.
As coisas deveriam ser mais simples, se resolvendo de forma rápida, para livrar as pessoas da dor.
Li também que os cientistas britânicos estão inventando uma máquina que lê sinais de mentira nos rostos analisados. Que coisa louca, pensei! Uma máquina para analisar faces humanas para fins de espionagem, ou sei lá mais o que.
Olhei de novo pra janela e pensei: ficamos inventando máquinas para ler os outros, saber dos outros, espionar os outros, cuidar dos outros... Espelho ninguém quer, né?? Se olhar fundo na imagem refletida, ver-se nú(a) e crú(a)... como se é. Na simplicidade da verdade, encontrar-se a si mesmo. The ultimate journey.
Não há nada além deste contato com a alma, pois que isso será o único bem que levaremos desta para melhor. Nada mais natural, de acordo com as leis que regem nossa natureza planetária: cada um cuide de seu nariz, fazendo seu melhor, cuidando de seu lar, suas coisas, sua vida.
As coisas deveriam ser mais interiores, se resolvendo na velocidade que nosso ser suporta, para nos livrar dos problemas e limites que impomos á nós mesmos.
Lí que o FBI tem pistas de quem vazou as fotos da Scarlett Johansson na internet. DEIXA VAZAR, gente!!!Deixa a beleza fluir pelas ondas. Adoro homem e não sou homossexual. Mas sou adoradora do belo, da arte. Olhar pela janela e ver só coisa linda também faz parte da vida simples, auto sustentável.
Li que senado adia votação do novo código florestal.
"O artigo 8º do novo código permite que haja modificação ou supressão de vegetação nativa em Área de Preservação Permanente (APP) nas hipóteses de utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental".
Que é isso gente?? Deixar uma janela aberta deste jeito, escancarada, para que gente de má fé possa desmatar para "interesse social"?? que é isso?? Utilidade pública?? que é isso?? que medo de tudo ser perder, de desmatarem tudo porque alguém falou que era utilidade pública.
Desta vez, não olhei pela janela. Ver a mata lá fora, verdinha e tão frágil, dependendo cada vez mais dos humanos, me deixou absolutamente triste.
As coisas deveriam caminhar para a Natureza, para a direção do planeta, da vida, da sustentação inteligente, ecológica, limpa, para nos livrarmos de um futuro de seca, de miséria, de fome e doenças.
O que estamos fazendo em nossos dias?? O que fazemos de nossas horas? Da voz, das mãos, das pernas, da inteligência que "ganhamos"?? O que estamos deixando de fazer?
Que lutas não travamos?
O que estamos esperando?
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
O Alimento dos Deuses – Terence McKenna
“... a humanidade atravessou um divisor de águas para um mundo cada vez mais pobre de espírito, mais dominado pelo ego, um mundo cujas energias se aglutinavam no monoideísmo, no patriarcado e no domínio masculino. Daí em diante os grandes relacionamentos vegetais, modeladores das sociedades do Mundo Antigo, declinariam para o status de mistérios, buscas esotéricas de viajantes endinheirados e dos obcecados religiosos e, mais tarde, dos investigadores com inteligência cínica.
Enquanto os Mistérios desapareciam, o alfabeto fonético ajudava a levar a consciência para um mundo que enfatizava a linguagem escrita e falada, e para longe de um mundo de percepção pictográfica gestáltica. Esses desenvolvimentos reforçaram o surgimento do estilo de cultura dominadora e antivisionária.
Teve início a escura noite da alma planetária, que chamamos de civilização ocidental”.
domingo, 11 de setembro de 2011
11 de setembro
No dia 11 de setembro de 2000 eu estava reformando uma casa antiga, recém adquirida numa vila simpática num bairro de sampa, Vila Mariana. "Seu" Almir chefiava os pedreiros que quebravam e desmontavam tudo o que não era mais para existir. Tijolos e cimento vinham ao chão para celebrar o novo, o recomeço. Planos para morar numa casinha linda, com um jardim florido e cheiroso, na busca eterna pela paz. Planos também de viver a difícil comunhão de almas, juntando duas pessoas diferentes num só teto e esperar que tudo dê certo.
