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quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

COMBUSTÃO ESPONTÂNEA e I LOVE EU

Eu quando fico muito nervosa, ou com muita dor, perco a quantidade de força na garganta. Perco a noção, quero dizer, a noção da força da voz. Minha voz sempre foi alta. Desde pequena, tenho que controlar minha voz para que os visitantes não se espantem..para que as pessoas na rua não se assustem..achando que eu estou sendo atacada. Minhas risadas são ouvidas, minhas músicas são ouvidas longe. Voz de bingo, sabe?? Sem microfone. É isso o que eu sou. Um megafone em tom alto, dizendo tudo o que vem dentro. É ISSO O QUE TEM GENTE QUE NÃO OUVE. Minha voz não fiz apenas aquilo que eu falo... porque vem acompanhada (a voz) de cara. Sabe aquilo onde se estampa toda a energia dentro?? Aquilo que desfigura na dor. Lembro sempre parentes que não vejo mais. O ÚNICO MOTIVO pelo qual não vejo mais meus parentes é porque eu aceitei quando meu marido disse que eles viessem só quando ele (marido) não estivesse em casa. Esse é o único motivo. Deixei-me dominar. A verdade serve para mudar a criatura. Não é uma coisa que se ame receber..não é algo que se adore ouvir.porque dói e porque transforma, e qualquer transformação vem acompanhada de mexidas internas quase, quase de fígado mudando para coração, sabe?? Minhas tias e primos, quando me olhavam, diziam exatamente o que se passava dentro. Dentro da alma. Do músculo quente, em chamas. Da câimbra dolorosa... Liam minha vida estampada no corpo; às vezes era uma coisa que me assustava. Eu não gostava de ser lida assim, tão óbvia. Ás vezes era bom, quando vinha acompanhado de um gesto de amor. Quando se está ruim, é tão bom receber algo, não?? Um abraço, um conforto, um copo de água. Principalmente quando se passa um dia inteiro na cama, cheia de dor. Fico pensando o que é cercar-se de alguém que lhe diz: "-Você pediu um copo para que eu soubesse que você queria receber um?". Quando a voz sai rojão, é porque a dor juntou com a revolta... NÃO TEM SEGREDOS, NEM INTENÇÕES OBSCURAS... A RAIVA é real e absoluta ali, na hora em que o vulcão estoura. Na voz sai os sentimentos, até em descontrole. Por que achar que há algo por trás, quando o descontrole já diz a que veio? Fico pensando o que o outro esconde, quando vê algo escondido em alguém. Sabe?? Será que eu to ficando louca?? :D além do fato de falar na net que é como gritar no universo negro e estrelado.. :D A voz sai rojão, vulcão quando o estopim se acende, pois está cheio de dor. e aí, voz e corpo do outro, se vem cheio de mais dor, aí é insuportável, sabe?? Bom, nisso tudo, eu paro cansada e de repente lembro da família..ou de algo que se tem em excesso quando se vive em família: intimidade ou falta de ... Comecei a sentir falta desta intimidade louca que é a da família, ou daquele ser que te ame além de você, sabe?? Que te vê de trás pra frente, de frente por diante, e para sempre..rs Romântica?? EU?? Putz, quem me conhece sabe que não sou exatamente romântica.. Mas sinto falta desta intimidade que não escolhe nada em seu lugar. Acho que esta fica para a próxima vida. Acho que o começo de uma nova fase é como nascer outra vez..pois não seremos mais a mesma pessoa. Não que eu não seja mais quem eu sou hoje. Não é isso. Mas na nova fase, eu vou escolher "eu" e não mais "nós". Por que o "nós", para nós, é, de alguma forma, um abandono do "eu".... mas isso tudo é minha visão. Vale para "mim". hahahahahahaha

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

São Francisco dos muares e o orelhão

E assim nasceu a terra que escolhi para morar: rota de fuga para não pagar impostos. A coisa foi mais ou menos assim: tropeiros vinham com seus muares cheios de mercadoria. Sedas e outros tecidos, sal, tudo para casa. Vinham em grandes tropas, abertas pelos bandeirantes. Só que haviam postos da Coroa (isso mesmo, na época da coroa ainda!!!) era para pagamento de imposto pelo transporte de mercadorias, como tem hoje. E exatamente como tem nos dias de hoje, a turma achava abusivo a taxa de imposto, e , para burlar o pagamento, buscaram uma rota alternativa, mais ao largo. Aí foi chegando gente com família junto, se instalando nas terras sem ninguém. Surgia São Chico, terra fundada por tropeiros. Mas tarde, com a cidade de Aparecida ao lado, os romeiros vieram á região. Hoje ainda se vê os romeiros modernos na estrada. "Somos" sonegadores. Parece que a governância se aproveita disso para gerir, do jeito deles (políticos) os recursos (humanos, financeiros, naturais) do jeito que lhes bem entender. Eu que não entendo porque não fazemos nada?? No fim, todo o movimento nas ruas se abadernou. Em São Chico, sem políticos que se interessem, estamos abandonados. Ainda não consegui um orelhão aqui na roça. Continua a luta, que parece não ter fim: um orelhão na roça. Temos que andar cinco quilômetros para chegar no orelhão lá dos Remédios. E mais cinco para voltar para casa. Eu já postei antes, mas prometi a mim mesma fazê-lo sempre: A VIVO me cobrou quase VINTE mil reais para colocar um telefone. Um ABSURDO!! Nojento!!

Ventania e controle de emoções (a mesma coisa, não??)

Tô aqui olhando pela janela do escritório. Dentro de mim, reboliço. Um monte de coisas para fazer na casa... Ontem deu ventania, chuva forte com pedrinha de gelo. Caiu folha pra todo lado... galho em toda parte. Pensei na força dos ninhos dos frágeis passarinhos. Não se vê muitos arrancados, aliás, quase nenhum. Na hora da ventania, já corre todo mundo para seus ninhos. Bom ter lar pra voltar!! Muito bom. Meu sonho sempre foi ter meu lar. Hoje eu tenho minha casa no alto da montanha, que pode ser vendida ou trocada... aprendi que meu lar carrego no peito. Embora as paredes façam grande diferença. Importante é morar bem. Casa com saúde, sol, ventilação... escadas inteligentes (raro), água... Pensar que vai chegar cansada, com compras do supermercado... tem acesso bom... Engraçado que tem gente que quando quer casa, quer da grande, cheia de quartos..cozinha grande..churrasqueira e forno de pizza no quintal... rs.. limpar?? quem vai?? Casa Inteligente... com o uso inteligente de cada cômodo, cada móvel.... nada sobrando...nada faltando...nada quebrado... nada sem uso (nunca)... nada que não nos pertença... sujo!! No interior da alma, também. Tudo limpo. Falei ontem com uma amiga: mágoas antigas fazem mal... eu guardo algumas. Penso que, aos poucos, vão diminuindo. Ontem vi que uma delas continua forte... ao falar dela (da mágoa), saiu no tom de voz a indignação ainda presente no peito. Calma. Controle de emoções. 2014. Trabalhar mais estas mágoas. Começo hoje. Agorica mesmo. Perdoar quem falou merda para mim, numa hora que não deveria ter saído merda, sabe?? afinal: "Falamos coisas que podem sair tão mal... e que não era nossa intenção na hora"... Ok...Vou repetir varias vezes a mesma frase... Falamos e nos arrependemos. Deu pra entender?? Não??

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Desejo a você em 2014 ...

Dois mil e treze está acabando. Para mim foi um ano bom. Voltei a tomar meus remédios. Todos eles. rs Achei e perdi muitas coisas. Seres queridos que se foram. Fiz grandes descobertas aqui, no meio da mata. No meio de mim mesma. Trabalhei este ano meu orgulho e sinto que ano que vem retomo a batalha. Descobri as aves da roça, seus sons e cores. Deslumbrei-me. Fotografei muito. Nadei. Amei. Fui amada. Briguei. Convivi com pessoas queridas. Descobri o medo da loucura, da viagem sem volta. Vi a transformação do amor em ação. Vi uma menina linda. Um anjo. E ainda tenho muito o que ver, andar e fazer neste final de 2013 Tudo isso, tudo... eu compartilhei com você(s) E assim vou fazer em 2014 Obrigada por me ler, me aturar e confiar em mim à ponto de voltar... Desejo a você em 2014 um ano cheio de boas vibrações de luzes... de amores... de saúde e prosperidade.. de paz e tranquilidade... com amigos e boa música animais e verde, muito verde. Love da roça

sábado, 23 de novembro de 2013

João e Maria da roça (23/11/2013 12:35)

