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domingo, 19 de janeiro de 2014

Roça amada

Sem explicações. Eu QUERO explicar. :D Fiz um período sem computador. Um período de meditação fora na rede. Na verdade, foi mesmo um tempo longo de entrega ao autoconhecimento. Não opcional, destes tempos passados num spa orientalizado, cheio de incensos e massagens cheirosas. Nem passados na roça selvagem como a minha, onde a paz é relativa, dentro do verão cheio de trovões e raios. Raios sem sim na noite escura. Bichos e barulhos desconhecidos, desde o reino infinitamente pequeno até o enorme. Somos observadores atônitos no Paraíso. Foi passado junto aos laços infinitos que o Espírito faz ao longo de sua jornada pela evolução afora. Laços de amor e ódio, que se desfazem depois de 30 anos de resgate. Participei disso. Limpezas morais, de sujeiras feitas nesta vida mesmo. hahaha... nada de buscar explicações passadas... para muitos de nossos problemas atuais, podemos achar a responsabilidade própria de ter gerado isso em nossos atos impensados e assim, lá se vai passar os próximos anos tentando consertar os erros. Ingenuidade, romantismo, burrice. Qual destes ou quem sabe todos juntos atuam às vezes de forma a gerar muuuuuuitos problemas. Mas agradeço por ter visto as peças deste laço vivendo corajosamente estes momentos. Não é nada fácil assumir, e viver de forma à olhar dentro dos olhos daquele por quem se sentia ódio e transformar aquele olhar, verdadeiramente, em reconciliação Agradeço por ver também os laços que continuam em seus relacionamentos de dor e fazem novos laços perdidos em péssimas escolhas, jeito muito ruim de encarar as dificuldades da vida e sobretudo, muito medo. Daquele medo ruim, que paralisa e destrói. Estoria que se repete. Aí o tempo não passou direito. Não foi como viver em cima, na superfície. Foi como se enfiar em alguma caverna, cheia de surpresas antigas, escondidas em pedreiras pesadas de anos acumulados em pensamentos repetidos do acontecido ruim. Assim, subo a superfície. Vencedora. Mesmo no momento do grito revoltado, em que o corpo se transforma em tremor contínuo de gastura, inconformismo. Mesmo aí, no chão, caída, fui vencedora. Levantei e catei pitangas, tomando suco divino. rsrs Pitangas curam dores estranhas, até da alma. Me fez grande bem ficar debaixo daquela árvore iluminada por pequenas joias vermelhas. Rubis suculentos batidos com açúcar e água fresca. Simples achar a paz na natureza. Essa entrega eu percebi, levo comigo para qualquer lugar que eu for. Não sei se você me entende, mas eu acho, por tudo isso que eu passei, que a vida natural realmente pode mudar a energia que meu ser, eu posso achar a paz numa flor no meio da cidade cinza. Não por muito tempo. Essa recarga fina e de pouca duração, no meio do cinza, não adianta depois de um tempo. Meu ser definha e precisa voltar a recarregar as forças no verde selvagem da minha roça amada.

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