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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Kubrick and HidleyScott

Não sou cinéfila.
Não enfrento longas (nem pequenas) filas, não compro ingressos antecipados.
Não viajo para encontrar melhor cinema, nem grito "silêncio' nas salas para poder ouvir melhor.
Não procuro informações dos filmes ou atores e atrizes....e COM TODA A CERTEZA do mundo, não fico atrás de fofocas hollywoodianas em revistas pouco cotadas entre as mais inteligentes.

Mas tenho uma mania de quem gosta muito, mas muito mesmo, de alguns filmes. Eu gosto de tê-los guardados, arquivados em alguma parte onde eu saiba onde estão.
Não são muitos. Não preciso de armários especiais, ou grandes compartimentos para guardar estes filmes.

Não são só ficção científica, embora deva concordar que este gênero reúne alguns deles.

Chega de lero-lero.

2001 uma Odisseia no espaço eu vi bem pequena, e confesso precisei assisti-lo algumas vezes para poder entender. Mas eu ainda me lembro de ter meus olhos vidrados na telinha, enquanto o filme passava, (inédito) na televisão. Vídeos mais tarde, eu alugava só para rever o monolito, o pouco diálogo do filme, as cenas longas de passeios interplanetários, David em sua luta para entrar na nave, Hal com sua música de ninar no final, engrossando a voz enquanto David apagava sua vida cibernética.

http://venice-in-venice.com/mccracken-john.html

O monolito foi inspirado no artista John McCracken. Link acima. Eu não sabia do artista, mas vi a força do objeto e sua capacidade de juntar mundos. Tenho enorme dificuldade de entender arte moderna. Juro que eu tentei em todas as vezes que fui em alguma exposição de arte moderna.

Numa destas exposições, eu fui subindo as escadas que me levavam ao primeiro andar,onde as obras estavam reunidas. Logo na chegada, lá no topo, quando nossos pés pisavam o chão, havia um pedestal em cima do qual jazia um aquário, fechado, cheio de água. Havia dois repolhos, um roxo e outro verde, boiando na água suja e fedorenta. (Bom, assim eu acho, pois o aquário estava fechado e o mal cheiro não saía pelas frestas, mas os repolhos estavam podres, e eu acho que todos nós já sentimos, em algum dia ruim (destes onde tudo sai errado) um repolho estragado, e sabe como ele cheira mal. Pois então, haviam dois boiando naquela água nojenta. Fui chegando mais perto, para ler alguma coisa que me tirasse a enorme interrogação estampada na face, perplexa com a obra podre. Na etiqueta se lia "cérebros". Um enorme sorriso se estampou no meu rosto: eu finalmente havia entendido uma obra moderna.

Quando, anos mais tarde, lendo sobre 2001, descobri a ligação artística dos monolitos, eu senti a mesma sensação que tive ao ler, naquela pequena etiqueta branca, o nome da obra.
O artista disse:

Eu vejo a prancha como existente entre dois mundos, o chão que representa o mundo físico de objetos permanentes, árvores, carros, edifícios, [e] corpos humanos, ... ea parede que representa o mundo da imaginação , espaço de pintura ilusionista, [e] o espaço mental humana.

Kubrick é cheio de referencias artísticas e saber destas conexões só faz aumentar meu agrado em ver seus filmes.

Ridley Scott me deu dois destes filmes: "Alien, o 8º passageiro" e Blade Runner.
Terei mais destes diálogos com você, porque eu gosto de falar sobre o assunto, e você é bem legal de sentar ai do outro lado da telinha para ler o que eu "falo".

A Tenente Ripley e sua força pela vida sempre me inspirou. Não que eu vá sair por ai, com armas de todo jeito, penduradas em cada preguinha do meu cinto e atirar pelas ruas, atrás de aliens imaginários... ainda que eu acredite que temos mesmo muitos aliens pelas ruas...não ets bonzinhos, querendo voltar para casa...mas monstros sem coração, como o alien em questão, que matariam por nada, assim como estes bandidos que matam e queimam e torturam e destroem tudo o que eles não tiveram a capacidade de criar ou manter.

E, quer saber?? Aquele diálogo entre Roy Batty e Deckard é simplesmente divino.



Tem mais, é claro.
Por enquanto só as ficções científicas...



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