Certo. Tenho uma chaminé com um chapéu no topo. Grande coisa. Lá nesse topo, uma andorinha fez seu ninho. Aí a coisa fica grande. Primeiro foi o barulho de passarinho chorando dentro da lareira. Corri para ver e lá estavam eles: dois filhotinhos de andorinha, as peninhas começando as nascer. Que dó. Recolhi os dois, guardei numa caixinha e procurei no Google como alimentar estes bichinhos tão pequenos... Resposta do oráculo: ovo cozinho, painço e água morna, podendo acrescentar fubá (pouco) ou farinha de rosca (pouco) A do canto esquerdo eu chamei de Maria. Menor, mais calma, menos gulosa. O do canto direito é o João. Maior, quer mandar na caixinha, muito guloso.. rs Depois de alguns dias (4) João piou a noite toda, e depois de comer (muito) ele morreu. Foi um choque abrir a caixinha de papelão onde eu os guardo, perto da lâmpada sempre acessa para mantê-los aquecidos, e encontrá-lo de perninhas para o ar, bico aberto. Que pena. Agora estou só com a Maria. Da ninhada toda, só sobrou ela. Ontem, caíram os últimos quatro irmãos que ela tinha. Foram devidamente mortos pela minha gata Tequila. Putz...foi horrível ouvir os barulhos todos e chegar à tempo de ver os corpos mortos esparramados pelo chão. E estavam tão maiores do que a Maria. Ou minha papinha não é boa (Painço é alimento 100% ideal para pássaros... gema de ovo cheia de proteínas... snif!!) ou ela é doentinha... Coisa estranha. Me sinto fazendo uma coisa que não deveria: acho que e Maria foi expulsa do ninho pois os mais fortes acabam expulsando os menores e mais fracos. Deveria estar mortinha também, não fosse minha interferência. Mas matar não vai me fazer bem. Já deixei passarinhos morrerem por não fazer nada e aí me senti muito mal. Ou seja, uma encruzilhada da Natureza. Eu vou seguindo. Ver o que vai dar. 26 de novembro: Maria morreu ontem. Fim da novelinha de dor da passarinha. E minha também.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Transito infernal e a flor de goiabeira

Não tenho nenhum Apolo correndo atrás de mim...rs. Também não tenho um pai morando no Olimpo. Não fui flechada pela flecha de chumbo do Cupido. (aliás, vamos combinar?? Danado este cupido que flechou com flecha de amor a Apolo e flecha de chumbo à Dafne... isso é querer ver o circo pegar fogo, sem dó nem piedade, com deuses e humanos... hahaha. Mas quero virar árvore. Mais um tempinho enfiada aqui na montanha e descubro que já virei um pé de goiabeira, dando flor branquinha, cheia de cabelinhos lotados de abelhas... Sair da roça, meu pai do céu..que dificuldade. Desculpas: cães, gato, quem vai cuidar?? Verdade: não quero ver poluição, não quero dormir no claro, não quero mais pegar trânsito, tenho medo da violência citadina, quero a paz e o "silêncio" da roça. "Silêncio" veio entre aspas por motivos óbvios (só para quem vive na roça): não tem silêncio na roça, gente. Tem sons de todos os tipos, em todos os lados que se vire. Se chegar bem perto do chão, vai ouvir os muitos barulhinhos de seres bem pequeninos. Todos agitados, trabalhando, gritando por insetos... Ahhhh..digreção: dois passarinhos caíram pela chaminé da lareira. Estavam emaranhados no jornal sujo... gritavam loucamente. Tentei. Mas morreram na caixinha. Que difícil achar minhocas no meio da tarde, a noite já chegando. De verdade, me sinto tão culpada de não ter tido pique para cuidar deles. Tinham nome: João e Maria, claro. Estão mortos na caixinha improvisada. Que pena. Bom...eu já virei árvore?? Ainda não?? Então estávamos aqui mesmo. :D Não quero sair da roça, mas saio. Saio para visitar minha irmã, saio para ir ao SUS pegar meu remédio (aliás, outro post para este assunto, por favor)... saio pra ir em casamentos (outro post, rs) e saio para ir para o sul, visitar um "serzinho pequenino", de meio metro, mais ou menos, chamado netinha...hahaha Poxa... tudo parado.... tudo cheio de caminhão, de carro, de gente.. Não quero sair da roça. Gente.. Isso não é vida!!! Vem pra roça.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Rolo de massa



A ideia é de um site de compras (aqui)

Mas é fácil copiar.

Achei bem legal!

Volta para a roça, Marcelo!

Hoje acordei com os raios de luz. Deixei uma das duas cortinas do quarto aberta ontem de noite. Queria acordar cedo e, para mim, não tem melhor despertador do que a luz do sol incidindo no rosto, logo de manhã... Aconchegante, silencioso, manso. Acordo também com chuva e vento muito forte. Aqui na roça, na região onde moro, é muito "ventoso", pois estamos nos altos montanhosos aqui do começo da Mantiqueira. Nem é tão alto, mais é montanhoso. Vejo as vaquinhas pastando por aí e penso na carne dura e musculosa que comemos vem disso: vacas estão acostumadas a subir e descer morros, montanhas... como nós humanos, "malhando" nas academias.. Aliás, falando em academias, tem uma figura aqui na roça, "Marcelo Raizeiro". Homem franzino, com rosto escondido atrás de barba e cabelos longos mais um chapéu que nunca lhe sai do topo da cabeça. Pele bronzeada e profundos olhos azuis. Só anda a pé e, quando a distância é longa, vai de ônibus mesmo. Um dia veio pescar aqui no Rio do Peixe. De tarde, na hora da chuva, olhei pela janela e ele havia sumido. Quando a chuva parou, tornei a olhar e ele estava lá. Sentadinho na margem, em absoluto silêncio, pescou o dia inteiro e, quando a água começou a cair do céu, tirou toda a roupa, guardando num saco plástico, e esperou a chuva passar, "... escondido numa moita mais adiante para não me assustar!", disse ele mais tarde, quando a noite mal começava, batendo na minha porta com os peixes guardados numa cumbuca. "-Esses peixes são para a senhora cozinhar e comer", disse ele me oferecendo a cumbuca. "-Eu não como peixe.", me confessou. "-Sou vegano". Peguei a cumbuca e agradeci. "-Quer entrar, seu Marcelo Raizeiro?? Faça o favor.... ". Ele não quis, agradecendo. Deu as costas e sumiu no escuro. Entende tudo de raízes, árvores, arbustos e animais, insetos e outros assuntos mais. Gosta de uma birita e brilha os olhos sagazes no escuro quando a "branquinha" aparece num cálice bonito. Faz anéis e esculturas em pedra, pois também conhece a arte dos metais e minerais. Um dia comentou bravo que abriu um academia de ginástica na cidade. Estava indignado. "-Onde já se viu, abrir uma academia aqui na roça, quando tudo por aqui nos fala de saúde e, por certo, esporte não falta. Vai subir e descer montanha, respirar ar puro, fazer caminhadas, nadar nos rios, percorrer trilhas...". Saía cuspe feroz da boca que esbravejava... Seus olhos cuspiam também, mas fogo. Não aguenta tanta energia e sai andando, quase sem se despedir. Desaparece durante longos períodos para surgir de repente. Faz tempo que não vejo "seu" Marcelo Raizeiro. Tá na hora dele aparecer!! Volta pra roça, Marcelo!

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Planta fala??

É claro que planta fala. Com um sistema muito mais sofisticado do que pensamos nós, meros mortais, burros por excelência (hoje estou descrente da raça humana, animais extremamente nocivos ao planeta). Não percebem que TUDO que tem vida tem formas de comunicação, mas é óbvio (continuo ironicamente descrente) que não nosso tipo grosseiro e bruto de comunicação. Pronto!! Passada a raiva da raça humana, venho me comunicar com mais carinho Tem muita gente por aí que sabe disso. Das formas múltiplas, mais sofisticadas de comunicação. Não importa se entre bichos e humanos, se entre bichos e bichos... Todos se comunicam. Pois tudo isso para dizer que eu sou testemunha deste fato. Estava eu em minha casa, na minha juventude. Passei pela sala e me voltei, procurando quem estava me chamando. Eu realmente ouvi me chamarem. Não pelo nome: "Cláuuuuudiaaa"!! Não assim, Poltergeist. :D Me voltei e encontrei apenas um vaso. Meio seco, é verdade. Mas era, apenas, um vaso com uma flor solitária nele. Passei reto. Alguns minutos depois, minha mãe entrou na mesma sala, passou pelo mesmo local e disse: "-Nossa, vou colocar água nesta flor, que ela esta chamando, pedindo água". Coloquei a cabeça dentro da sala, pelo batente da porta: gesto inútil, mas era só para ver se eu estava ouvindo certo, e se era a mesma flor, na mesma sala. Eu havia ouvido seu pedido. E não dei ouvidos. Entendeu?? EU OUVI A PLANTINHA!! Desde então, sei que as plantas se comunicam com os seres humanos. Sei também que seu sistema é sofisticado, envolvendo energias que eu não compreendo, ainda. Gente... Planta fala.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Longo Caminho da Humanidade

O Milo Manara pintou o longo caminho da Humanidade. Lindos os desenhos. Mas se pensarmos bem.... O que os desenhos nos mostram? Que fudemos e matamos uns aos outros desde que começamos este caminho. Deixando uma dúvida pequena, quase inexistente, sobre o futuro. Será que ainda mataremos, torturaremos e transaremos assim?? Quase loucos e sem noção?? As roupas mudam. Os cabelos. As armas. A tecnologia avança. Os chapéus mudam .... Mas .... Acho que a humanidade ainda tem um longo... longo ... longo ... .... longo ..... ... longo caminho! https://www.google.com/url?sa=i&url=http%3A%2F%2Fmalomil.blogspot.com%2F2017%2F08%2Fhistoria-da-humanidade-por-milo-manara.html&psig=AOvVaw3gfAPN0WVNE0AYNXjwfprt&ust=1713640218006000&source=images&cd=vfe&opi=89978449&ved=0CBIQjRxqFwoTCNDK-7X9zoUDFQAAAAAdAAAAABAE

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Buzinaço do Feriadão de Nossa Senhora Aparecida de 2013

Podia ser capa de revista importante. Daquelas que tem duplo sentido, ás vezes três ou mais.