Os papéis no escritório amontoavam e eu tentava, naquela manhã, dar ordem em tudo aquilo.
Mas meus olhos grudaram na tela de uma televisão, displicentemente ligada. A moça que dava a notícia titubeava ao informar o que estava acontecendo, ela mesma sem saber o que era aquilo tudo. Estranho como tudo parou dentro de mim, menos a sensação do coração batendo forte.
Hoje, sentada aqui na frente do computador, penso no destino daquelas pessoas e no meu próprio. De alguma forma encantada, que só Deus pode saber de onde vem, a humanidade que há em mim me ligou ao acontecido, e minha alma gemeu de dor.
Ser humana, homo sapiens, igual a qualquer outro no planeta.
Somos todos a mesma coisa, e tão diferentes mesmo assim.
Nossas estórias pessoais são particulares, mas nossa humanidade, não! Nossa humanidade faz de nossa estória uma só.
E a consciência de que caminhamos juntos, na mesma esfera azul, faz com que esta estória seja ainda mais dramática, pois que rodamos ligados uns aos outros pelo universo, escrevendo nossas estórias através do tempo e do espaço, pelo infinito afora.
Somos seres capazes de atos atrozes, contra seres de nossa própria espécie quanto de outras. Violamos, escravizamos, torturamos. Tiramos sangue e dor de qualquer ser vivo que passe em nossa frente. Destruímos habitats inteiros por puro capricho, tirando do natural animais e plantas, sem piedade ou peso na consciência.
Mas a sombra mostra também a luz.
Mostra as mãos que se estendem, as vozes que se levantam no lamento por seus irmãos. Fala da força da união quando nos damos as mãos para algo maior.
Na minha cabeça, penso que ainda teremos muito a sofrer, muita sombra ainda. Não porque não acredito na evolução humana. Apenas acredito que esta evolução se faz a pequeninos passos, lentamente, ás vezes levando os séculos nas costas.
E nossa estória coletiva ainda vai escrever muitas estórias particulares. Nosso planeta azul ainda vai viver fortes emoções. E eu vou apenas fazer a minha parte, da melhor forma possível.
Os papéis no escritório amontoavam e eu tentava, naquela manhã, dar ordem em tudo aquilo.
Mas meus olhos grudaram na tela de uma televisão, displicentemente ligada. A moça que dava a notícia titubeava ao informar o que estava acontecendo, ela mesma sem saber o que era aquilo tudo. Estranho como tudo parou dentro de mim, menos a sensação do coração batendo forte.
Hoje, sentada aqui na frente do computador, penso no destino daquelas pessoas e no meu próprio. De alguma forma encantada, que só Deus pode saber de onde vem, a humanidade que há em mim me ligou ao acontecido, e minha alma gemeu de dor.
Ser humana, homo sapiens, igual a qualquer outro no planeta.
Somos todos a mesma coisa, e tão diferentes mesmo assim.
Nossas estórias pessoais são particulares, mas nossa humanidade, não! Nossa humanidade faz de nossa estória uma só.
E a consciência de que caminhamos juntos, na mesma esfera azul, faz com que esta estória seja ainda mais dramática, pois que rodamos ligados uns aos outros pelo universo, escrevendo nossas estórias através do tempo e do espaço, pelo infinito afora.
Somos seres capazes de atos atrozes, contra seres de nossa própria espécie quanto de outras. Violamos, escravizamos, torturamos. Tiramos sangue e dor de qualquer ser vivo que passe em nossa frente. Destruímos habitats inteiros por puro capricho, tirando do natural animais e plantas, sem piedade ou peso na consciência.
Mas a sombra mostra também a luz.
Mostra as mãos que se estendem, as vozes que se levantam no lamento por seus irmãos. Fala da força da união quando nos damos as mãos para algo maior.
Na minha cabeça, penso que ainda teremos muito a sofrer, muita sombra ainda. Não porque não acredito na evolução humana. Apenas acredito que esta evolução se faz a pequeninos passos, lentamente, ás vezes levando os séculos nas costas.
