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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

O morcego preso em tapetes da cozinha.

Ontem estávamos no escritório quando ouvi um bater estranho de asas na cozinha. Pensei logo no imenso inseto que entrou ante ontem e ainda não tinha saído. Um inseto enorme, cheio de vigor e, pelo barulho que fazia ao bater nas paredes, devia ser duro como uma pedra.

Abri a porta do escritório devagar, temendo o tal inseto.

Da frestinha da porta pude ver o inseto entre os trilhos da porta do quarto. Estava lá, imóvel, bem posicionado, quase escondido, mas eu o vi.

Silêncio. Fecho a porta e volto para o trabalho, feliz de ter resolvido o estranho barulho. Mas foi só pensar assim e o tal volta a preencher o ar... que som estranho...são asas batendo, mas batendo em todo lugar, meio perdido, enlouquecido. Será outro passarinho???

Fui abrindo a porta do escritório e mirei logo o lugar do inseto. E ele estava lá, no mesmíssimo canto do trilho. Não foi ele, com certeza. Fui olhando em volta. Nestes momentos, eu percebo que meus olhos tomam o controle de quase todo o cérebro. Eu sou apenas olhos. Vejo chão e paredes, objetos, procurando algo que chame minha atenção.

Chegando perto da porta da cozinha, decifro o enigma das asas enlouquecidas: um morcego, preto, mas muito preto mesmo, virado de cabeça para baixo, só que, ao invés de estar no alto da parede, lá em cima onde não pode ser atacado, este aqui estava quase rente ao chão, com os pelinhos da testa quase raspando o chão de cimento queimado azul da cozinha.

Juntei minhas mãos e gritei: "- Pelo amor de Deus, é um morcego".


Reconheço que foi uma frase ridícula para se dizer num momento desses. um "Credo!!" seria ótimo, heim?? Mas não. Ainda fui piorar a cena, juntando as mãos, como em prece.

hahahahahahaha

Aí o marido/chefe sai do escritório, meio de má vontade... depois me confessou que, mais cedo, durante o começo da noite, chegara a ouvir a bateção de asas, mas abandonou a procura com preguiça de ver o problema naquela hora.

Tenta tirar o tal morcego com uma pá de piscina, com prolongador e tudo. De longe cutuca a fera. Um guincho horrível preenche o ar. Depois, um grito horrível abafa guincho e tudo fica pior: na hora que o morcego começa a gritar, eu começo a gritar, ainda mais alto e pior do que o mamífero.

hahahahahahaha

Marido fez uma cara feia, cobriu o morcego que não voava com os tapetes da cozinha e voltamos ao trabalho no escritório. O bicho ficou lá, para ser solto logo depois dos primeiros raios de sol.

Desapareceu nas árvores.

Deve ter contado o terror passado nestas horas de prisão em estranha trama de pano, para seus parentes, que, de certo, deveriam estar preocupados com sua ausência.

Ufa!!

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Morreu meu Melão.


Morreu meu Melão Boy.
Filho de Cazuza, americana mansa de boa índole e Skank, um fila mal tratado e bravo.

Deu um lindo e manso cãozinho.
Morreu de medo de trovão.
Obrigada, Natureza, por ter me enviado o Melão.
Foi cedo.
Deixa saudades.
Love da roça.

sábado, 14 de setembro de 2013

Pedra folha e Orgulho assumido

Gosto de pensar que somos crianças espirituais, e que toda e qualquer forma de imaginar Deus estará condenada à mudar, pois não temos ainda a condição de sequer sonhar com Ele (seja Ele lá quem for);

Gosto de pensar que a simples ideia de Deus é absurda e infantil;

Dou 1% de chance para que Ele, realmente, não exista! Que estamos todos na roda simples e natural, como tudo o que acontece. E é esse 1% que me puxa para baixo, para a dor de simplesmente não existir depois de mim mesma. De não levar para o infinito meus amores. Tonteia minha mente, me faz perder o chão por segundos. Não pode ser...

Meus outros 99% acreditam que a evolução se dá de forma lenta e contínua, através dos milhares de anos e dos reinos diversos que vamos encontrando á medida que subimos de degrau na escala evolutiva.