É, porque teve buzinaço. Uma fila de carros (talvez 3 ou 4, incluindo o nosso), caminhões (dois na frente da gente).

Aconteceu no feriadão de Nossa Senhora Aparecida. E como todo feriadão desse, tem um monte de romeiro na estrada, pagando sua promessa, agradecendo, indo só por amor. Coisas da fé do brasileiro. Mas tem também aquelas carroças chiques, com rádio e antena poderosa, cavalão de primeira, com crina escovada e trançada com fita colorida.

Foi no ano de Nosso Senhor Jesus Cristo de 2013, aqui na comarca de São Chico, sim senhor.

Mas qual foi o motivo do buzinaço??
Foi a danada da falta de paciência, que veio atazanar a vida de quem vive em paz aqui na roça.
Que é isso, gente?? Sair buzinando para romeiros?? Numa estrada conhecida por ser rota de romarias?? No dia santificado á santa que levanta o romeiro de casa pro cumprimento do dever religioso há dezenas de anos, passando o ritual de pais para filhos faz um tempão???


Que é isso, gente??
Fiquei chocada.

Vai pra cidade rezar um Pai Nosso, não como punição pelo mal feito, mas por perdão do ato infeliz.
Buzina tem hora e bom motivo pra usar, infeliz!

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Manias minhas e um pássaro sonambulo


Ontem eu voltei da cidade.
Eu acho que todo mundo tem suas manias. Quando eu subo no carro, no ônibus, se eu não me vejo "fazendo a viagem", se eu não me vejo "chegando no destino", eu não viajo.
Eu preciso "viajar" primeiro na alma para depois executar o ato na vida "real". Adoro lembrar das palavras do Morfeu à Neo, falando numa sala virtual sobre o que é real e o que é irreal. Vivemos num mundo de sonhos. Não conviver com esta "porta aberta" é não entender a brincadeira.

Mas ontem eu me vi no destino. Me vi chegar, abrir a porteira, e a porta da frente da sala. Enquanto vou dirigindo, checo de vez em quando para saber se me vejo percorrendo os próximos quilômetros.

Manias.

Cheguei em casa quase de noite.
Sozinha.
Silêncio.
Delícia.

Meus animais cuidados. Parei em cada um, agarrei, vi água e comida.

Dor de cabeça. Tenho tido enxaquecas de vomitar de dor. Sumax. Criação da medicina moderna, que entra no organismo matando a dor maldosa que tira minha visão, minha vontade andar e ver luz, sentir cheiros. Tudo me incomoda.

Deitei no sofá e dormi com o tempo, enquanto a dor ia passando. Depois da dor, um torpor natural do remédio. Acordei assustada com barulhos na porta de vidro da entrada. Noitão frio. Escuro. Minha cachorra lá fora, fiel, cuidando da casa. Que barulho era aquele?? Que bicho voava em torno da luz verde da varanda, deixando sombras grandes de asas abertas no chão da sala?? Através do vidro da porta, eu deslumbrava o animal voador.
Pensei logo no morcego daquele domingo, dentro da minha cozinha, fazendo um barulhão com as asas pretas quando batia nos móveis e paredes. Corri e fechei a janela que eu havia deixado aberta. Bem na hora, porque o tal voador bateu logo em seguida no vidro fechado.

Olhei para ver melhor e me espantei com o inusitado: uma andorinha meio perdida na noite. Voando em círculos, parecendo um pouco sonolenta, como em transe. Os pássaros tem sonambulismo? O que tirou essa andorinha do ninho, no meio da madrugada?

A gata estava embrulhada nas cobertas em cima do sofá que me serviu de cama até hoje de manhã bem cedo, quando acordei louca por um café.

Manhã linda de sol.

O pássaro não estava lá. Minha gata dormiu a noite toda do meu lado, sem sair nem para usar o banheiro. Não comeu o pobre perdido, que tem mais um dia de vida na roça.

Manhã realmente linda.

Viva a roça.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

O morcego preso em tapetes da cozinha.

Ontem estávamos no escritório quando ouvi um bater estranho de asas na cozinha. Pensei logo no imenso inseto que entrou ante ontem e ainda não tinha saído. Um inseto enorme, cheio de vigor e, pelo barulho que fazia ao bater nas paredes, devia ser duro como uma pedra.

Abri a porta do escritório devagar, temendo o tal inseto.

Da frestinha da porta pude ver o inseto entre os trilhos da porta do quarto. Estava lá, imóvel, bem posicionado, quase escondido, mas eu o vi.

Silêncio. Fecho a porta e volto para o trabalho, feliz de ter resolvido o estranho barulho. Mas foi só pensar assim e o tal volta a preencher o ar... que som estranho...são asas batendo, mas batendo em todo lugar, meio perdido, enlouquecido. Será outro passarinho???

Fui abrindo a porta do escritório e mirei logo o lugar do inseto. E ele estava lá, no mesmíssimo canto do trilho. Não foi ele, com certeza. Fui olhando em volta. Nestes momentos, eu percebo que meus olhos tomam o controle de quase todo o cérebro. Eu sou apenas olhos. Vejo chão e paredes, objetos, procurando algo que chame minha atenção.

Chegando perto da porta da cozinha, decifro o enigma das asas enlouquecidas: um morcego, preto, mas muito preto mesmo, virado de cabeça para baixo, só que, ao invés de estar no alto da parede, lá em cima onde não pode ser atacado, este aqui estava quase rente ao chão, com os pelinhos da testa quase raspando o chão de cimento queimado azul da cozinha.

Juntei minhas mãos e gritei: "- Pelo amor de Deus, é um morcego".


Reconheço que foi uma frase ridícula para se dizer num momento desses. um "Credo!!" seria ótimo, heim?? Mas não. Ainda fui piorar a cena, juntando as mãos, como em prece.

hahahahahahaha

Aí o marido/chefe sai do escritório, meio de má vontade... depois me confessou que, mais cedo, durante o começo da noite, chegara a ouvir a bateção de asas, mas abandonou a procura com preguiça de ver o problema naquela hora.

Tenta tirar o tal morcego com uma pá de piscina, com prolongador e tudo. De longe cutuca a fera. Um guincho horrível preenche o ar. Depois, um grito horrível abafa guincho e tudo fica pior: na hora que o morcego começa a gritar, eu começo a gritar, ainda mais alto e pior do que o mamífero.

hahahahahahaha

Marido fez uma cara feia, cobriu o morcego que não voava com os tapetes da cozinha e voltamos ao trabalho no escritório. O bicho ficou lá, para ser solto logo depois dos primeiros raios de sol.

Desapareceu nas árvores.

Deve ter contado o terror passado nestas horas de prisão em estranha trama de pano, para seus parentes, que, de certo, deveriam estar preocupados com sua ausência.

Ufa!!

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Morreu meu Melão.


Morreu meu Melão Boy.
Filho de Cazuza, americana mansa de boa índole e Skank, um fila mal tratado e bravo.

Deu um lindo e manso cãozinho.
Morreu de medo de trovão.
Obrigada, Natureza, por ter me enviado o Melão.
Foi cedo.
Deixa saudades.
Love da roça.

sábado, 14 de setembro de 2013

Pedra folha e Orgulho assumido

Gosto de pensar que somos crianças espirituais, e que toda e qualquer forma de imaginar Deus estará condenada à mudar, pois não temos ainda a condição de sequer sonhar com Ele (seja Ele lá quem for);

Gosto de pensar que a simples ideia de Deus é absurda e infantil;

Dou 1% de chance para que Ele, realmente, não exista! Que estamos todos na roda simples e natural, como tudo o que acontece. E é esse 1% que me puxa para baixo, para a dor de simplesmente não existir depois de mim mesma. De não levar para o infinito meus amores. Tonteia minha mente, me faz perder o chão por segundos. Não pode ser...