E nossa estória coletiva ainda vai escrever muitas estórias particulares. Nosso planeta azul ainda vai viver fortes emoções. E eu vou apenas fazer a minha parte, da melhor forma possível.
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
Neutrinos e por que amo viver
Hoje, lí um artigo na Scientific American, Brasil, de Lawrence M.Krauss, físico teórico e diretor da Origins Initiative, pertencente à Arizona State University (www.krauss.faculty.asu.edu).
E enquanto eu lia, eu não podia deixar de pensar em comentar aqui o que estava lendo.
O homem é um físico, o que seria mais um reforço, um pleonasmo, daquilo que faz com que Marte e Vênus sejam tão diferentes. Achei que fosse ler mais um artigo "duro", hermético, escrito para outros físicos, afinal, numa revista de Ciência, eu espero o que, não é mesmo?? Achei que fosse ler algo prático...como posso dizer...masculino...
Mas... no primeiro parágrafo ele começa assim:
"Confesso. Tenho e sempre tive uma queda por neutrinos.
Entre todas as partículas conhecidas, só os neutrinos têm delicadas propriedades que se destacam e são românticas o suficiente para inspirar um poema de John Updike* ou mergulhar equipes de cientistas nas profundezas dos segredos durante 50 anos com gigantescos dispositivos eletrônicos para desvendar seus mistérios.
Continua a me assombrar o fato de que, a cada segundo de cada dia, mais de 6.000 bilhões de neutrinos oriundos de reações nucleares dentro do Sol penetram no meu corpo, e a maioria deles atravessará a Terra sem interrupção. Mas me impressiona muito mais que, em vez desse fantasmagorismo, podemos detectá-los, testá-los e revelar seus enigmas"
Pensei em tanta coisa.
Primeiro abrir meus braços nesta imensidão, do alto da montanha, e receber consciente e grata este bombardeio de neutrinos, suaves viajantes do universo infinito. Saber que o Sol, numa explosão nuclear somada a outras despejou no Universo estas partículas fantasmas, viajantes das dimensões do Cosmos, esta neste momento, passando pelos meus poros, entrando em mim... o pensamento me guia num movimento de corpo de abrir o peito e de expandir meus pulmões, como se respirando fundo eu pudesse absorver mais energia do sol. E pensar me faz acreditar nesta energia do sol que esta me transpassando agora, fazendo com que me disponha a absorver energia e deixar que esta luz fique em mim. E saber que está em mim me ajuda a melhorar meu diálogo com minhas células, alimentando-as agora com luz.
Pensei também que o Universo esta cheia de viajantes invisíveis. Os Neutrinos quase não tem massa...são tão pequenos que atravessam um bloco de chumbo sólido SEM ENCOSTAR NA MATÉRIA.Como algo pode passar chumbo sólido e não encostar em nenhuma molécula, em nenhum átomo?? Nada?? Ele simplesmente passa reto.
Fico meio maluca quando leio que "A vida média de um Nêutron livre é de aproximadamente 12 minutos". Tudo bem um cientista, alguém que passou a vida inteira estudando. Mas o mais próximo que eu chego de física é na astronomia, e de raspão. De resto, faço sabão com óleo usado, me aventurando na química...cozinha é alquimia pura..então me sinto ligada ao meio acadêmico científico pós-moderno liberal. Mas que fico doidinha da silva com esses assuntos, lá isso eu fico mesmo.
Aliás, John Updike, que foi citado acima, só poderia escolher
como assunto os neutrinos, ele que escreveu
"As bruxas de Eastwick", uma delícia de filme, com o ótimo Jack
Nicholson como o Diabo e as bruxas Michelle Pfiffer, Susan Sarandom e Cher.
*
Cosmic Gall
John Updike
Neutrinos they are very small.
They have no charge and have no massAnd do not interact at all.The earth is just a silly ballTo them, through which they simply pass,Like dustmaids down a drafty hallOr photons through a sheet of glass.They snub the most exquisite gas,Ignore the most substantial wall,Cold-shoulder steel and sounding brass,Insult the stallion in his stall,And, scorning barriers of class,Infiltrate you and me! Like tallAnd painless guillotines, they fallDown through our heads into the grass.At night, they enter at Nepal
And pierce the lover and his lass
From underneath the bed – you call
It wonderful; I call it crass.