Que nossa consciência vai se abrindo inexoravelmente, quer queiramos ou não;

Que dormirmos no Reino Mineral, sonhamos no Reino Vegetal e despertamos no Reino Hominal.

Penso que vencer este 1% significa, no fim, iluminar. A  experiência única de entregar-se totalmente à Ele.

Nunca me doei assim.
Nem para homens, nem para Deuses.

Carrego o Espírito muito orgulhoso ainda. Noção absoluta disso. Não é ruim. O Alcoólatra deve assumir seu vício antes de seu tratamento começar. 

Dobrar, dobrar e não quebrar!
Por quê não?

Porque eu acho que Espírito veio de um jeito e o corpo caminhou por outro. A resiliência conquistada na matéria vai ajudando a dar o tom para o Espírito, que precisa do exemplo para crescer. 

Deu pra entender??
Sim?
Não?


sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Super pais e mães e as super famílias de Andry Shango!



O Designer de animação Andry "Shango" Rajoelina, francês, retratou as super famílias... como seria se Superman tivesse filhos e os segurasse pelas mãos na hora de levar à escola?? Ou mulher Maravilha??

Não aguentei e coloquei meus super-heróis.
Com minha irmã e eu pelas mãos, amorosas, lindas!


Olha o blog dele.

O bebe pássaro na janela e Deus na Natureza

Hoje, de manhã bem cedo, quando o sol já estava deixando tudo claro lá fora, eu percebi, pelos movimentos da Tequila, minha gata, que um dos passarinhos da varanda havia começado as aulas de voo de seu filhote. Pensando bem, escrevendo agora (acho que é o único jeito de eu pensar bem - assim como a única forma de saber se eu pinto ou não determinado tema é pegar na massa e sair pintando, com pincel em riste) eu acho que saber que Deus existe é a mesma coisa do passarinho...eu não vejo, mas sei, pelas reações que vejo na natureza, que Deus existe.




Voltei a dormir, porque vi que Tequila relaxou as costas, apoiou o corpo no tapete e fechou os olhos. Ótimo, pensei. Voaram em paz e tudo ficou bem na roça, pelo menos agora de manhã. Não foi verdade exatamente, pois algum tempo depois, lá estava a Tequila, mostrando através de sua expressão corporal, que algo estava errado (para o pássaro).

Sou da Natureza e acho que esta tudo certo nela (apesar de ter concordado com a Emília, na Reforma da Natureza, que alguma coisa poderia ser mudada..kkk). Então, gatos fazem exatamente o que a Natureza determina, cães também, e cobras e todo o resto de seres mortais que caminham pela Terra abençoada..todos somos aquilo que somos. E ponto final.

Ouvi o bater assustado das asas no vidro: o passarinho estava dentro de casa. Havia entrado pela pequena abertura do vidro, que eu havia deixado para a gata sair e fazer suas necessidades lá fora. Afinal, gatos tem um coco e um xixi forte demais para deixar fazerem isso em meus tapetes.

Sabe qual foi minha primeira reação?? Agarrar a gata, porque era o principio do problema. Ela é muuutio boa em caçadas, e aquele bebe emplumado não teria chances em suas primeiras tentativas aladas. Seria uma pena não dar uma segunda chance ao lindo emplumado que se debatia no vidro, louco para sair. Triste ver a situação da mãe, que ficava exatamente no mesmo lugar do filhote, só que do outro lado da transparente cortina que os separava.

Encantei-me um segundo com esta visão de amor entre mães e filhos. Lembrei de grandes e pequenas tragédias humanas, onde pais veem seus filhos morrerem antes deles, na sequencia natural da vida. Dor maior. Pensei nas famílias que tem seus filhos levados por estranhos, e passam o resto de seus dias com o coração na garganta, tentando respirar um ar pesado de dor e separação, insegurança e medo por seu rebento tirado à força de seus braços por homens cruéis.

E somos uma raça bem cruel. Somos capazes de coisas horríveis, em nome de qualquer assunto, seja Deus ou futebol. Prender alguém com requintes de crueldade, torturar, arrancar seis, enfiar coisas pontudas nos corpos, fazer o irmãos gemer e enlouquecer de dor....o que é isso, minha gente?? Somos feitos de poeira cósmica, somos filhos das estrelas, temos a semelhança do Criador e, ainda assim, temos as trevas carregadas ao extremo dentro de nós mesmos. Somos monstros muitas vezes.