Meus outros 99% acreditam que a evolução se dá de forma lenta e contínua, através dos milhares de anos e dos reinos diversos que vamos encontrando á medida que subimos de degrau na escala evolutiva.


Que nossa consciência vai se abrindo inexoravelmente, quer queiramos ou não;

Que dormirmos no Reino Mineral, sonhamos no Reino Vegetal e despertamos no Reino Hominal.

Penso que vencer este 1% significa, no fim, iluminar. A  experiência única de entregar-se totalmente à Ele.

Nunca me doei assim.
Nem para homens, nem para Deuses.

Carrego o Espírito muito orgulhoso ainda. Noção absoluta disso. Não é ruim. O Alcoólatra deve assumir seu vício antes de seu tratamento começar. 

Dobrar, dobrar e não quebrar!
Por quê não?

Porque eu acho que Espírito veio de um jeito e o corpo caminhou por outro. A resiliência conquistada na matéria vai ajudando a dar o tom para o Espírito, que precisa do exemplo para crescer. 

Deu pra entender??
Sim?
Não?


sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Super pais e mães e as super famílias de Andry Shango!



O Designer de animação Andry "Shango" Rajoelina, francês, retratou as super famílias... como seria se Superman tivesse filhos e os segurasse pelas mãos na hora de levar à escola?? Ou mulher Maravilha??

Não aguentei e coloquei meus super-heróis.
Com minha irmã e eu pelas mãos, amorosas, lindas!


Olha o blog dele.

O bebe pássaro na janela e Deus na Natureza

Hoje, de manhã bem cedo, quando o sol já estava deixando tudo claro lá fora, eu percebi, pelos movimentos da Tequila, minha gata, que um dos passarinhos da varanda havia começado as aulas de voo de seu filhote. Pensando bem, escrevendo agora (acho que é o único jeito de eu pensar bem - assim como a única forma de saber se eu pinto ou não determinado tema é pegar na massa e sair pintando, com pincel em riste) eu acho que saber que Deus existe é a mesma coisa do passarinho...eu não vejo, mas sei, pelas reações que vejo na natureza, que Deus existe.




Voltei a dormir, porque vi que Tequila relaxou as costas, apoiou o corpo no tapete e fechou os olhos. Ótimo, pensei. Voaram em paz e tudo ficou bem na roça, pelo menos agora de manhã. Não foi verdade exatamente, pois algum tempo depois, lá estava a Tequila, mostrando através de sua expressão corporal, que algo estava errado (para o pássaro).

Sou da Natureza e acho que esta tudo certo nela (apesar de ter concordado com a Emília, na Reforma da Natureza, que alguma coisa poderia ser mudada..kkk). Então, gatos fazem exatamente o que a Natureza determina, cães também, e cobras e todo o resto de seres mortais que caminham pela Terra abençoada..todos somos aquilo que somos. E ponto final.

Ouvi o bater assustado das asas no vidro: o passarinho estava dentro de casa. Havia entrado pela pequena abertura do vidro, que eu havia deixado para a gata sair e fazer suas necessidades lá fora. Afinal, gatos tem um coco e um xixi forte demais para deixar fazerem isso em meus tapetes.

Sabe qual foi minha primeira reação?? Agarrar a gata, porque era o principio do problema. Ela é muuutio boa em caçadas, e aquele bebe emplumado não teria chances em suas primeiras tentativas aladas. Seria uma pena não dar uma segunda chance ao lindo emplumado que se debatia no vidro, louco para sair. Triste ver a situação da mãe, que ficava exatamente no mesmo lugar do filhote, só que do outro lado da transparente cortina que os separava.

Encantei-me um segundo com esta visão de amor entre mães e filhos. Lembrei de grandes e pequenas tragédias humanas, onde pais veem seus filhos morrerem antes deles, na sequencia natural da vida. Dor maior. Pensei nas famílias que tem seus filhos levados por estranhos, e passam o resto de seus dias com o coração na garganta, tentando respirar um ar pesado de dor e separação, insegurança e medo por seu rebento tirado à força de seus braços por homens cruéis.

E somos uma raça bem cruel. Somos capazes de coisas horríveis, em nome de qualquer assunto, seja Deus ou futebol. Prender alguém com requintes de crueldade, torturar, arrancar seis, enfiar coisas pontudas nos corpos, fazer o irmãos gemer e enlouquecer de dor....o que é isso, minha gente?? Somos feitos de poeira cósmica, somos filhos das estrelas, temos a semelhança do Criador e, ainda assim, temos as trevas carregadas ao extremo dentro de nós mesmos. Somos monstros muitas vezes.

Muitas vezes.

Bem, depois da digreção (obrigatória), volto ao passarinho, que depois de voar, debater, voar de novo e se debater novamente, conseguiu, com meu empurrãozinho, sair pela única janela que deixei aberta: a única onde a Tequila não entra com seus pulos incríveis: ela ficou do lado de fora da casa, gritando nas janelas para entrar. Durante a tentativa de colocar o bebê para fora, ela fechou as patinhas duas vezes, exatamente no lugar onde o passarinho estava, e foi engraçado ver a cara dela quando não viu pássaro algum nas unhas. Engraçado ver como o vidro separa mas não deixa isso claro, né?? Pelo menos não aos animais, que não entendem nada do funcionamento de uma janela.

Voou aliviado. A mãe dele ficou aliviada.
Eu fiquei aliviada.
Tequila está lá fora, no sol, ainda sem entender bem como conseguiu perder, duas vezes, uma refeição fresquinha, já garantida, ali bem na frente dela.

Coisas da vida, minha gatinha, coisas da vida.

Sigo com as coisas da roça.
Sigo verde.
Feliz.





sábado, 7 de setembro de 2013

Passeio na cidade, gotas de pinho alabarda e a torta mousse de chocolate

Hoje saí do mato.
Vesti sapato novo, calça apertada, um sutiã e uma camiseta, penteei os cabelos, pintei os olhos.
E olha que combinei calça e sapato, efeito raro.
Aliás, camiseta combinou com tudo também.
Assim como acontece conjunções astronômicas, com planetas se alinhando no espaço em linhas imaginárias, tem momentos que alinho as peças, produzindo um harmonioso efeito de estar perfeita na roupa certa.

Sapato novo porque me dei de presente umas botas para ralar no sítio, mas como ainda estão novas, saio com elas até quando der... mas são de ralar no mato, sabe?? Andar sem medo de cobra, de inseto corajoso e peitudo, achando que pode f*d*r um ser humano, milhares de vezes maior do que ele.E PODE. Tem inseto que deixa picada doída demais, que leva tempo para passar, fica vermelho e quente, febril numa luta contra veneno. Melhor bota no pé.

Calça apertada porque, na minha magreza, posso vestir uma calça apertada, de cano apertadíssimo, acabando na bota. Fica chique.
Um sutiã foi uma escolha dura. Dia azul, quente, com sol aberto depois de dias chovendo e fazendo o maior frio na roça. Melhor sair com camiseta, esta que combina com o resto, então só posso usar esta camiseta vestindo um sutiã....senão... Meu lado holandês não nega as tetas fartas. hahahaha

Vestida para matar, falta arrumar o cabelo, o rosto.
Esconder as marcas não dá. Estão aqui, balangando nas peles que vão, aos poucos, sobrando pelo corpo.

Creme, cabelos escovados...batom, um lápis nos olhos.

Lembrei das gotas de pinho Alabarda, na minha época de escola. Vinha num saquinho dividido. As balinhas doces e refrescantes de pinho na parte maior. Na menor, o nome e uma frase de impacto:

"Sorria e finja estar contente, porque aos outros não interessa as mágoas da gente"


 Fui pra cidade.

Comprei uma torta mousse, dessas prontas, expostas em fartas geladeiras, recheadas destas coisas industriais. Com café, na mesa da varanda da amiga Lelê, ficou perfeita. Devorada por todos, em pouco tempo reduzida a restos doces num pratinho branco de plástico, parcialmente cortado pela faca enlouquecida de vontade do chocolate da torta.
Revi os amigos.
Saí de casa.
Comi torta mousse de chocolate, com café, na varanda da Lelê.
Tá bom demais.
Agora fico no mato.
Escondida.
Pouca voz.
Pouca gente.
Verde.



quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Raio-x trajes espaciais


Eu adoro as coisas que vem do céu.
Adoro estrelas.
Adoro saber seus nomes...
Adoro olhar para o céu e reconhecer (algumas) constelações..
Adoro pensar que um dia eu terei um telescópio..

Viajando por aí encontrei esse link sobre "algumas artes" em cima dos equipamentos usados pelos astronautas: tirar raio-x das peças deixou aquilo tudo ainda mais incrível...

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Receita de Pé-de-Moleque da Roça




Quer fazer pé-de-moleque??
Um fácil??
Rápido??
Delicioso??