Já que estamos falando em chefes indígenas...
"O Grande Chefe em Washington manda comunicar que deseja comprar nossas terras; O Grande Chefe também nos envia palavras de amizade e de boa vontade. Reconhecemos sua gentileza, porque sabemos que ele não necessita da nossa amizade, mas levaremos em conta que se não o fizermos, o homem branco virá com armas, para tomar nossas terras.Quando o grande Chefe Seattle fala, o Grande Chefe em Washington pode confiar na sua palavra como ele pode contar com o retorno das estações, da Primavera, do Verão, do Outono e do Inverno e as palavras do Cacique são como as estrelas, elas não se desvanecem".
"C omo se pode comprar ou vender o céu, o calor da Terra? Essa idéia nos é estranha, nós não possuímos a frescura do ar ou o brilho da água, como poderíamos vendê-los então?"
"OGrande Chefe em Washington manda comunicar que deseja comprar nossas terras.Oportunamente decidiremos. Todas as partes desta terra são sagradas para o meu povo; cada uma das agulhas brilhantes do pinheiro, todas as areias das praias, toda a bruma no fundo do bosque, toda a clareira ou zumbido de inseto, são sagrados na memória e na experiência do meu povo.Nós sabemos que o Homem Branco não entende as nossas maneiras; para ele, a terra é igual em toda parte, porque ele é um estranho que chega de noite e arranca da terra tudo o que ele necessita; para ele a terra não é a sua irmã, mas sua inimiga e quando ele a conquista, ele segue adiante, ele deixa atrás sepulturas dos seus pais e não se importa; ele seqüestra a terra a seus próprios filhos; ele, o Homem Branco não se importa."
"Estão esquecidos os direitos inatos de seus filhos; sua ambição devorará a terra e deixará somente o deserto. O aspecto de vossas cidades dói na vista do Pele-Vermelha, mas talvez seja porque o Pele-Vermelha é um selvagem e não entende."
"Não há lugar tranqüilo nas cidades do Homem Branco; não há lugar para ouvir as folhas da Primavera ou o sussurro das asas dos insetos, mas talvez, eu seja selvagem e não consiga entender a barulheira, essa barulheira que só insulta os meus ouvidos; mas, o que sobra da vida se o homem não mais pode ouvir o delicioso canto do rouxinol ou as discussões noturnas das rãs em volta do lago? O índio sente a aragem do vento soprando sobre a face do açude e o próprio odor do vento soprando sobre as terras, levado pela chuva do meio-dia ou o próprio vento aromatizado pelo pinheiro; o ar é precioso para o Pele-Vermelha porque todas as coisas compartilham o mesmo suspiro, os animais, as árvores, o homem. O Homem Branco parece que não nota o ar que respira, como o homem que está morrendo, há muitos dias, ele é insensível ao aroma. Se eu decidir aceitar, farei com uma condição: o Homem Branco deverá tratar os animais desta terra como seus irmãos; eu sou selvagem e não conheço outras maneiras. Eu vi apodrecendo nas pradarias milhares de carcaças de búfalos abandonados pelo Homem Branco que os matou a tiros da janela do trem; eu sou selvagem e não posso compreender como este fumegante cavalo de ferro seja mais importante que o búfalo, que nós matamos somente para viver."
"Quando todos os animais desaparecerem, o homem morrerá da grande solidão do Espírito, porque tudo o que acontece aos animais, acontece também ao homem; todas as coisas são interligadas: tudo o que acontecer à terra, acontecerá ao filho da terra".
Cacique Guaicaipuro
Sabe qual a origem deste texto? E ISSO IMPORTA?
Não para mim.
Não mesmo.
Tá completa, perfeita.
Tô rica.