Muitas vezes.

Bem, depois da digreção (obrigatória), volto ao passarinho, que depois de voar, debater, voar de novo e se debater novamente, conseguiu, com meu empurrãozinho, sair pela única janela que deixei aberta: a única onde a Tequila não entra com seus pulos incríveis: ela ficou do lado de fora da casa, gritando nas janelas para entrar. Durante a tentativa de colocar o bebê para fora, ela fechou as patinhas duas vezes, exatamente no lugar onde o passarinho estava, e foi engraçado ver a cara dela quando não viu pássaro algum nas unhas. Engraçado ver como o vidro separa mas não deixa isso claro, né?? Pelo menos não aos animais, que não entendem nada do funcionamento de uma janela.

Voou aliviado. A mãe dele ficou aliviada.
Eu fiquei aliviada.
Tequila está lá fora, no sol, ainda sem entender bem como conseguiu perder, duas vezes, uma refeição fresquinha, já garantida, ali bem na frente dela.

Coisas da vida, minha gatinha, coisas da vida.

Sigo com as coisas da roça.
Sigo verde.
Feliz.





sábado, 7 de setembro de 2013

Passeio na cidade, gotas de pinho alabarda e a torta mousse de chocolate

Hoje saí do mato.
Vesti sapato novo, calça apertada, um sutiã e uma camiseta, penteei os cabelos, pintei os olhos.
E olha que combinei calça e sapato, efeito raro.
Aliás, camiseta combinou com tudo também.
Assim como acontece conjunções astronômicas, com planetas se alinhando no espaço em linhas imaginárias, tem momentos que alinho as peças, produzindo um harmonioso efeito de estar perfeita na roupa certa.

Sapato novo porque me dei de presente umas botas para ralar no sítio, mas como ainda estão novas, saio com elas até quando der... mas são de ralar no mato, sabe?? Andar sem medo de cobra, de inseto corajoso e peitudo, achando que pode f*d*r um ser humano, milhares de vezes maior do que ele.E PODE. Tem inseto que deixa picada doída demais, que leva tempo para passar, fica vermelho e quente, febril numa luta contra veneno. Melhor bota no pé.

Calça apertada porque, na minha magreza, posso vestir uma calça apertada, de cano apertadíssimo, acabando na bota. Fica chique.
Um sutiã foi uma escolha dura. Dia azul, quente, com sol aberto depois de dias chovendo e fazendo o maior frio na roça. Melhor sair com camiseta, esta que combina com o resto, então só posso usar esta camiseta vestindo um sutiã....senão... Meu lado holandês não nega as tetas fartas. hahahaha

Vestida para matar, falta arrumar o cabelo, o rosto.
Esconder as marcas não dá. Estão aqui, balangando nas peles que vão, aos poucos, sobrando pelo corpo.

Creme, cabelos escovados...batom, um lápis nos olhos.

Lembrei das gotas de pinho Alabarda, na minha época de escola. Vinha num saquinho dividido. As balinhas doces e refrescantes de pinho na parte maior. Na menor, o nome e uma frase de impacto:

"Sorria e finja estar contente, porque aos outros não interessa as mágoas da gente"


 Fui pra cidade.

Comprei uma torta mousse, dessas prontas, expostas em fartas geladeiras, recheadas destas coisas industriais. Com café, na mesa da varanda da amiga Lelê, ficou perfeita. Devorada por todos, em pouco tempo reduzida a restos doces num pratinho branco de plástico, parcialmente cortado pela faca enlouquecida de vontade do chocolate da torta.
Revi os amigos.
Saí de casa.
Comi torta mousse de chocolate, com café, na varanda da Lelê.
Tá bom demais.
Agora fico no mato.
Escondida.
Pouca voz.
Pouca gente.
Verde.



quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Raio-x trajes espaciais


Eu adoro as coisas que vem do céu.
Adoro estrelas.
Adoro saber seus nomes...
Adoro olhar para o céu e reconhecer (algumas) constelações..
Adoro pensar que um dia eu terei um telescópio..

Viajando por aí encontrei esse link sobre "algumas artes" em cima dos equipamentos usados pelos astronautas: tirar raio-x das peças deixou aquilo tudo ainda mais incrível...