Receita da prima Marília:

- 1/2 k de amendoim crú.
- 1/2 k de açúcar

Coloca tudo numa panela. Eu usei uma frigideira, porque fica bem mais fácil de mexer do que numa panela de duas abas, sabe???
Então, põe açúcar e amendoim na frigideira (alta), e vai mexendo enquanto esquenta no fogo alto. Quando o açúcar começar a derreter e a caramelar, abaixa o fogo, mas continua mexendo e mexendo, até tudo virar uma calda, cheia de amendoim.

Nesta fase, desligar a panela e despejar uma lata de leite condensado, e mexer tudo muito bem... a calda vai chiar, reclamar que entrou um ingrediente frio, mas não tem nada. Vai misturar ao leite condensado, e pronto.

Despejar numa fôrma untada.

Eu comi quente mesmo, mas não fica tão gostoso quanto ele mais frio.
Fica menos duro do que o pé-de-moleque comprado, mas com o tempo vai endurecendo.

Aí é só comer.
Fica bom demais.

Cuidado que vicia.



Na roça tem tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo. Mas.....

Eu sei que o tempo é uma coisa relativa, tem tudo a ver com o psicológico e tem uma frase muito boa sobre isso: "Uma palavra pode parar o tempo".
Eu já vivi assim, parada no tempo por causa de uma palavra, um gesto, um som...uma imagem.
Já senti o coração parar.
O corpo perder a forma.
A consciência se perder, paralisada.

Na roça também o tempo pára. Só sair andando pelas encostas..pode ir devagar, porque tudo vai acontecendo diante dos olhos, mas olhos atentos. Os meus vivem perdidos na natureza, observando enlevada, mas prestando pouca atenção.

Tenho que dobrar esforços para ver.

Exemplo: descer de carro a montanha é coisa simples. Não é não. Marcha sempre na primeira, porque já cai com meu carro desgovernado pela rampa abaixo..é assustador, pois parou só Deus sabe como, perto de uma pedra bem grandona, e foi punk.
Descer no escuro, então, é dobrar atenção. E como ver as coisas acontecendo, quando se esta prestado atenção no volante??
A atenção vem de repente, como aquilo que lhe despertou: na frente do carro, uma coruja. Levanta voo assustada com a aproximação do veículo, mas ao levantar voo,se depara com uma mariposa que vinha na direção dos faróis,encantada pelo brilho dos holofotes do carro. Ao voar para fugir do pneu, a coruja abocanhou o inseto que voava na direção contrária e saiu vitoriosa, mata adentro, com sua mariposa no bico.

Eu estava lá.
Olhando enquanto o carro descia praticamente sozinho.
Deixei de prestar atenção na estrada e me perdi atrás da coruja, encantada com o acontecido.
Essa sou eu.
Pena não saber nada de você.
Me conta algo...

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Jornadas ??? Que número mesmo??

O nome dela é Albulena.

Os olhos azuis, os cabelos ondulados, castanhos claros.

O rosto de pele branca e macia, cheio de sardas ruivas.

Jovem artista gráfica de Kosovo.

É linda.
Trabalhos lindos. Albulena Panduri.

Animais, solitude, longas distancias para os olhos se perderem em pensamentos...

Natureza gigante e pessoas..poucas..mas em todos os seus trabalhos, apesar da solitude implícita, o humano está presente. O animal também.
Passa lá!!
http://www.behance.net/albulenapanduri

O rato roeu a farinha da Clau, que não era rainha de Roma

Eu Não sou porca.
Troco de roupa todo dia.
Tomo banho todos os dias.
Sei, de longe, quando minha louça não foi bem lavada por alguém que só queria me ajudar.
Lavo de novo, sem que meu benfeitor veja, para não ferir sentimentos, mas louça suja nem pensar.
Sempre ouço que ando cheirosa.

Tenho um rato dentro de casa.
Pronto! Falei!
Mas não é porque sou porca, não. Não há lixo acumulado, nem latas sujas largadas em meu terreno; acontece que estou na roça, onde tem bichos e bichinhos por toda parte.
Dona Francisca acha que o ratinho passa por debaixo do vão da porta, que é bem largo. Então eu estou me dedicando a costurar uma cobra, fina e comprida, em algodão colorido, para fazer uma linda peça cheia de areia, para colocar no vão e impedir que o tal roedor entre em casa.

Não vi o bicho. Vejo apenas seu coco, que fica espalhado pela prateleira, perto das farinhas, sabe?? Que nojo. Depois Dona Francisca lembrou que ratinho na roça é limpinho, é mesmo. mas é rato mesmo assim. Ela me ensinou como armava a ratoeira. E eu fui armar, deixar lá na prateleira onde o bichinho passeia. Na hora que eu fui colocar a ratoeira, ela desarmou nos meus dedos, e meu cabelo ficou cheio de restos de isca de rato...aiiiiii..que droga.. que raiva que deu!! Fora a dor, o cheiro no cabelo, a vergonha do erro...orgulho ferido!!

Armei a bicha na própria prateleira, claro, apenas da segunda vez cheguei à esta conclusão. Mas ficou lá. Armada. Não escutei quando desarmou, durante a madrugada. De manhã, fui olhar a armadilha, devagarinho, porque não gosto de fazer isso. Não gosto de tirar o bichinho dali, ele preso. Horrível, sabe??

Bom, fui devagar, olhando através do pires de vidro que estava na frente. Droga! Armadilha desfeita, pouco da isca espalhado pela prateleira, mas o resto foi levado. O rato ainda deixou um coco. Ele deve ser pequeno mesmo, pois o coco é pequenino. Que droga...

Volto quando tiver conseguido..
E aí?? Vai decidir viver no campo?? Na roça??

É uma emoção por dia, meus amigos.
Beijos.

domingo, 14 de julho de 2013

Vespinhas, estouros e a festa de Santa Ana

Olha só como as coisas na roça deixam de ser calmas de uma hora para outra sem ser aquela loucura de violência e destruição que logo vem á cabeça quando se fala em "loucura"...
Quando digo loucura não me refiro então às coisas que não tem solução, como morte ou doença grave...loucura é loucura mesmo, quando eu levanto e olho para a janela e dou de cara com um enxame enorme de vespas procurando uma casa para se enfiar debaixo de alguma telha ou no chapéu da lareira. A cena é uma loucura de se ver, pois são dezenas de dezenas destas bichinhas cheias de vigor e destemor. São pequenas, mas seus ferrões doem demais, para quem já foi picado e que sabe dos dias engolindo aquele ardor na região picada.
Aí sabe o que eu faço?
Eu saio correndo fechando portas e janelas. Não quero dúzias destas voadoras entrando à toda atrás de mim aqui dentro de minha casa. Desaforo seria, não??
Então fecho tudo. Aí, no fogão e na lareira, faço fogo, porque ai a fumaça vai espantar as ditas, que assim procurarão outro lugar para fazer sua preciosa casa.

Loucura, né?? Ou não??

Loucura acordar com estouros na caixa de eletricidade. Aquela que ninguém aqui em casa chega perto sem sentir medo. Sim, porque ela dá um certo temor, quando se pensa que a eletricidade vem debaixo da terra, puxada pelo Rodrigo, que subiu pela montanha trazendo cano, e depois subiu levando o fio de cobre, e depois desceu com o fio, para dar o "retorno" lá embaixo. Algo assim, que confesso, não entendo direito. E por não entender, temo. Sacou??
Aí, com tanto estouro, fomos para Monteiro, procurar alguém (depois do café com pão e manteiga e suco de laranja, lá na padoca do Marcos e da Marisa). Foi o Marcos quem me indicou o Valdir, que veio na sua moto ver o que podia fazer para acabar com os estouros. Voltamos para casa e lá no alto da igreja vimos a festa da turma aqui da roça para Santa Ana. Chegamos na hora do leilão de porcos e bois já mortos, limpos devidamente, leiloados para as pessoas na região, arrecadando dinheiro para a Igreja Católica, que vive do amor dos fiéis, que lotaram a construção azul típica de bandeirinhas coloridas, carros estacionados pelas montanhas... Estava cheio mesmo.

Agora tudo resolvido.
Eletricidade feita, arrumada...banho tomado, louça anda vou lavar.

Mas a festa tá lá...
Vem pra roça, vem!!

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Geléca de aranha

Fui ajudar lá no barracão. Olhei quando o Clau tirou o baú velho de madeira do canto... a forma estava no fundo, uma pelota marrom em fundo azul.
Pelota escura, com patas bem firmes na madeira e um ferrão em riste, avisando que estava pronta para o embate.

A aranha era realmente enorme.
Eu me afastei.
Fiquei atrás do Clau, que levantou a vassoura e plaft!

E foi ai que, da barriga amassada, voou uma gosma BEM NO MEU OUVIDO, CABELOS...foi horrível.
Gritei abafado, o Clau me ajudou a caminhar até o esguicho que estava aberto.
Usei da água e fui lavando tudo.

