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terça-feira, 19 de março de 2013

Sem medo de falar em deficiências físicas

Metade de mim é holandesa, por causa de meu pai, que veio para o Brasil aos 19 anos de idade, depois de dias em um navio cheio de imigrantes de várias partes do mundo. Os espanhóis, italianos e portugueses ficavam no porão do navio e, segundo meu pai, sempre brigavam entre si, sempre barulhentos. Os franceses, holandeses e ingleses ficavam nos primeiros andares do navio, embora fossem tão pobres quanto os outros, lá no porão.

Preconceito puro contra os imigrantes "menos nobres" da Europa. Um absurdo, não é??
Somos seres preconceituosos, isso eu não tenho dúvida.

Temos preconceito contra doenças, também. Tratamos de forma diferente os que não são parecidos, não conseguimos olhar nos olhos, nos sentimos mal, meio que envergonhados por termos que olhar, falar...
Me lembro de quando eu precisei andar com cadeiras de rodas, num evento público. Era a feira do livro, aqui em Sampa, que, de dois em dois anos, me enchiam de prazer. Lembro que quando eu ia nestes eventos do livro, eu saía com uma sacola cheia deles, comprados com enorme satisfação, não importasse preço, ou tamanho. Eu saia feliz com meses programados para a leitura e degustação de cada um deles.
Mas numa cadeira de rodas, eu senti a enorme dificuldade de andar elas standes, pelos tablados armados para receber milhares de pessoas "normais", sem rampas de acesso. Hoje tem, mas na minha época, não tinha nenhuma rampa..Era uma enorme dificuldade andar pela feira. E as pessoas ficavam com dó de mim, me olhavam rapidamente, algumas de canto do olho, e assim eu recebi dezenas de revistas, de pessoas que vinham de todos os lados, dizendo "querida, você ai, numa cadeira, fique com estas revistas"...e meu colo ficou lotado delas, quase numa torre titubeante de papel e informação.

Temos medo de pronunciar certos nomes de doenças, como câncer, AIDS, e assim vamos tampando com a peneira coisas que são comuns e podem acontecer com qualquer um.

Tive um amigo anão. Paulo era forte, tinha um sorriso lindo e uma simpatia de fazer inveja. Dentes brancos, riso franco. Mas era anão. Isso quer dizer que ele tinha uma anomalia genética, um defeito que proporcionava a pequeno tamanho físico, com membros deformados: pernas tortas, braços tortos, mãos pequenas, coisas assim. É ruim? é. Nenhum anão gosta de ser anão. Mas reconhecer que se é anão, e que nanismo é uma anomalia genética NÃO TEM PROBLEMA NENHUM.
Não é xingar alguém...

Minha mãe teve câncer. Morreu por causa do fígado destruído pela doença.
Mas ela tinha CÂNCER, ela sabia e falava nisso sem preconceito. Não havia tempo para melindres, para palavras sussurradas. Era falado, claramente.

Meu amigo era assumidamente, um anão. Eu era jovem, menina mesmo, e foi a primeira vez que eu via uma pessoa assumir uma anomalia óbvia, que não se esconde enm se impede de ser visto pelos outros. Está lá, óbvio e não pode ser negado. Tem NOME: NANISMO. é uma doença, uma anomalia.
E Paulo era maravilhoso. Ele sabia como mostrar bem a diferença entre o ser atrás do corpo e o corpo, na frente do ser. Inseparáveis enquanto vivos, mas um era uma anomalia, e o outro era a luz, a felicidade, a energia positiva de uma alma forte e gigante em amor.

Não podemos confundir doença e doente. Um se cura ou mata, o outro é luz, embora enfraquecida pela dor.

Não xingo a memória de meu querido amigo se eu digo a ele que ele era anão. Aliás, ele "estava" anão.
Agora ele está livre de corpos, livre no espírito.

Uma frase dele que eu não esqueço é que as doenças da alma não são vistas e, portanto, não são consideradas devidamente. E são as únicas deficiências que devemos, de todas as formas, olhar e combater.

As físicas se aprende com o tempo a lidar com elas.

Aprendi com ele a não temer o físico.
A não confundir as coisas.

Somos luz.
Luz.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Já faz tempo....

Então gente...faz tempo, né??
Mas eu não deixo a roça verde aqui da internet "crescê" o mato..venho aqui e roço tudo, pra ver a grama baixinha, verdinha e cheirosa.

Aqui na roça vai tudo como Deus quer.

Chovendo, chovendo e chovendo.


Queimando coisas com raios..demorando para resolver os problemas...não tem gente para fazer o trabalho...muito tempo com as coisas queimadas..luta para conseguir gente..resolvem o problema...chove de novo...sabe??

Queimou a internet e o telefone, para variar.
Verão não tem jeito. Queima mesmo.
Eu tirei o aparelho da televisão via satélite da tomada...fiz mal porque desde o carnaval que eu não tenho televisão.. não que eu sinta falta...jornal só coisa ruim. Entrevista, filme..tudo isso eu vejo na net.
Mas ai eu perdi a net também...
E para arrumar a net, além de marcar com o povo do conserto, ainda preciso tirar as vespas do tampo da chaminé, onde esta encostada a antena da net via rádio.

Mas a estória das vespinhas começa numa sexta sem tv e sem net... um cheiro ruim na sala, na cozinha (que é ligada na sala)..um cheiro muito ruim...de onde vinha?? fui cheirar , cheirar, até achar.
Vinha da lareira, lá do chão se via um pó grosso, preto e fedorento.
Nossa!! Pensei. Deve ter algum bicho fazendo cocô lá de cima..mas como pode isso??
Pensei: vou acender a lareira e ver no que dá..o bicho vai voar se for pássaro, vai correr se for roedor, vai voar se for morcego.
Assim pensando, assim feito.
Corri a pôr lenha na lareira e tacar fogo.
No começo os estalos foram poucos, mas depois parecia pipoca: aquele monte de vespa caindo na fogueira forte de fogo, caindo e estalando, e enchendo o fundo da lareira de uma camada de uns 2 cm de vespa frita...fundo que foi aumentando.
A casa encheu de fumaça, porque ao cair tanta vespa, apagou o fogo..corri a acender mais, com querosene...fumaça e fogo é muito bom, dizem.
E lá fui eu, no meio da fumaça e do monte de vespa frita, fazer mais fogo.
Levei uma picada na nunca, outra na perna e uma no braço.

Numa hora de grande sabedoria, lembrei do mato cortado há dias, acumulado debaixo da árvore florida. Este monte de mato cortado estava molhado por causa da chuva e seria estupendo usá-lo para levantar fumaça. Fizemos isso. Fogo forte, mato cortado e molhado, aos poucos foram levantando muita fumaça e espantando por fim as vespas.

O técnico ainda reclamou do perigo em trocar fios e aparelhos lá no alto, ao lado de vespas tão perigosas... Não eram perigosas e já tinham ido embora...as 6 que ficaram de plantão não estavam muito a fins de conversa, mas foram devidamente fulminadas por 3 tubos de SPB, contra os insetos, somente contra os insetos...

E pronto.
Internet novamente
Telefone novamente
Sem televisão (ainda)
Sem vespas
Com chuva
Com atualização no blog..obaaaaaaaaaa!