"A DÍVIDA EXTERNA DA EUROPA
Índio surpreende chefes na reunião de cúpula
Com linguagem simples, que era transmitida em tradução simultânea para mais de uma centena de chefes de estado e demais dignatários da Comunidade Européia, o discurso do Cacique Guaicaipuro Cuatemoc provocou um silêncio inquietante na audiência quando falou:
Índio surpreende chefes na reunião de cúpula
Com linguagem simples, que era transmitida em tradução simultânea para mais de uma centena de chefes de estado e demais dignatários da Comunidade Européia, o discurso do Cacique Guaicaipuro Cuatemoc provocou um silêncio inquietante na audiência quando falou:
"Aqui estou eu, descendente dos que povoaram a América há 40 mil anos, para encontrar os que a encontraram só há 500 anos.
O irmão europeu da aduana me pediu um papel escrito, um visto, para poder descobrir os que me descobriram. O irmão financista europeu me pede o pagamento, com juros, de uma divida contraída por um Judas, a quem nunca autorizei que me vendesse.
Outro irmão europeu, um rábula, me explica que toda dívida se paga com juros, mesmo que para isso sejam vendidos seres humanos e países inteiros sem pedir-lhes consentimento.
Eu também posso reclamar pagamento, também posso reclamar juros.
Consta no Arquivo das Índias. Papel sobre papel, recibo sobre recibo, assinatura sobre assinatura que somente entre os anos 1503 e 1660 chegaram a São Lucas de Barrameda 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata provenientes da América
Terá sido isso um saque?
Não acredito porque seria pensar que os irmãos cristãos faltaram ao Sétimo Mandamento!
Teria sido espoliação? Guarda-me Tanatzin de me convencer que os europeus, como Caim, matam e negam o sangue do irmão
Teria sido genocídio? Isso seria dar crédito aos caluniadores, como Bartolomeu de Las Casas que qualificam o encontro de "destruição da Índias" ou Arturo Uslar Pietri, que afirma que a arrancada do capitalismo e a atual civilização européia se devem à inundação de metais preciosos retirados das Américas!
Não, esses 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata foram o primeiro de outros empréstimos amigáveis da América destinados ao desenvolvimento da Europa. O contrário disso seria presumir a a existência de crimes de guerra, o que daria direito a exigir não apenas a devolução, mas indenização por perdas e danos.
Eu, Guaicaipuro Cuatémoc, prefiro pensar na hipótese menos ofensiva.
Tão fabulosa exportação de capitais não foi mais do que o início de um plano "Marshal-tezuma", para garantir a reconstrução da Europa arruinada por suas deploráveis guerras contra os muçulmanos, criadores da álgebra, da poligamia, do banho diário e outras conquistas da civilização.
Por isso, ao celebrarmos o Quinto Centenário desse Empréstimo, poderemos nos perguntar: Os irmãos europeus fizeram uso racional, responsável ou pelo menos produtivo desses recursos tão generosamente adiantados pelo Fundo Indo-americano Internacional?
É com pesar que dizemos não.
No aspecto estratégico, o dilapidaram nas batalhas de Lepanto, em armadas invencíveis, em terceiros reichs e outras formas de extermínio mútuo, sem um outro destino a não ser terminar ocupados pelas tropas gringas da OTAN, como um Panamá, mas sem o canal.
No aspecto financeiro foram incapazes, depois de uma moratória de 500 anos, tanto de amortizar o capital e seus juros, quanto se tornarem independentes das rendas liquidas, das matérias primas e da energia barata que lhes exporta e provê todo o Terceiro Mundo.
Este quadro corrobora a afirmação de Milton Friedman, segundo a qual uma economia subsidiada jamais pode funcionar. E nos obriga a reclamar-lhes, para o seu próprio bem, o pagamento do capital e dos juros que, tão generosamente temos demorado todos estes séculos para cobrar.
Ao dizer isto, esclarecemos que não nos rebaixaremos a cobrar de nossos irmãos europeus, as mesmas vis e sanguinárias taxas de 20% e até 30% de juros que os irmãos europeus cobram aos povos do Terceiro Mundo. Nos limitaremos a exigir a devolução dos metais preciosos emprestados, acrescidos de um módico juro fixo de 10%, acumulado apenas durante os últimos 300 anos.