Um nojo.
:D

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Infestações na roça

Tudo bem.
Tem dia que parece noite, certo??

Acordei 6:00 da manhã hoje ouvindo um movimento incomum no forro do telhado de minha casa.
Faz um tempo já (meses) que eu ouço quando os tais morcegos chegam e saem para suas rondas de fome pela noite na roça.
Dá para seguir quando chegam, e se arrastam pelo forro, subindo o telhado, por dentro, como se tivesse corredores, levando aos cômodos de uma casa.
Caminham rápidos, muito rápidos, guinchando alto, conversando com seus pares, certamente fazendo reconhecimentos de cheiros, ruídos, se esfregando e cheirando aos berros (berros para um morcego, pois os guinchos são realmente bem altos).

Dá até para brincar na imaginação.
A família (morcegos são muito familiares) se reunindo, contando como foi sua noite, todo mundo feliz de estar em casa. O dia nascendo lá fora, todo mundo devidamente cheirado e reconhecido, cada um vai para seu cantinho, ainda gritando feliz, e se aconchega, roda mais um pouco, guincha mais um pouco, roda mais um tanto e... pronto! Passam o dia em silêncio.

Eu já tentei espiar de todo quanto foi jeito... subi no morro atrás da casa, nada.
Fui pela lateral, esperando vê-los entrar ou sair (claro que eu fui no horário comum deles, na troca dos horários, se é que você me entende!). Nada.

E hoje eu acordei com eles. Estão muito barulhentos, e suas unhas raspando no forro fino de madeira que nos separa, deu muita aflição. Preciso pedir, urgente, que o Rodrigo venha me acudir.



Rodrigo é um "faz tudo".
Vive no Souza, um bairro de Monteiro Lobato.
Construiu sua casa com as próprias mãos. Vi vários estágios da construção. Primeiro, quarto banheiro. Quarto expandiu, sala apareceu, cozinha entrou (ficava do lado de fora, na lavanderia improvisada), banheiro ganhou um certo status, hall de entrada estilo mediterrâneo (ele nem sabia, foi esfregando a argamassa branca nas paredes com as mãos, e lá estava eu, numa casinha grega. Até um jarro estilo ânfora no chão, com folhagens secas das árvores do local. Moço fino, de bom gosto natural. Gosta de ver revistas de casa e construção, sabe?? (eu também adoro).

Se alguém já viveu a experiência de ter morcegos no forro do telhado, me dá um toque. Já ouvi dizer que não adianta fechar os buracos. Eles voltam. E num telhado alto assim, eles entram mesmo.

Eu não sabia disso de voltarem sempre. Na primeira casinha onde morei por aqui, eu tive morcegos entrando nos buracos do forro da cozinha. Esperei que saíssem, de noite, e fui com jornal embebido em pimenta, muita pimenta. Forrei todas as entradas da casa, já que a cozinha era bem baixinha (ainda é). Não aumentamos porque achamos que faz parte do charme ser pequenina, de boneca, quase. Fogão á lenha bem   perto da chaminé não ia dar certo.... subimos a torre da chaminé, provocando então a subida rápida do ar quente e enfumaçado.



Bom, aventuras na roça.
Bom dia para vocês.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Imagens falam mais do que palavras

Ás vezes isso é verdade.
Mas imagens que vem com explicação ficam incríveis. A estória por trás da imagem pode ser um complemento poderoso para aumentar a força do que vemos.

É assim com esta imagem.
Ela já é incrível pela força da Natureza.

Saber onde foi torna mais mágico.

No sopé do Monte Bromo, um vulcão ativo na ilha de Java, já famosa por seus espetáculos de fogo e areia, e lava e explosões. Lá tem um templo, no meio das brumas...

Que coisa mais incrível.

Amei saber disso...amei ver isso.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Jornadas não lembro o número

Pôxa, quem estiver na França, dá um pulo na Fundation Cartier. A exposição foi prolongada para novembro... demais de amazing.

Estão com uma amostra do escultor australiano hiperrealista Ron Mueck.

Incrível, sabia??

Miniaturas ou gigantes, estas estátuas chamam a atenção pela perfeição dos detalhes.

Vai dar uma espiada no site da Fundação bem aqui!

Dia anormal "da roça"

Dias comuns de roça. Será?? Acho que nem tanto.

Acordei cedo. Levei marido para a rodoviária. Fui até o shopping. Comprei blusa numa oferta imperdível. Fui ao banco pagar contas, transferir a mesada do enteado, pegar os talões de cheque.
Dei um pulo em Monteiro para comprar a ração dos meus filhos, ou saindo do ridículo, daquilo que eu considero mais perto de amor de filho: meus animais, afinal, são eternas crianças.
Depois, São Francisco Xavier, no depósito de material de construção. Comprei as buchas e parafusos que eu precisava..bem, eu não. Mas o Rodrigo, que está fazendo umas reforminhas aqui em casa, pediu que comprasse os tais parafusos, com bucha e tudo.
Saí do depósito e fui para a Quitanda, onde comprei minhas frutas para esta semana. Conversei indignada com a dona do sacolão versão roça, a Gislaine, (lugar agradável, sempre limpo, amplo, cheio de coisas frescas, atendimento personalizado, com gente linda e simpática)..indignada porque mostrei minha carta recebida da VIVO (ver meu post  aqui no blog) e disse a ela que iria conversar com o Sub-Prefeito.

E assim dito, assim feito. Fui falar com o Ricardo, que não estava na prefeitura. Estava numa reunião, e de tarde teria outra reunião.... Mas eu preciso conversar com ele. Então eu tiro uma cópia de sua carta, entrego para o Ricardo assim que ele chegar. Pode me dar seu telefone que ele retorna. Sério?? Dei meu telefone.

E ele ligou. Implorei por um orelhão na roça. Aqui o povo anda muuuuito para poder telefonar. Não é todo mundo que tem celular, embora eu acredito que o motivo mesmo da turma não ter celular é que a região aqui não tem antena legal, então é muito difícil pegar celular. Então eles até tem o aparelho que funciona muito bem obrigada em toda parte, menos na casa onde se mora. E onde seria importante ter um telefone que funcione.

Você não acha??

Eu recebi uma promessa. Com tantos protestos, receber mais uma promessa é acreditar na mudança, não é??

Dei as porcas e parafusos.
Depois falei com o serralheiro.
Vai fazer uma grade de ferro em volta da varanda...afinal, não quero netinhas andando por aí, despencando morro abaixo, afogando na piscina...então, grade na varanda.

Hoje limpei a piscina.

Viu algo de roça??
Eu também não...

sábado, 22 de junho de 2013

sábado, 15 de junho de 2013

O dia que fui abduzida

Ufa... sentada hoje navegando na net com um café quentinho para esquentar no frio da roça bem cedinho, me deparei com algo, e eu ainda não sei o que exatamente, que me fez lembrar um acontecido, há 40 anos atrás, comigo. Foi uma viagem psicológica, vamos dizer assim..algo visivelmente criado pela minha mente.

Eu deveria ter uns 8 ou 9 anos. Havia brigado com minha irmã por besteira, mas o mundo naquela hora havia se transformado em algum lugar muito nervoso para viver. Como todas as besteiras que provocam brigas, eu não me lembro que besteira era. Minha irmã entrou na casa da rua Princesa Leopoldina e eu fiquei na calçada, decerto balbuciando impropérios para a mana mais nova.

Aí eu não lembro muita coisa..me sentei na escada que levava para o hall de entrada, com suas enormes portas de vidro e devo ter adormecido. Lembra de um episódio do Dr.House, quando ele começou com alucinações e não sabia mais diferenciar o que era falso do real? Então, eu entrei em alguma zona mental assim, eu acho...

... Porque eu adormeci, eu acho. Eu estava deitada nas pedras São Tomé, grandes e quentes da escada, e a luz veio de cima, de um pequeno disco dourado que sobrevoava a minha casa.. Como seu eu fosse uma observadora externa (porque a partir desta luz, eu me via mas sentia tudo o que "eu sentia" dentro do corpo da menina..sabe??), vi quando o facho de luz iluminou meu corpo deitado e o transportou para cima, como num teletransporte...como nos filmes de abdução. Mas imediatamente após puxar o corpo, a luz desapareceu e o corpo estava lá, deitado, na mesma posição de quando subiu.

Vi quando eu acordei olhando para cima, sem ver nada. O disco não estava mais lá, e obviamente foi um sonho passageiro, vivido como real naqueles segundos de apagão. Me levantei e subi o resto dos degraus, estranhando encontrar a porta de vidro fechada com chave. Não havia ouvido minha mãe ou meu pai trancar a porta, mas acho que foi porque eu dormi... Bati na porta, que estava trancada mesmo.

