sexta-feira, 28 de março de 2014
Na roça isso tem muito
Fui na casa linda de um amigo!
Moço de "juízo". Fez a casa com as próprias mãos. Primeiro quarto com banheiro. Depois o puxado da cozinha, assim foi fazendo a casona linda, que lembra mediterrâneo, com paredes brancas, onduladas pelas mãos no cal, janelas amplas com vista para lindo lado, cheio de tilápias, que estão engordando para futura venda dos peixes.
Conversa vem, conversa vai, o amigo conta de outros tantos que perambulam pelo mundo, com muito menos juízo.
Talvez fruto do passado vivido na ignorância de pais atrasados, repetindo assim o erro.
Falou do Zé Branco, moço atacado pelo álcool. Quis se internar por conta própria. Foi na clínica e contratou o serviço. Numa noite, Zé acordou com alguém tentando matá-lo,e então Zé fugiu, correu da clínica para nunca mais voltar.
Voltou pra pinga transparente no copo de vidro.
Caiu na rua, há duas semanas atrás e ainda não tomou banho. Ainda está com as marcas de sangue na perna suja e o cocô fica visível na calça suja.
Falou do Sebastião, que também pela danada no copo de vidro caiu no chão e quebrou os dentes, dentes no rosto vermelho cheio de feridas doloridas de um câncer não cuidado, que foi crescendo e comendo o Sebastião até doer muito.
E aí foi contando tristes estórias, de tristes homens, vivendo tristes vidas.
Se acabam na calçada, doentes, estragados.
No interior isso tem muito.
Tem muita estória da força covarde de homens cheios de cachaça, que acham que podem bater na família, nos animais.
No fim, soma-se a triste realidade da violências às já tristes estórias, homens, vidas...
Na roça isso tem muito.
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