Sobre esta base, e aplicando a fórmula européia de juros compostos, informamos aos descobridores que eles nos devem 180 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata, ambas as cifras elevadas à potência de 300. Isso quer dizer um número para cuja expressão total seriam precisos mais de 300 cifras, e que supera amplamente o peso total do planeta Terra.
Muito peso em ouro e prata! Quanto pesariam calculados em sangue?
Admitir que a Europa, em meio milênio, não conseguiu gerar riquezas suficientes para pagar esses módicos juros seria como admitir seu absoluto fracasso financeiro e/ou a demêncial irracionalidade dos pressupostos do capitalismo.
Tais questões metafísicas, desde já, não nos inquietam aos índo-americanos.
Porém exigimos a assinatura de uma carta de intenções que discipline aos povos devedores do Velho Continentes e que os obrigue a cumpri-la, sob pena de uma privatização ou conversão da Europa, de forma que lhes permita nos entregá-la inteira como primeira prestação da dívida histórica."
Quando terminou seu discurso diante dos Chefes de Estado da Comunidade Europeia, o Cacique Guaicaipuro Cuatemoc, nem sabia que estava expondo uma tese de Direito Internacional para determinar a Verdadeira Dívida Externa.
Agora só resta que algum Governo Latino Americano tenha a dignidade suficiente para impor seus direitos perante os Tribunais Internacionais. Os europeus ali reunidos devem ter percebido que nesse tempo de globalização e tecnologia, índio já não quer mais apito, quer que lhe paguem o devido, com juros.
Se tem amigos honestos, faça-os conhecer este discurso. Eles tambem têm sido vendidos."
O irmão europeu da aduana me pediu um papel escrito, um visto, para poder descobrir os que me descobriram. O irmão financista europeu me pede o pagamento, com juros, de uma divida contraída por um Judas, a quem nunca autorizei que me vendesse.
Outro irmão europeu, um rábula, me explica que toda dívida se paga com juros, mesmo que para isso sejam vendidos seres humanos e países inteiros sem pedir-lhes consentimento.
Eu também posso reclamar pagamento, também posso reclamar juros.
Consta no Arquivo das Índias. Papel sobre papel, recibo sobre recibo, assinatura sobre assinatura que somente entre os anos 1503 e 1660 chegaram a São Lucas de Barrameda 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata provenientes da América
Terá sido isso um saque?
Não acredito porque seria pensar que os irmãos cristãos faltaram ao Sétimo Mandamento!
Teria sido espoliação? Guarda-me Tanatzin de me convencer que os europeus, como Caim, matam e negam o sangue do irmão
Teria sido genocídio? Isso seria dar crédito aos caluniadores, como Bartolomeu de Las Casas que qualificam o encontro de "destruição da Índias" ou Arturo Uslar Pietri, que afirma que a arrancada do capitalismo e a atual civilização européia se devem à inundação de metais preciosos retirados das Américas!
Não, esses 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata foram o primeiro de outros empréstimos amigáveis da América destinados ao desenvolvimento da Europa. O contrário disso seria presumir a a existência de crimes de guerra, o que daria direito a exigir não apenas a devolução, mas indenização por perdas e danos.
Eu, Guaicaipuro Cuatémoc, prefiro pensar na hipótese menos ofensiva.
Tão fabulosa exportação de capitais não foi mais do que o início de um plano "Marshal-tezuma", para garantir a reconstrução da Europa arruinada por suas deploráveis guerras contra os muçulmanos, criadores da álgebra, da poligamia, do banho diário e outras conquistas da civilização.
Por isso, ao celebrarmos o Quinto Centenário desse Empréstimo, poderemos nos perguntar: Os irmãos europeus fizeram uso racional, responsável ou pelo menos produtivo desses recursos tão generosamente adiantados pelo Fundo Indo-americano Internacional?
É com pesar que dizemos não.
No aspecto estratégico, o dilapidaram nas batalhas de Lepanto, em armadas invencíveis, em terceiros reichs e outras formas de extermínio mútuo, sem um outro destino a não ser terminar ocupados pelas tropas gringas da OTAN, como um Panamá, mas sem o canal.
