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sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Chove lá fora e, aqui....

Hoje eu acordei com aquele som gostoso que a água que cai do céu faz ao tocar o solo verde da montanha. Saí da cama e fui pra sala, sem olhar o chão. Fui louca pra dar com a imagem tão querida do vale branco em chuva. As nuvens pesadas, barrigudas de água, caminham baixas por aqui, despejando o bendito líquido no solo agradecido.

As chuvas demoraram a chegar este ano. Começou praticamente agora em dezembro, coisa que desde setembro deveria estar acontecendo. Eu não sei o que isso quer dizer...é como se eu pudesse ler de diversas formas a mesma coisa. Se as águas demoraram a chegar é porque o planeta esta mudando? Pode ser mesmo que o efeito de nosso desrespeito e orgulho estejam alterando definitivamente as estações? Teremos seca? Enchentes? Não é isso o que se vê o tempo todo na televisão?
Seja lá o fim de algo ou o recomeço de algo, eu sei que as pessoas estão cada vez mais perturbadas. Isso não é ser negativa: é ver os fatos. A violência está em toda parte, embora meus olhos possam ver a Bondade em cada centímetro verde de chão. Na roça ou na cidade, vejo que pessoas sensíveis e que enfrentam dores que ninguém pode ajudar (no pensamento delas) se entregam á morte como última tentativa de paz. Que pena. A desesperança, destruindo tudo à sua volta, não pode ser boa conselheira.

Minha vizinha chegou chorando em casa ontem, Estava me ajudando com a roupa no tanque e vi que seus olhos choravam de tristeza. O sobrinho se enforcou na árvore da praça, na rua onde morava. Faz um mês que isso aconteceu, e a tristeza ainda não esmoreceu um milímetro sequer. Meu peito doeu junto com esta mulher forte e resiliente, com testemunho de vida cheio de estórias para contar. É muito bom ouvir sua voz feminina e sotaque da roça contando as aventuras de quem nasceu e foi criada na vida natural, onde só se comprava na vendinha um quilo de sal e querosene pra "lumiá" a casa. O resto..hum.. tudo se fazia na mãos laboriosas de homens e mulheres que quase não existem mais.

Duas pessoas, no bairro onde minha irmã mora, na cidade grande, se jogaram de seus apartamentos para a morte. Que pena... por quê a sensibilidade nos leva a este ato de dor suprema? O que estamos fazendo conosco? Com nossos filhos? 

Você já parou para pensar nisso? 
Que mundo estamos construindo? Que mundo estamos destruindo?
Que marcas deixamos para futuras gerações? Que gerações são estas?
da simples parece ser uma solução pessoal e intransferível, seja qual for o filtro de minha visão das coisas:

se o copo esta meio cheio, a vida simples vem preencher a outra metade com soluções ecológicas que não danificam o meio ambiente, preservando assim o único meio de trasporte que temos nesta vasta imensidão do céu.
se o copo esta meio vazio, a vida simples me parece o único meio inteligente de enfrentar o futuro, salvando recursos alternativos para os piores tempos.

E ainda não parou de chover lá fora.
Fazer cada um a sua parte, sem se importar se amanhã o mundo vai acabar ou não.

Eu escolho viver.
E viver bem, e melhor, comigo mesma, com os que me cercam e com o planeta que me acolhe.
Eu escolho acreditar.
E você??

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