Nada. Desci e apertei a campainha. Era alta e dava para ouvir do lado de fora. Era ruim, porque minha casa era passagem de escola e aí já viu..dezenas de meninos apertavam a campainha e ficavam escutando ela apitar como sirene de bombardeio aéreo. Quando minha mãe chegava na janela, eles corriam felizes com a traquinagem.

Meu pai apareceu na mureta que havia antes do hall. Parávamos lá para observar quem tocava a campainha. Como as portas eram de vidro, minha mãe colocou plantas, numa época, para disfarçar nossas cabeças entre as folhagens para não sermos vistos. Esta tática materna me fazia sentir ridícula, olhando entre folhas a pessoa lá fora que por sua vez, fazia esforço para achar alguém entre as folhagens..kkkkkk

A chave girou. A porta abriu, e a pergunta que eu ouvi me desconcertou:

"-Pois não, menina, o que você quer? Está perdida?
-Pai??"

Ele se abaixou para ficar na minha altura. Não fez menção de sair e vir até mim. Ficou na soleira, parado, com cara de dó.

"-Você não sabe onde está?"

Eu não me lembro se eu falava algo diferente de pai, pai, pai, ficando cada vez mais nervosa por ver que ele estava me ignorando, brincando que não me conhecia mais.

Meus olhos foram até a direção da mureta. Vi minha irmã, com uma roupa de bailarina rosa, com enormes fitas rosas na cabeça. Quando foi que ela ganhou esta roupa?? Que laços eram aqueles?? Que vestido estranho, que eu nunca havia visto..e por que eu não ganhei um igual???

Digreção: minha mãe não era nenhuma maluca, e não criou Normam Beates por ai.... mas quando éramos pequenas, minha irmã e eu recebíamos dos pais roupas iguais.. ela de uma cor e eu de outra. Então porque eu não ganhei uma roupa daquelas?? Por que só a Paula ganhou uma roupa rosa de bailarina??

Minha mãe veio até a porta. Eu pensei que ela me reconheceria, mas não. Ficaram os três, na soleira da porta, me oferecendo um prato de comida ou ajuda para encontrar meus pais, enquanto meu desespero aumentava até quase desmaiar de medo.

Foi assim que eu acordei, com minha mãe na porta perguntando se eu estava bem??

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Perigo, perigo, perigo

Aqui não vale muito ter medo.
Não tem para onde correr, nem se virar para esconder...
Em toda parte, até onde você menos espera, vai encontrar algo que desperte esse sentimento. É inevitável.. :D

Mas não é medo de gente, heim?? Medo de gente se tem em toda parte, porque gente é capaz de fazer tudo e qualquer coisa por nada. Falo do medo de coisas que não conhecemos, falo do medo de insetos estranhos, por exemplo, que não se vê na cidade... são seres diferentes, espaciais alguns... E dão medo!!

Sei disso por experiência própria.

Urbanóide acostumada a ter a casa absolutamente limpa, livre de insetos que deixam rastros gosmentos, que defecam, que vivem suas vidas sem pensar em humanos... insetos em casa urbana é sinal de sujeira, de desleixo.

A boa dona de casa usa desinfetantes, produtos e aerosol para limpar e manter sua casa livre de insetos... mas só contra os insetos.

Por aqui eu estou me acostumando á toda essa fauna e flora que vou conhecendo.
Sei que no mundo existem 7 bilhões de toneladas de insetos... acho que os humanos e os insetos vão povoar o planeta como praga...aliás, a praga já esta instalada há muito tempo, não é?? Mas não falo agora dos insetos. :D

Ontem fui procurar meus óculos.
Eu sabia que havia tirado no banheiro de baixo (meu banheiro esta com a resistência queimada e eu ainda não tive coragem de subir numa cadeira e tirar os parafusos do mesmo) pra tomar banho..então desci e fui apalpando as mesas para descobrir onde estava o precioso objeto que me faria enxergar melhor todas as coisas.

Não sou exatamente cega sem ele, mas é muito provável que eu não vá reconhecer seu rosto na rua se me deparar com você (conhecido, obviamente) se eles. Corro o risco de passar por você sem notar. Sem eles tenho dificuldades grandes de ver detalhes, limites bem definidos, situações por completo. Confesso que mesmo com óculos, todas estas coisas subjetivas continuam sendo uma dificuldade para mim, quando em estresse..mas digressão tem momento...e eu estou fugindo muito do assunto, como sempre.

Uma coisa que eu percebi quando estou sem óculos é que meu corpo assume a parte deficiente, recuperando o senso de ver tudo, só que por outros meios que não os olhos, deficientes pela falta de lentes corretoras.

Quero dizer que, mesmo sem óculos, ou de costas, posso sentir meu corpo arrepiar, sem controle da pele, que vai enrugando.. a nuca fica com os cabelinhos em pé. Meus olhos arregalam, querendo ver o que ainda não veem... e aí eu fico em alerta máximo...

Nostromo, com suas luzes piscantes, nave no meio do espaço..perigo perigo, perigo.."esta nave se auto destruirá em 5 minutos"..sabe???

E aí vou eu, lentamente me virando pelo ambiente, tentando, agora sim com os olhos, apertados para enxergar melhor, ver se acho no meio do borrão, a mancha que me indicará a posição correta do inimigo.

Luzes piscando, perigo, perigo...

Sempre acho. Ou uma enorme aranha, ou enorme taturana peluda grudada no armário, dura pelo tempo ali ficado, na construção de algum casulo para transformações miraculosas da Natureza.
Estas "manchas", peludas algumas, gosmentas ás vezes, despertam sempre esta sensação de perigo.
Esta era grande. Uma aranha peluda e enorme no chão. Parada, olhando com mil olhos para mim. Parada também, olhava com dois olhos míopes, nervosos por não ver direito. Meu corpo avisa sem parar do perigo eminente...e lá fui eu..tateando pela mesa, longe do monstro peludo...fui procurando a peça preciosa até achá-la finalmente perto da pia.

Coloquei o danado no nariz. Peguei meu chinelo lentamente e mirei na bicha. Eu não queria matá-la, como não matei. Eu só queria que ela soubesse que eu sabia. Sabe??
Atirei o chinelo no chão, que esbarrou em uma das pernas..ela virou de lado, rápida, mas não fugiu..enfrentou o chinelo com garras.. Meu Pai do Céu, pensei...ela deveria ter fugido e não ter ficado para enfrentar o inimigo..essa é das bravas. Confesso que ao ver a coragem da aranha eu acovardei ainda mais.

Corri. Fechei a porta. Mas essa estratégia de fuga não foi aprovada por mim. Não adianta mesmo fugir de seus medos... é melhor enfrentá-los enquanto estão no seu caminho, porque eles ficam por lá, escondidos no meio das roupas, dos objetos, e mais cedo ou mais tarde, eu terei que abrir aquele quarto e olhar tudo procurando por ela. Entendeu??

Enfrentar os medos é melhor, porque limpa o futuro..pelo menos daquele medo.
Com certeza haverão muitos.
Na natureza é assim..
Você não tem coragem???
Não quer viver perigosamente??
Não quer emoções e adrenalina??

Vem pra roça....



segunda-feira, 10 de junho de 2013

After Earth


(G1) O ator mirim Jaden Smith, filho de Will Smith, gravou um vídeo institucional da agência espacial americana (Nasa) em que destaca os esforços do órgão para ajudar a "salvar" o planeta de uma eventual destruição. O adolescente de 14 anos estrelou na sexta-feira (7), ao lado do pai, o filme de ficção científica "Depois da Terra", do diretor M. Night Shyamalan.

Nessa história apocalíptica, a Terra se tornou inabitável após uma série de desastres, e a população precisou se mudar para naves espaciais. Mil anos depois, o general Cypher Raige (Will Smith) e o garoto Kitai (Jaden) pousam, sem querer, de volta no planeta, habitado por predadores como aranhas, cobras, sanguessugas tóxicas, aves de rapina e babuínos enlouquecidos.

No vídeo da Nasa, Jaden descreve as contribuições do programa de Ciências da Terra coordenado pela agência para promover a consciência ambiental e a exploração adequada do nosso planeta. Além de cenas do filme, o material contém animações com dados de 17 satélites da Nasa em órbita atualmente.

Esses equipamentos fazem observações da atmosfera terrestre, da superfície e do gelo, entre outras características, e servem de base para cientistas poderem compreender melhor a Terra, prever nosso futuro climático e aumentar a qualidade da vida no planeta.

"A Nasa tem uma frota de satélites ao redor do planeta que mantém o controle das mudanças climáticas e estuda como os seres humanos estão afetando a Terra. Agora, na Nasa, cientistas e engenheiros estão trabalhando diariamente para ajudar os humanos a aprender a cuidar melhor de sua casa, para que nunca tenhamos que sair daqui", diz Jaden no vídeo.




Onde você estiver...te amo!


Isso foi em 2010.
Me sentei com meu pai, na rampa de acesso do pequeno barco, que espera turistas para um passeio pelo rio, em Ibiúna, São Paulo.