No aspecto financeiro foram incapazes, depois de uma moratória de 500 anos, tanto de amortizar o capital e seus juros, quanto se tornarem independentes das rendas liquidas, das matérias primas e da energia barata que lhes exporta e provê todo o Terceiro Mundo.
Este quadro corrobora a afirmação de Milton Friedman, segundo a qual uma economia subsidiada jamais pode funcionar. E nos obriga a reclamar-lhes, para o seu próprio bem, o pagamento do capital e dos juros que, tão generosamente temos demorado todos estes séculos para cobrar.
Ao dizer isto, esclarecemos que não nos rebaixaremos a cobrar de nossos irmãos europeus, as mesmas vis e sanguinárias taxas de 20% e até 30% de juros que os irmãos europeus cobram aos povos do Terceiro Mundo. Nos limitaremos a exigir a devolução dos metais preciosos emprestados, acrescidos de um módico juro fixo de 10%, acumulado apenas durante os últimos 300 anos.
Sobre esta base, e aplicando a fórmula européia de juros compostos, informamos aos descobridores que eles nos devem 180 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata, ambas as cifras elevadas à potência de 300. Isso quer dizer um número para cuja expressão total seriam precisos mais de 300 cifras, e que supera amplamente o peso total do planeta Terra.
Muito peso em ouro e prata! Quanto pesariam calculados em sangue?
Admitir que a Europa, em meio milênio, não conseguiu gerar riquezas suficientes para pagar esses módicos juros seria como admitir seu absoluto fracasso financeiro e/ou a demêncial irracionalidade dos pressupostos do capitalismo.
Tais questões metafísicas, desde já, não nos inquietam aos índo-americanos.
Porém exigimos a assinatura de uma carta de intenções que discipline aos povos devedores do Velho Continentes e que os obrigue a cumpri-la, sob pena de uma privatização ou conversão da Europa, de forma que lhes permita nos entregá-la inteira como primeira prestação da dívida histórica."
Quando terminou seu discurso diante dos Chefes de Estado da Comunidade Europeia, o Cacique Guaicaipuro Cuatemoc, nem sabia que estava expondo uma tese de Direito Internacional para determinar a Verdadeira Dívida Externa.
Agora só resta que algum Governo Latino Americano tenha a dignidade suficiente para impor seus direitos perante os Tribunais Internacionais. Os europeus ali reunidos devem ter percebido que nesse tempo de globalização e tecnologia, índio já não quer mais apito, quer que lhe paguem o devido, com juros.
Se tem amigos honestos, faça-os conhecer este discurso. Eles tambem têm sido vendidos."
domingo, 28 de agosto de 2011
Eu agora apresento a vocês : seis graus de separação e a banda 2
Fragmentos de Utopia é um poema cantado.
Um poema que fala para mim, para você.
Que aponta o erro e mostra um caminho.
Que acredita.
Fragmentos de Utopia
Um poema que fala para mim, para você.
Que aponta o erro e mostra um caminho.
Que acredita.
Fragmentos de Utopia
Pode parecer ingenuidade
falar de justiça, falar de amor
de sociedade ideal, de bem-estar
de tolerância e perdão.
Falar com amizade,
sem preconceito e sem falsidade.
Pode parecer ingenuidade
criticar a indústria de armamentos
e as suas consequências fatais.
Assim como a destruição da natureza,
por simples capricho
por causa da riqueza vã
que não vai ter onde morar.
Pode parecer ingenuidade
criticar a exploração da criança
a exploração da mulher
a exploração do homem pelo homem
o desrespeito ao idoso
a violência que não para de crescer.
Pode parecer ingenuidade
porque tudo já ficou normal.
Todo mundo aceita
todo mundo aprova
todo mundo aplaude
em cadeia nacional.
Mas nem tudo está perdido.
Ainda existem fragmentos de utopia
gente que escreve poesia
mesmo sem ter grana
gente que acredita no melhor
apesar da falha humana.
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