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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Não comemoro Natal, mas sou uma pessoa legal.

Não comemoro Natal, mas sou uma pessoa legal. Acho que é porque não tem criança aqui em casa e, mesmo se tivesse, fico pensando em como eu posso olhar nos olhos daquele criatura que eu amo e que espera de mim a verdade porque acredita de fato em tudo o que eu falo, que existe um homem assim assim assado, morando no pólo norte.

Aqui só tem adulto, que sabe que Papai Noel não existe, que ele é uma figura vinda de outro país, numa realidade bem diferente (com neve, frio...) da nossa. Não tem ninguém aqui que tenha que dar presente obrigado, só porque a data dita isso. Aqui tem gente que dá presente quando quer e quando pode. Adulto não quer dizer chato, sem espírito esportivo. Não quer dizer que não se divirta com festas populares, com folclore ou mundos em dimensões além da nossa imaginação. Mentir é que é o problema. Se eu acreditasse...se eu...mas não acredito em Papai Noel. 

Não comemoro o nascimento de Jesus no dia 25 de dezembro não porque sou de outra religião, ou porque não tenho religião nenhuma, mas porque para mim, Jesus tem que nascer no meu peito, e não numa data certa, mas sim quando meu peito estiver aberto para isso. Jesus nasce todos os dias, todas as horas. A data 25 de dezembro foi inventada. Ajuda a lembrar Daquele que não deveria ficar esquecido o ano todo. 

Não faço ceia, porque a janta tem hora pra sair, quentinha do fogão de ir pra mesa, já que tem hora pra acordar, e trabalhar cedo, e ficar o dia todo na lida da vida. Na hora da janta, comida boa, santa, feita de tudo o que deu pra comprar e para fazer nesta data de luz, ou seja, todo dia. Todo dia é santa ceia, de comida que abençoa e nutri. Todo dia é dia de agradecer pela vida, pelo alimento, pela chance, por tudo.

Ser adulto não é não ter Espírito Natalino, mas vamos combinar? Espírito Natalino é sagrado, e não tem que ter, necessariamente, esse nome. Chama-se AMOR, RESPEITO, PAZ, FAZER O MELHOR, LEVANTAR E SEGUIR, ACREDITAR. Não tem bom velhinho vestido de vermelho, com barba de algodão. Ridículo. Num país tropical? Todas as pessoas que fazem o bem do dia do Natal podem fazê-lo em qualquer outro dia. Quem nunca fez nada de bom para alguém, pode começar agora, não precisa esperar o Natal.

Desejar que todo dia seja Natal.
Desejar que você receba e dê muitos presentes.
Desejar que Jesus nunca morra em nossos corações.
Desejar que cada pessoa neste planeta possa ter ao menos, uma refeição.
Desejar que todas as crianças do mundo tenham educação, brinquedo e comida, saúde e amor.

Desejar uma humanidade feliz neste planeta lindo, num universo infinito de possibilidades para cada um de nós.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Chove lá fora e, aqui....

Hoje eu acordei com aquele som gostoso que a água que cai do céu faz ao tocar o solo verde da montanha. Saí da cama e fui pra sala, sem olhar o chão. Fui louca pra dar com a imagem tão querida do vale branco em chuva. As nuvens pesadas, barrigudas de água, caminham baixas por aqui, despejando o bendito líquido no solo agradecido.

As chuvas demoraram a chegar este ano. Começou praticamente agora em dezembro, coisa que desde setembro deveria estar acontecendo. Eu não sei o que isso quer dizer...é como se eu pudesse ler de diversas formas a mesma coisa. Se as águas demoraram a chegar é porque o planeta esta mudando? Pode ser mesmo que o efeito de nosso desrespeito e orgulho estejam alterando definitivamente as estações? Teremos seca? Enchentes? Não é isso o que se vê o tempo todo na televisão?
Seja lá o fim de algo ou o recomeço de algo, eu sei que as pessoas estão cada vez mais perturbadas. Isso não é ser negativa: é ver os fatos. A violência está em toda parte, embora meus olhos possam ver a Bondade em cada centímetro verde de chão. Na roça ou na cidade, vejo que pessoas sensíveis e que enfrentam dores que ninguém pode ajudar (no pensamento delas) se entregam á morte como última tentativa de paz. Que pena. A desesperança, destruindo tudo à sua volta, não pode ser boa conselheira.

Minha vizinha chegou chorando em casa ontem, Estava me ajudando com a roupa no tanque e vi que seus olhos choravam de tristeza. O sobrinho se enforcou na árvore da praça, na rua onde morava. Faz um mês que isso aconteceu, e a tristeza ainda não esmoreceu um milímetro sequer. Meu peito doeu junto com esta mulher forte e resiliente, com testemunho de vida cheio de estórias para contar. É muito bom ouvir sua voz feminina e sotaque da roça contando as aventuras de quem nasceu e foi criada na vida natural, onde só se comprava na vendinha um quilo de sal e querosene pra "lumiá" a casa. O resto..hum.. tudo se fazia na mãos laboriosas de homens e mulheres que quase não existem mais.

Duas pessoas, no bairro onde minha irmã mora, na cidade grande, se jogaram de seus apartamentos para a morte. Que pena... por quê a sensibilidade nos leva a este ato de dor suprema? O que estamos fazendo conosco? Com nossos filhos? 

Você já parou para pensar nisso? 
Que mundo estamos construindo? Que mundo estamos destruindo?
Que marcas deixamos para futuras gerações? Que gerações são estas?
da simples parece ser uma solução pessoal e intransferível, seja qual for o filtro de minha visão das coisas:

se o copo esta meio cheio, a vida simples vem preencher a outra metade com soluções ecológicas que não danificam o meio ambiente, preservando assim o único meio de trasporte que temos nesta vasta imensidão do céu.
se o copo esta meio vazio, a vida simples me parece o único meio inteligente de enfrentar o futuro, salvando recursos alternativos para os piores tempos.

E ainda não parou de chover lá fora.
Fazer cada um a sua parte, sem se importar se amanhã o mundo vai acabar ou não.

Eu escolho viver.
E viver bem, e melhor, comigo mesma, com os que me cercam e com o planeta que me acolhe.
Eu escolho acreditar.
E você??