Paz.
Homem manso.
Onde você estiver, Pai.
Te amo.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Jeca Tatú moderno e a Ankilostomina Fontoura

A primeira coisa que eu faço quando eu levanto da cama (depois do xixi urgente antes que pingue na calcinha) é olhar pelas janelas, vidros ou portas que me mostrem o exterior. Principalmente agora no inverno, quando a neblina deixa tudo branco, sem visão do em torno. Lindo ver toda a paisagem transformada por algo que não se toca, tão etéreo e improvável como uma nuvem ao alcance das mãos e meu bafo quente deixa riscos de água condensada na janela fria.

Diferentemente das noites, quando não se vê nada, o não ver nada da neblina vem carregado de quase ver, de "achos" que está lá, sabe??

Hoje, na bruma "avalônica", achei que vi um casal de tucanos. Os bicos, mexendo ora para um lado, ora para outro, lembravam braços em blusa amarela, gesticulando no meio da árvore.

E lá está "Seu" Pedro, desde cedinho (chegou com sua motinho, sem atrapalhar... estaciona, tira da malinha a garrafinha de café, seus óculos e materiais de proteção, prepara a máquina de roçar e desaparece) ou o que se ouve do "Seu" Pedro, sumido que está entre a névoa branca e as árvores. Ele é da roça antiga, dos homens de antigamente, que acordam as 4,30 da manhã, passa o café e vai tirar leite das vacas, depois dar milho ás galinhas, que pega na enxada, na roça, no pasto, onde for pra ele ir ele vai. Os moço da roça só querem saber de crack, é o que dizem as más línguas por aí. Verdade! Não digo todos, porque generalizar é coisa de gado. Mas é o mal do século. Muito ruim a situação por aqui.
É verdade também que tem moço da roça que não quer crack, mas também não acorda cedo, não rala com enxada, quer tablet e sorvete Kibon (já foi o tempo do sorvete de massa na banquinha da Rose, sabe?).

Tudo bem querer, né? Eu sei. Só que quer daquele jeito, encostado no pai, que ainda trabalha na enxada, porque não quer trabalhar firme. Quer celular, que não sabe pagar.

Sabe como eu vejo? Jeca Tatu tecnológico, moderno, cheio de botões e barulhos futuristas, mas ainda do mesmo jeito dantes.
Sacou?


Não há mais Ankilostomina Fontoura (que coisa será essa??) que dê jeito.

Mas acho que está tudo dentro dos conformes. Quem quiser voltar para a terra vai ter que aprender (re aprender) a lidar com ela. Faz parte do resgate!

Vem pra roça!!!
Mas na boa!!



terça-feira, 21 de maio de 2013

Deixa pra amanhã

Aqui na roça vou fazendo tudo o que tem na prateleira. Deixo acabar muitos itens na cozinha para descer a montanha e viajar até a cidade, 11 quilômetros daqui.
A cidade é pequena.
Cresce devagar, quase parando.
Todo  mundo correndo pra fazer dinheiro. Nem todo mundo.
O Fred trabalha em tudo o que aparecer: faz roçada, com máquina própria. Toca viola com voz de coral, de noite. E faz shows em São José dos Campos, no violão ou viola.
Paulinho desce e sobe a rua principal, vendendo imóveis, bicos em reformas. Já deu tudo em vida para os filhos. Não tem mais nada em seu nome. Quer paz no coração.


E meu carro, que andava sujo demais, até para meus padrões de limpeza automotivos, precisava de banho. Lembramos que na cidade tem um lava-rápido de roça, uma porteira aberta, um quintal grande com mangueira e aspirador de pó. O desenho mal traçado no muro da casa dizia os preços. Dois meninos lavavam dois carros. Um cada um.
Era hora do almoço.
Não havia mais carros.
A cidade às moscas.
Quando perguntado sobre lavar o carro, o rapaz simplesmente disse pra deixar para amanhã.

É isso.
Maior calma na roça.
A porteira com um carro aguado mal desenhado se fecha.
Não abriria mais hoje.

Lembrei da cara de bunda....
Depois pensei "que se dane..o cara é assim..não quer trabalhar feito louco e ganhar grana. O dinheiro do dia já foi feito."
Deixa pra amanhã.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Keng Lyen e seus peixes que nadam em resina

....e por falar em ilusão, que tal um peixe azul nadando solitário num prato fundo???

Ou uma tartaruguinha verdinha tentando sair de uma tigela???

Ou uma lula largada num prato fundo, olhando para nós como a se perguntar "O que vai acontecer comigo agora???"

lindos, né???
Pintados na resina, os animais em 3D vão saindo dos pratos...
Coisa linda...digita KENG LYE no Google e dá uma olhada nas imagens...



assim também o artista japonês Riusuke Fukahori!!
resina, sabe??
Não sabe???
Vai olhar!!!






Suzana, de Hynek Martinec

Lindo retrato de Suzana..incrível viver nesta era de arte digital, onde imagens da imaginação se confundem em realidade com as do mundo físico.

Não que haja competição natural entre as formas...o que compete são nossos olhos, que ora olham para uma imagem irreal e outra hora olham para o real e não acreditam no que vêem. Não há distinção, não há como saber se aqueles seres são tirados da vida real, ou se apareceram na tela da vida escondida na cabeça de cada um.

Hynek Martinec, além de ótimo desenhista, artista de primeira mão, ainda é poeta das palavras pintadas, quando diz que pintar Suzana foi dividir com as pessoas a intimidade da convivência com outra pessoa, expressa pelos detalhes da casa, na intimidade de um casal refletida nos óculos postos no rosto desgrenhado da Suzana.
Isso não é foto
é pintura acrílica, acredita???


Dá até raiva de ver, ou melhor, de não ver a diferença entre pintura e foto!!
Demais mesmo.
Vale a pena dar uma viajada no site deste cara...maravilhoso!!
Mas quer saber o que eu acho??
Parabéns, Suzana...mulher porreta tá aí.
Sortuda.
:D
 

domingo, 5 de maio de 2013

cara de bunda na roça

Aqui na roça tem um i-pod meio velho, já batido pelos longos períodos de viagens, de festas, de bodes!! Tá lá com quase 5.000 músicas, alguns filmes, computadores, tem uma tv grande, grudada (precariamente, na minha opinião) na parede de tijolo à vista, tem internet e roteador, tem aquecedor e smartphone.. :D

Tem músicas em todos os aparelhos, tem rádios e telas mil. Mas fica tudo desligado, sabe?? Pra que, me fala?? Pra que ouvir sons altos, gente falando, falando, falando, falando, falando mal, falando de buraco, de morte, de assalto, falando de inflação e desemprego... Falando, falando!!

E tem música de igreja, tem música regional, e tem sertaneja e universitários, e tem rock diversos tipos, e tem românticos diversos tipos. Tem tecno, tem valsa e clássicos, tem de tudo um pouco desse mundo infito dos sons, das notas, das cores sonoras...

Mas aqui, eu deixo tudo desligado.
Deixo tudo quietinho no seu lugar, dando preferência para os grilos, as cigarras quando é época delas, os sapos de noite, as corujas, as aves de rapina, os cães, os macacos lá longe, o rio briguento lá embaixo!

Tenho esta qualidade de vida que me permiti ouvir os sons da natureza, de onde eu estiver.

E você quer saber o que me deixa com cara de bunda??? FUNK

Eu não ligo música que é para não atrapalhar... aí passa um imbecil, de carro ou celular, com "aquilo" tocando firme e alto no rádio. Que pena.

Os insetos param, os animais fogem, e a vida não continua, ela estanca, chocada com a violência, com a falta de qualidade.
Que droga!!
Que lixo!!
Que M.


quarta-feira, 24 de abril de 2013

Dia do Planeta Terra II


Depois que meu lado Eco Ativista meia boca declarou sua opinião sobre a humanidade, deixando bem claro  o que acha dela, eu venho aqui apresentar um outro lado meu, mais otimista em relação a humanidade, um lado mais espiritualizado, que acredita que aos poucos, em passos bem lentos, a humanidade caminha.
Caminha para a Luz, para a Consciência, para a Paz. 

E aí, enquanto a Luz tá longe, não custa iluminar o chão com ideias criativas para ajudar a não destruir mais do que já está.

Enquanto a Consciência tá longe, vamos conversar sobre alternativas produtivas, auto suficiência em áreas pouco desenvolvidas, como energia alternativa, por exemplo.

Enquanto a Paz está longe, vamos agir com mais amor, mais paciência, para compensar o desequilíbrio da balança.


Um homem leva três anos para conseguir uma imagem, algo fugaz quanto um segundo, pelo prazer da captura eternizada deste mesmo momento de Luz, Paz e Amor diluídos no prazer da foto.
Nosso Planeta é lindo, lindo, lindo, lindo!!
Cheio de prazer.
Cheio de vida.

Somos abençoados.

TODO DIA É DIA DO PLANETA TERRA!